Nova Ordem de Pastores Batistas
Manifesto que dá origem à Ordem de Pastores Batistas Clássicos do Brasil
Há menos de cinqüenta anos havia um jeito próprio de ser
batista. Na ortodoxia doutrinária tínhamos uma mesma hermenêutica para a
interpretação bíblica. Havia seminários credenciados no preparo de pastores.
Havia editoras confiáveis para a aquisição de literatura teológica de alto
nível. Havia confissão doutrinária nas instituições de ensino teológico. Não
havia discussão pneumatológica. Éramos todos conservadores: não aceitávamos o
falar em línguas estranhas como dom atual do Espírito Santo, não tínhamos
curandeiros na prática de supostas curas, não admitíamos profecias ou
revelações extra-bíblicas e não possuíamos pastoras ou apóstolos no rol de
obreiros eclesiásticos.
A liturgia de culto era do tipo reformada. O púlpito
ficava no centro das atenções, pois a pregação bíblica tinha importância
crucial. A música era religiosa, era sacra, direcionava a igreja no ato da
adoração, transmitia mensagens cantadas e apelava evangelisticamente ao pecador
inconverso. Não havia “números especiais”, mas “participações no culto”. Não
havia “equipes de louvor”, mas músicos, cantores, orquestra, coro e
instrumentistas. Os oficiais mantinham reverência, uma postura de formalidade
sagrada, apresentando-se bem trajados, pois compreendiam estar realizando algo
sublime.
Os pregadores buscavam a excelência, numa linguagem sadia
e rica, numa prédica bem lógica e num sermão bem formatado, pois criam estar
formando opiniões e entendiam que seus auditórios eram compostos de pessoas
inteligentes e sensatas, que cresceriam na cultura e no conhecimento bíblico.
As relações entre igrejas eram de, no mínimo, entre
“co-irmãs”, isto é, que tivessem o máximo de pontos de igualdade e o mínimo de
divergências. Assim, era comum o intercâmbio entre igrejas batistas, às vezes
entre batistas e protestantes, mormente presbiterianos, mas praticamente nunca
com igrejas pentecostais.
Os ritos de oração eram ordeiros: alguém orava e outros
acompanhavam com “amém” intercalado, ou diziam pequenas frases baixas, para não
atrapalhar nem quem orava e nem o auditório. Os crentes possuíam ética
comportamental por onde iam: não participavam de danças ou bailes, suas filhas
não celebravam aniversários de quinze anos em programação idêntica a das
debutantes seculares, não iam a cinemas e teatros com programa e auditório
indecentes, não bebiam nem em casa e nem socialmente, não falavam palavrões,
não contavam piadas chulas, não participavam de arruaças, não compartilhavam de
cultos ecumênicos, não assistiam novelas imorais.
Os pastores tinham postura diferenciada na sociedade: não
faziam dívidas que não pudessem pagar; andavam decentemente trajados e não
participavam de diversões que colocassem em risco sua postura sóbria e solene
de ser; eram hospitaleiros e queridos; buscavam aprimorar sua cultura; tinham
sólida formação teológica e sabiam defender a sua fé; eram leais no matrimônio,
cordatos nas relações, graves em suas colocações; não compactuavam com os
pecados do rebanho, mas disciplinavam com coragem e determinação; não pregavam
auto-ajuda, mas anunciavam o “assim diz o Senhor”.
Pastores batistas não participavam de organizações
pentecostais, não aceitavam ceder a fé em prol do convívio pacífico com outros
cristãos. Eram leitores contumazes, eram mestres do bem, eram elegantes em suas
colocações, eram destacados na sociedade.
A Ordem dos Pastores funcionava como um centro de
reciclagem teológica, de recuperação espiritual, de convívio com os pares e de
referência para o ministério. Seus encontros eram todos considerados solenes,
não havendo espaço para transformá-los em meras reuniões informais de amigos.
Tudo era visto com extrema importância e valor.
