Falso Avivamento entre os Evangélicos do Brasil - Pr.Renato Vargens

Muito se tem falado ultimamente de um grande avivamento em terras tupiniquins.
Reportagens sobre um grande despertamento espiritual no Brasil têm se
espalhado por boa parte do mundo. De fato, a graça de Cristo tem sido
derramada de forma especial em milhões de pessoas, o que, por
conseguinte têm levado as nossas igrejas ficarem completamente lotadas.
Homens, mulheres e crianças a cada ano que passa migram em direção a fé
evangélica produzindo um índice de crescimento da igreja maior que o da
população do país.
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Não tenho a menor dúvida de que existe um grande despertar no povo
brasileiro quanto à necessidade de encontrar-se com Deus. O Brasil,
outrora conhecido, como terra da magia, da feitiçaria do candomblé, aos
poucos têm mudado as suas expressões de fé. Os programas televisivos se
multiplicam a cada ano, horários considerados nobres na TV, até então
inexpugnáveis tornaram-se accessíveis a comunidade evangélica. Contudo,
ainda que experimentemos da ação do Espírito, ainda que o evangelho se
esparrame por esse país ,é absolutamente perceptível algumas
discrepâncias em nosso meio.
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Isto posto, é imprescindível que entendamos que o fato de possuirmos uma
grande quantidade de pessoas em nossas igrejas, não significa
necessariamente que estejamos experimentando um genuíno avivamento. Como
já escrevi anteriormente, avivamentos sempre vão produzir cultos
centrados em Cristo. Na verdade, os avivamentos bíblicos e históricos
sempre foram cristocêntricos. Além disso avivamentos verdadeiros sempre
nos levarão a uma adoração desinteressada. Entretanto, tenho percebido
que quanto mais avançamos no quesito quantidade, mais pobres ficamos em
nossa devocionalidade e espiritualidade. Você já se deu conta que boa
parte das nossas canções estão focadas nas necessidades humanas e não
nas qualidades de Deus? Você já percebeu que em nome de uma
pseudo-espiritualidade banaliza-se a adoração em detrimento das
necessidades daquele que canta? Sei que canções belíssimas têm sido
cantadas do Oiapoque ao Chuí, No entanto, é inegável que juntamente a
tais canções outras completamente estaparfúdias vem sendo ministradas em
nossos púlpitos.
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Através do Genizah <http://www.genizahvirtual.com/search?q=bonde> tomei
conhecimento de uma "paródia" intitulada "Bonde do Ungidão". Tal canção
baseia-se no funk e numa de suas famosas músicas muito tocada neste país
há alguns anos passados, senão vejamos:
Quer mudar, quer mudar
Ungidão vai te ensinar
Eu vou passar óleo na mão
Vou sim meu irmão Vou ungi você varão
Vou sim, vou sim
Orando de hora em hora
Vou sim ,vou sim
Conquistar sua vitória
Agora, agora Eu vou passar óleo na mão
Vou mostrar que o ungidão
O senhor é Jesus Cristo
Então desperta, desperta
E o Bonde do Ungidão
Segure a Bíblia e levante a mão
É o bonde do ungidão
Quer mudar quer mudar
Ungidão vai te ensinar
Só as varoas / hú,hú,hú,hú,hú
Abençoadas / hú,hú,hú,hú,hú,hú
Varões de guerra / hú,hú,hú,hú,hú,hú
A igreja toda / hú,hú,hú,hú,hú,hú
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Caro leitor, a luz desta coisa horrorosa pergunto: Por acaso você já se
deu conta que as letras de algumas de nossas músicas são empobrecidas
teologicamente, simplistas e sem graça? Já percebeu que o conteúdo das
nossas canções afrontam o bom senso?
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Prezado amigo a vida cristã é simples, nós é que a complicamos.
Infelizmente em nome de uma pseudo-espiritualidade, ligamos o nosso
achômetro na tomada da sintologia esquecendo de fazer da Palavra de Deus
referência para as nossas vidas. Mais do que nunca torna-se necessário
que redescubramos a importância e a centralidade da Palavra de Deus. Em
tempos como este é mister que sejamos como os de Bérea, ou seja, fazendo
da Palavra de Deus a bússola que norteia os nossos passos e caminhos.
Como inúmeras vezes afirmei neste blog, confesso que estou absolutamente
perplexo e preocupado com os rumos da igreja evangélica. Chego a
conclusão de que mais do que nunca a igreja brasileira precisa
URGENTEMENTE de uma nova reforma. Como costumava dizer o reformador João
Calvino o verdadeiro conhecimento de Deus está na bíblia, e de que ela é
o escudo que nos protege do erro. Em tempos difíceis como o nosso,
precisamos regressar à Palavra de Deus, fazendo dela nossa única regra
de fé, prática e comportamento.
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Pense nisso!
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Pr.Renato Vargens