Mas meio século se passou. O tempo trouxe mudanças
radicais na sociedade, nas regras sociais, e, para surpresa e decepção nossas,
nas igrejas e na postura pastoral dos batistas.
A hermenêutica tornou-se de múltipla escolha. Hoje a
filosofia que impera na interpretação bíblica é a relativista: o que vale para
uma igreja, ministério, pastor, época ou situação podem variar
inesgotavelmente. Cada um interpreta a bíblia a seu bel-prazer.
Não há mais um seminário ou uma rede de seminários dignos
para preparar os pastores; hoje qualquer um busca preparo onde desejar,
independentemente da confissão de fé que a instituição tenha. Assim, há
pastores formados em instituições pentecostais, ecumênicas, fundamentalistas,
protestantes e batistas liberais. A literatura evangélica consultiva tornou-se
extensa e comercial. A cada mês surgem novas versões bíblicas, novas teorias da
Alta Crítica, novas filosofias de ministério, novas propostas de crescimento de
igreja, novos sistemas mirabolantes de revolução eclesiástica, e nossos
obreiros, seduzidos pelo crescimento rápido, fácil e abundante, cedem ao canto
da sereia e à lábia da serpente.
Hoje é “pecado” dizer-se cessacionista. Mais da metade
dos pastores batistas crêem em manifestações pentecostais, ainda que veladas,
ainda que não confessadamente como sinais do Batismo do Espírito Santo. Outros,
muito mais ousados, transformaram suas igrejas em autênticas agências
neopentecostais, com cópias malfeitas do sistema dessas seitas: noite dos
empresários, sessão de descarrego, quebra de maldições etc.
Há igrejas batistas com ações tão pentecostais que chegam
a assustar os próprios membros de igrejas carismáticas. Há pastores que
procuram “açucarar” a questão pentecostal, tolerando quem faz suas investidas
em casa ou em reuniões de grupos pequenos, sem causar tumulto no ato público
geral. Outros tentam conciliar o irreconciliável, tecendo longos discursos
inócuos que não dizem absolutamente nada. Há ainda os que se sentem tão doutos,
tão gabaritados nas línguas mortas que crêem ser os próprios oráculos da fé,
aptos para interpretar a pneumatologia à luz de sua própria auto-suficiência.
O púlpito foi para o canto ou transformou-se em apetrecho
desnecessário. A plataforma das igrejas transformou-se em palco para shows.
Normalmente os instrumentos musicais, equipamentos eletrônicos e outros
elementos de mídia ocupam todo o espaço. Não há diferença dos palcos de
programas televisivos. Geralmente, o pastor é o animador de auditório. Há os
dançarinos, que ocupam a parte de baixo, rapazes e moças, com roupas de balé ou
de candomblé (esvoaçantes e de tecidos soltos) fazendo coreografias de acordo
com o ritmo, com o tema ou com o momento vivido no culto.
Os músicos seguem a moda: ou tocando rock ou músicas
chamadas de “comunidade, louvor e adoração” ou emotivas como as dos mantras da
Lagoinha. Geralmente há as “ministrações” que são simulacros de manifestações
pneumatológicas, onde os dirigentes dizem receber mensagens, falando “assim diz
o Senhor”. Há também aqueles “ministradores de louvor” que fazem pequenos
sermões entre músicas, ocupando praticamente o culto todo. Na hora do sermão do
pastor não há mais o que pregar ou não há mais tempo ou não há mais paciência para
ouvi-lo. Na verdade diluiu-se o púlpito em cápsulas de nada.
Hoje se paga para alguém louvar a Deus. Convidam-se
grupos de sucesso, cantores de mídia ou “testemunhadores” profissionais que
consigam atrair grande público, aos quais se paga um bom cachê, além de dividir
a oferta da noite; práticas essas neopentecostais declaradas, que se
transformaram em praxe moderna de cultos protestantes.
Os pregadores perderam a homilética, transformando-a em
prática de palestras seculares de auto-ajuda. Não há mais diferença entre
prédica, sermão, oratória sacra e palestra de auto-ajuda. A tecnologia, que
deveria ser apetrecho para auxiliar os palestrantes, tornou-se moda e muleta,
pois os pregadores modernos não sobem ao púlpito sem um notebook e uma tela
para datashow. Seus sermões estão cheios de cliparts, de powerpoints, de
músicas de Yanni ao fundo, um misto de paganismo com palestra empresarial. E os
seus temas? “Matando sete leões por dia”, “como vencer as barreiras”, “a arte
de transformar derrotas em vitórias” etc.
Geralmente, seus compêndios
preparatórios são as publicações da internet, são os ícones da mídia evangélica
que publicam em pequenas quantidades as suas adaptações do que aprendem em
palestras de hotéis e cursos de vendas. Há pastores que se limitam a comentar
as manchetes dos jornais do dia ou ler as orelhas dos últimos livros da editora
preferida ou então tecem críticas sobre política, novelas, esportes ou ainda
sobre eventos denominacionais. Falar sobre Céu, Inferno, salvação, perdição,
moral, espiritualidade, ética, tudo isso fica para alguma resenha no boletim ou
algum suposto curso teológico para leigos, que geralmente não passa de um
livreto americano mal traduzido e mal aplicado. Resultado: igrejas às vezes até
cheias, porém fracas, sem bíblia, sem doutrina, sem espiritualidade.
A linguagem no púlpito tornou-se também coloquial. No afã
de transformar a prédica em algo inteligível para todos, ousou-se mudar também
a língua, rebaixando-a ao seu mais ínfimo nível. Assim, não é raro ouvir
palavrões na pregação. Palavras feias, chulas, frases de mídia, chavões,
português mal aplicado, tudo ao gosto da modernidade. Assim como a mídia faz
questão de trazer a linguagem dos antros e dos redutos da imoralidade para a
tela e para os lares, os púlpitos refletem também a mesma pobreza, mau gosto e
qualidade: púlpitos feios, chulos e pecaminosos.
As igrejas batistas passaram a não se distinguir mais em
seus distintivos. Assim, intercambiar ou fazer coisas com igrejas de qualquer
fé e ordem transformou-se em algo normal. Já é possível ver vigílias entre
igrejas batistas, pentecostais e neopentecostais. É comum ver igrejas batistas
e igrejas católicas realizando atos sociais e cultos ecumênicos. Tornou-se
prática habitual a realização de “marchas para Jesus” ou “louvorzões” ou
“congressos”, com “ministrações” pentecostais em seu bojo. Pastores batistas,
inclusive pessoas da diretoria da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil e das
convenções brasileira e estaduais, participam de organizações de pastores
ecumênicos, onde seus presidentes são “apóstolos” ou “bispos”, sem o menor
constrangimento. Numa convenção estadual, o seu executivo é tesoureiro de uma
organização ecumênica de pastores. Com efeito, os limites do aceitável e do não
recomendável transformaram-se em nada!
O ministério pastoral batista transformou-se de forma
aviltante. Hoje nós já temos apóstolos. Sim. O que era considerado heresia há
cinqüenta anos (era consenso geral que apóstolos foram as testemunhas oculares
do ministério de Jesus, incluindo sua morte e ressurreição e estava restrito
aos doze, ou, quando muito, ao grupo próximo dos doze), hoje transformou-se,
pela atual ciência da má interpretação bíblica, uma “opção ministerial”, uma
“restauração do ministério cristão”. Tomou-se o termo, deu-se a tradução e
aplicou-se de forma contemporânea a sua eficácia. Então, temos hoje, no Rio de
Janeiro e em Santa Catarina , os primeiros apóstolos batistas convencionais.
Não diferindo na má interpretação hermenêutica, temos
atualmente pastoras. Mulheres, que antes serviam a Deus nas qualificações e
ministérios bíblicos claros e definidos, agora invadiram o pastorado também.
Claro, sob a ótica e a égide dos tempos modernos, das supostas “conquistas”, as
mulheres precisavam tomar também esse “reduto machista”, que é o ministério
pastoral. Já temos mais de duzentas pastoras batistas convencionais. Os
seminários batistas não apenas aceitam a realidade como já mantém cursos
específicos para suprir essa “demanda eclesiástica”. Há cinqüenta anos isso era
impensável, porém hoje se considera “pecado” e “opinião politicamente
incorreta” ser contra o pastorado feminino. Nossas instituições cooperativas
posicionam-se cada vez mais favoráveis. E os pastores que mantém sua fé cristã
batista ortodoxa são cada dia mais execrados, sem espaço, sem opinião, fadados
e relegados ao ostracismo e à marginalidade funcional.
Com tudo isso, a nova moralidade também tomou conta de
nossas igrejas. Não há mais limite entre o sacro e o profano. Hoje há bailes
dentro das igrejas. Há festas de fantasias. Há “baladas”. Casamentos há que
terminam seus festejos com verdadeiras discotecas nos salões sociais. A bebida
alcoólica transformou-se em coisa comum. O sexo entre jovens e adolescentes
agora é tolerado. Há igrejas distribuindo preservativos às uniões de jovens. Há
acampamentos que terminam em bebedeira. Há igrejas batistas que participam do
Carnaval com escolas de samba e com bailes de máscaras. Estamos numa situação
tão ridícula que custa-nos a acreditar. Já há sex-shop gospel!
Junto a isto, soma-se o grave pecado dos “teólogos da
corte”, frase cunhada por um padre católico ortodoxo. É a mistura entre a
Igreja e o Estado, a troca de favores, o recebimento de terrenos do Estado para
a construção de igrejas; os pastores a transformar seus púlpitos em plataformas
políticas ou em trampolins para se lançarem candidatos a funções públicas,
igrejas que se tornam meros centros de convivência social a serviço da
política, congregações que recebem verbas do governo para realizar aquilo que
deveriam fazer às suas próprias expensas. É o mesmo que aconteceu com Israel no
passado, é o mesmo que aconteceu com a igreja romana e Constantino, e é o mesmo
que acontece agora entre batistas e os partidos trabalhistas ou governamentais
desta época. Religião e política misturadas.
A nossa Ordem de Pastores está realmente representando o
ministério pastoral batista? Está ela contribuindo para a nossa edificação,
reciclagem teológica, fundamentação bíblica e compartilhamento fraterno sadio?
Ou estaremos nos tornando “peixes fora d’água” no meio de um oceano de
novidades e de práticas incompatíveis com os ensinamentos bíblicos que
recebemos e nos quais cremos?
A impressão que se tem é que temos que pedir desculpas
aos colegas cada vez que nos afirmamos cessacionistas ou que não apoiamos o
ministério pastoral feminino ou que não cremos em apóstolos modernos ou que não
aceitamos sistemas mirabolantes de crescimento ou que divergimos de campanhas
esdrúxulas de 40 dias, de 100 dias, de semanas ou de novenas.
Parece que é crime ser batista tradicional e clássico no
meio dos colegas modernos, que são a vasta maioria. Somos considerados
retrógrados, quadrados, ultrapassados, imbecis, xiitas, conservadores,
fundamentalistas, reacionários, museus ambulantes, doentes mentais etc. Para um
bom convívio, temos de dizer que “juntos somos mais” ou “minha vida, impacto
para as nações”. Temos que receber os dvds das juntas missionárias cheias de
coreografias e aceitar isso como bom. Temos que cantar a mesma música, rezar na
mesma cartilha, praticar a mesma campanha, bajular os mesmos ícones, ler as
mesmas aberrações, tudo em nome do “bom convívio e da harmonia”. E bem sabemos:
não seremos convidados sequer para fazer uma oração silenciosa, uma vez que os
cargos são marcados, numerados e direcionados a quem aglutina, a quem bajula, a
quem aceita tudo.
Não foi isso que os saudosos pastores Salvador Farina
Filho e Rubens Lopes, em São Paulo , e José de Souza Marques, na Bahia,
pensaram, ao criarem as ordens de pastores batistas de São Paulo e do Brasil,
respectivamente (1942 e 1940).
Sem nenhum cunho separatista ou de cisão pela cisão,
queremos registrar o nosso protesto contra toda essa situação teratológica que
vivemos neste início do século XXI e fazer uma proposta para ações concretas de
retorno à sensatez, à sã doutrina e aos valores basilares de nossas
instituições.
Nós protestamos.
Protestamos contra a dança e a coreografia no culto que
prestamos a Deus e em nossas igrejas batistas. O culto que agrada a Deus não é
estético, é espiritual; não é profano, é sacro; não é fundamentado na
sociologia e na antropologia, mas na teologia.
Protestamos contra as igrejas batistas que transformaram
suas plataformas de púlpito, obreiros e músicos em palcos para a realização de
espetáculos! O culto não é show!
Protestamos contra aqueles que defendem os dons de sinais
como contemporâneos às igrejas. Protestamos contra os atuais profetas de
igreja, contra aqueles que dizem receber revelações extra-bíblicas, contra
aqueles que dizem ter “ministrações” em português ou em línguas estranhas.
Protestamos contra a teologia da prosperidade, que invade
a nossa teologia e os nossos cultos, escravizando o povo ao mero sucesso
financeiro em detrimento da verdadeira riqueza celestial!
Protestamos contra as unções que inventaram para a
atualidade! Nós não cremos - e desafiamos quem crê - a mostrar-nos nas
Escrituras Sagradas as tais “unção de primogenitura”, “unção de conquista”,
unção apostólica” ou quaisquer outras!
Protestamos contra a existência de apóstolos modernos, pois
não houve nem sucessão nem restauração deste ministério. Eles, os bíblicos,
foram suficientes e foram escolhidos por Cristo. Nós somos apenas auxiliares do
Supremo Pastor, nada mais que isso. Não há mais apóstolos!
Protestamos contra sistemas de crescimento de igreja que
tendem a transformá-las em fábrica de adeptos ou postos de venda de grandes
indústrias religiosas. Protestamos contra esquemas mirabolantes de ampliação e
de modificação de igrejas, à luz de supostos líderes evangélicos que mantém fé
dúbia e pouco ortodoxa! Protestamos contra G12, M12, contra Igrejas Com
Propósitos ou qualquer outro sistema que queira impor uma eclesiologia
diferente a uma igreja batista!
Protestamos contra o pastorado feminino! Mulheres e
homens são iguais perante Deus; mulheres e homens têm livre acesso ao Senhor.
Mas mulheres têm funções diferentes das dos homens e nas páginas da bíblia não
foi confiado às mulheres o ministério pastoral. Isto não as desmerece diante
dos homens. Deus nos criou com ministérios diferentes e nós ainda cremos na
Bíblia sem precisar mudá-la, ampliá-la ou adaptá-la! Não reconhecemos o
ministério pastoral feminino batista!
Cremos na Bíblia como única Palavra de Deus, inerrante,
verdadeira, fiel, isenta de manchas ou erros. Nós cremos na Bíblia e só na
Bíblia. Não precisamos de novos intérpretes, novas versões ou traduções
contemporâneas para compreender qual é a Palavra de Deus revelada. Protestamos
contra as versões modernas e adulteradoras da Palavra e não aceitamos a chamada
re-leitura das Escrituras!
Protestamos contra o culto antropocêntrico, que faz do
homem e de suas necessidades a razão de ser das atividades eclesiásticas e
religiosas. Protestamos também contra todo culto que não seja direcionado a
Deus! Protestamos contra o culto que exalta o homem e que busca a glória
humana!
Rejeitamos o ecumenismo e não admitimos uma fé misturada
com paganismos, tradições, modismos e com opiniões meramente humanas.
Protestamos contra igrejas batistas que perderam os seus distintivos, os seus
princípios, as suas raízes e se tornaram meras agremiações liberais religiosas!
Protestamos contra as organizações eclesiásticas
dominadoras, que querem transformar as igrejas em entidades dirigidas por uma
convenção ou associação. Nós ainda cremos na autonomia das igrejas locais e na
independência das igrejas! Cremos na cooperação dos batistas, mas não na
intromissão das entidades na administração local. Protestamos contra a
tendência atual de bispado e de sedes eclesiásticas para batistas!
Protestamos contra o modernismo religioso, contra o
liberalismo teológico, contra o evolucionismo e neopentecostalismo que já
encontramos em nossas literaturas batistas e em nossos seminários infiéis.
Sim. Somos protestantes.
E, à luz do nosso protesto, anunciamos aos colegas, aos
pastores que ainda vêem com seriedade o ministério cristão batista: criamos uma
nova ordem alternativa de pastores. Uma ordem baseada em nossa comunhão batista
clássica, em nossas raízes e aspectos distintivos, em nossa comunhão cristã
ortodoxa e sem liberalismo.
Uma comunhão de pastores concordes, que pensam da
mesma maneira, que lutam a mesma batalha, que possuem a mesma opinião. Uma
ordem que nos dê um rumo, uma luz, um norte, que seja um referencial, que tenha
a seriedade de assumir posições, que sirva de organização em nível geral de
colegas de opiniões semelhantes. Que seja uma entidade com VEZ e VOZ, que
expresse aquilo que muitos de nós gostaríamos de dizer mas que, infelizmente,
nem sempre poderíamos ser ouvidos isoladamente. Uma ordem de pastores batistas
clássicos, conservadores, tradicionais, bíblicos.
“Andarão dois juntos se não houver entre eles acordo?”
Amós 3.3.
Esta ordem terá critérios claros para os seus membros. Os
critérios seriam exatamente aqueles que foram foco do protesto que fizemos logo
acima, fruto da observação de todas as coisas que nos causam tanto
aborrecimento e perplexidade.
Esta ordem se transformará num autêntico “selo de
qualidade de obreiro batista”. Quem for associado dela terá uma recomendação
muito boa a seu respeito, pois seus membros serão reconhecidos como bem
doutrinados, conhecedores da Palavra de Deus, de moral ilibada e de vida
espiritual reconhecida. Assim eram os pastores da Ordem dos Pastores
antigamente. A nossa carteirinha, à moda antiga, com páginas para carimbo.
Esta Ordem promoverá a comunhão entre os obreiros de
mesma opinião. Tal comunhão seria conseguida através de correspondências,
encontros, redes sociais, amizades verdadeiras, discipulados, “pastoreamento”
entre os colegas, bem como o compartilhamento de experiências.
Também preparará novos obreiros. É bom que se diga que
não é o seminário que faz o bom pastor. Muitos dos nossos pioneiros eram
autodidatas, não fizeram cursos formais de teologia. Infelizmente, hoje há
seminários que mais estragam os candidatos do que os preparam para o
ministério. A nossa ordem poderá desenvolver o seu próprio preparo teológico
para os seus obreiros, com seminário à distância, e/ou presencial, publicação e
recomendação de boas literaturas teológicas para os seminaristas. No caso de
concílios, poderemos ser consultados pelas igrejas dos colegas, para o exame
dos mesmos e a sua recomendação ao ministério pastoral. Os nossos critérios
serão claros e não políticos.
A nova Ordem poderá promover CONGRESSOS DE DOUTRINAS BATISTAS.
Prepararemos um currículo e um curso apostilado de nossa Ordem, para que os
colegas ensinem às igrejas as matérias concernentes ao assunto. Será uma
excelente contribuição ao trabalho batista.
A nova Ordem poderá trazer à comunhão obreiros decepcionados
com o sistema. Não somos os únicos. Somos apenas uma pequenina parcela de
pastores que ficaram aquém da máquina denominacional. Há muitos colegas que não
participam mais e não falam mais, pois divergem do que vem acontecendo. Tais
colegas, ao tomar conhecimento de nossa agremiação, poderão motivar-se a
cooperar, a contribuir, a participar e, assim, a acrescentar sua boa
experiência a serviço de nosso ministério.
A nossa Ordem terá uma página na internet. Nessa página
teremos tudo a nosso respeito: a nossa história, os nossos distintivos, a nossa
agenda, os nossos associados, os nossos artigos, as nossas igrejas, as nossas
propostas, as nossas opiniões, enfim, será uma autêntica SALA DE IMPRENSA ao
grande público, mormente à denominação batista, que, queira ou não, terá que
nos ouvir e terá que nos respeitar.
A nossa Ordem poderá editar lições bíblicas para a EBD e
publicar livros sobre o ministério e ciências bíblicas. Seremos uma espécie de
ressurreição da Casa Publicadora Baptista, com jornal e tudo. Por que não? Não
foi com 16 hinos que Salomão Luiz Ginsburg começou um hinário chamado CANTOR
CRISTÃO?
Nós, os pastores batistas concordes e convocados para
esta momento, organizamos uma aliança de pastores, nos dizeres de José de Souza
Marques em 1940 ou uma ordem de pastores batistas, nos dizeres de Salvador
Farina Filho em 1942.
Trilharemos o caminho de volta aos valores antigos, às
origens, às publicações clássicas antigas, ao procedimento pastoral bíblico e
trabalharemos com afinco neste propósito, dando a nossa parcela de contribuição
à denominação, num contraponto à situação terrível que o ministério pastoral
batista se encontra.
Criamos a
ORDEM DOS PASTORES BATISTAS CLÁSSICOS DO
BRASIL,
mas poderemos estendê-la a todos os pastores batistas conservadores
lusófonos pelo mundo. Nossa agremiação pode acolher outros colegas que assinem
o mesmo manifesto e aceitem as mesmas condições e não se exige dos seus membros
abdicação ou desfiliação da OPBB ou outras instituições afins.
Este é o nosso manifesto. Que Deus nos ajude!
Carapicuíba, São Paulo, Brasil, 26 de maio de 2012
Assinam este documento:
Pastor Wagner Antonio de Araújo
Pastor da Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel, em
Carapicuíba, São Paulo, Brasil
bnovas@uol.com.br
Pastor Messias José dos Santos
Pastor da Primeira Igreja Batista em São José do Rio
Pardo, São Paulo, Brasil
pr.messiassantos@gmail.com
Pastor Gilson Celestino dos Santos
Pastor da Primeira Igreja Batista Holística de Vila
Formosa, São Paulo, Brasil
ibhvf@yahoo.com
Pastor Samuel Lima de Oliveira
Pastor da Primeira Igreja Batista em Jardim Fortaleza,
Vargem Grande do Sul, São Paulo, Brasil
eunice_vgsul@hotmail.com
Pastor Marcos Gesiel Laurentino
Pastor da Igreja Batista Fundamental em Araguari, Minas
Gerais
marcosgesiel@yahoo.com.br
Pastor Ibraulino Batista de Souza
Membro da Primeira Igreja Batista da Penha, São Paulo,
Brasil
ibraulino@uol.com.br
Pastor Eliseu Lucas
Pastor da Missão Batista Raízes em Guaxupé, Minas Gerais,
congregação da
Primeira Igreja Batista em Mococa, São Paulo, Brasil
eliseulucas@gmail.com
Pastor Wilson Pereira Martins
Pastor da Igreja Batista do Bairro do Limão, São Paulo,
Brasil
prwilsonmartins66@gmail.com
Pastor Aparecido Donizete Fernandes
Pastor da Igreja Batista Sinai, São Paulo, Brasil
pastorfernandes1@gmail.com
Aos pastores batistas interessados e a quem
queira maiores informações:
E-mail da OPBCB: opbcb2012@gmail.com