Batistas e a Predestinação

Veja uma bela exposição exposta na pagina http://cincosolas.blogspot.com/2007/08/breve-comparao-entre-arminianismo-e.html




Breve comparação entre arminianismo e calvinismo
Antes de apresentar as diferenças, é necessário salientar que este é um debate intramuros de irmãos em Cristo. Não se levanta a questão para se saber quem é salvo e quem não é, tampouco para descobrir quem é o mais espiritual, pois em ambos os lados há pessoas verdadeiramente convertidas e de vida piedosa. Porém, não se pode dizer que o tema é irrelevante, haja vista que nossa vida diária, o culto que oferecemos ao Senhor e o serviço que prestamos em Sua Obra são influenciados pela maneira como entendemos essas questões. Os parágrafos seguintes apresentam as duas opções teológicas da forma mais imparcial possível.

O calvinismo entende que o homem é absolutamente incapaz de ir a Cristo, pois está morto espiritualmente e precisa antes de qualquer ação de sua parte ser vivificado em seu espírito e renovado em sua vontade. O arminianismo entende que o homem tem livre-arbítrio pelo qual pode crer e aceitar a Cristo, para depois ser regenerado.

O calvinismo crê que Deus escolheu de forma soberana e graciosa aqueles a quem iria salvar, sem que nada neles os habilitasse a isso, nem mesmo fé antevista. Os arminianos crêem que Deus escolheu aqueles que Ele pela Sua presciência viu que iriam responder com fé à oferta do evangelho.

Os calvinistas afirmam que Jesus Cristo morreu para tornar certa a salvação daqueles que Deus havia escolhido na eternidade. O arminianismo ensina que Jesus morreu para tornar possível a salvação de todos e cada um dos homens.

O calvinismo crê que os eleitos são chamados de forma eficaz, de modo que todos sejam salvos. O arminianismo crê que a graça pode ser resisistida e de fato é por aqueles que não crêem.

Os calvinistas crêem que todos os que foram verdadeiramente regenerados irão perseverar certamente. Os arminianos acreditam que crentes nascidos de novo podem vir a cair da fé e perder a salvação.

Apresentadas estas diferenças, convém esclarecer alguns mal entendidos de parte a parte.

Não é certo dizer que os calvinistas acreditam que o homem é como um robô ou fantoche, pois eles acreditam que os homens sãos erem morais livres. E não é correto afirmar que os arminianos ensinam que o homem pode ser salvo apenas pela sua vontade, sem a assistência da graça.

Não é verdade que os calvinistas defendem uma eleição arbitrária, tipo um sorteio cósmico, pois fazem a eleição depender de um Deus que é soberano, sábio e bom. Também não é certo afirmar que os arminianos negam a doutrina da eleição, pois afirmam a eleição ou pela presciência ou de forma corporativa.

Não e correto afirmar que os calvinistas limitam o valor da morte de Cristo, pois eles afirmam que ela é suficiente para salvação de todos os homens. E não é verdade que os arminianos defendem o universalismo, pois a fé é ressaltada como necessária à salvação e nem todos crêem.

Não é verdade que os calvinistas crêem que Deus obriga as pessoas a amá-lo, pois o que Deus faz é mudar a disposição do coração do homem, para que o ame voluntariamente. Também não é verdade que os arminianos ensinam que a graça ajuda mas não é imprescindível à salvação.

Finalmente, não é verdade que os calvinistas defendem que os crentes serão salvos de qualquer jeito, mesmos que percam a fé. E é mentira que os arminianos afirmam que a salvação depende totalmente do crente.

Nestes pontos, o que é comum aos dois sistemas é que ambos admitem os efeitos da queda, variando o grau e a extensão desses efeitos, que ao final nem todos os homens são salvos, sendo que a fé a incredulidade caracterizarão os salvos e os perdidos, respectivamente, que a salvação do homem depende da obra de Cristo em seu favor na cruz, que a chamada pelo Espírito Santo é necessária e que todos dos que forem salvos terão perseverado. É em detalhes, pequenos mas fundamentais, que estão as diferenças que distinguem os dois sistemas.

Finalmente, não se pode afirmar que os dois sistemas estão certos. Nem que um deles está 100% certo e o outro 100% errado. Contudo, um deles conta com o testemunho mais abrangente, profundo e consistente das Escrituras. E portanto, deve ser aceito como o que mais se aproxima da verdade revelada. O estudo cuidadoso e com disposição para abandonar pressupostos em nome da verdade bíblica revelerá qual deve receber nossa aprovação.

Soli Deo Gloria
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Sabendo que Spurgeon, Carey, Ginsburg e outros expoentes eram calvinistas, busquei estudar com afinco as questoes soteriologicas.

Achava que sabia alguma coisa.

Nao sabia nada.

Porque se fala muito no tal livre arbitrio sem saber bem o que implica.

Depois de muito estudar, pude ver que os batistas brasileiros foram calvinistas moderados (nao confundir com a hiper-calvinismo que é uma heresia).

Com uma leva de professores que vieram da Convenção do Sul (Junta de Richmond) impregnados pelas doutrinas de Finney, houve uma gradual e acelerada mudança de uma postura calvinista para uma ¨murista¨, adotando pontos de uma e de outra corrente.

Quis saber mais e fui estudar olhando as referencias nas Escrituras.

Cheguei a conclusao de que o arminianismo é uma reedição aprimorada/adaptada da heresia de Pelágio, tanto combatida por Agostinho no século V.

Nos moldes atuais, Agostinho seguiria o ensino de Paulo quanto a predestinação e seria considerado calvinista.

E Paulo é o calvinista por excelencia, notadamente pelos seus escritos aos Romanos.

Vejo que há muita gente (inclusive teólogos - talvez nao tao aplicados nas aulas de soteriologia) que tem uma vaga noção, se tanto, do que vem a ser arminianismo ou calvinismo.

Pouquissimos sabem até a origem dessas designações (que nao tem diretamente nada a ver com Calvino ou Arminio mas foi homenagens de seus alunos - os remontrantes cunharam suas teses de arminianas e a contestação feita pelos discipulos de Calvino diante da Assembleia (ou Dieta ?) de Dort, na Holanda, cunharam-na de calvinistas.

De tudo que estudei cheguei a conclusao de que escrituristicamente o calvinismo moderado (puro) se sustenta inteiramente, sem qualquer sofisma ou hiperbolismo.

Já o armianismo, considero herdeiro das teses humanistas que era o quente da intelectualidade européia do século XVII (anos 1600). Tem muita coisa que só mesmo forçando a barra se pode achar uma sustentação biblica.

Diante disso e do direito que a denominação batista me dá em termos soteriologico, fiquei simpático ao calvinismo.

Creio que a conhecida e velada dificuldade de relacionamento ainda persistente entre batistas e presbiterianos, se deve em grande parte a se achar que aqueles sao hiper-calvinistas, o que nao é verdadeiro.

Alias, chego a ousar pensar que temos muito a ver na visao teologica com os presbiterianos, mais com que qualquer outro grupo advindo da Reforma.

Enfim, sou calvinista convicto, principalmente lendo o que está disposto em Romanos 8:27 a 29.

Mas nao so nesses versos, mas em muitos outros.

Só citei este porque é o que me salta a vista em termos de coadunação biblica (eleito, chamado, justificado e glorificado).

No entanto, respeito aqueles que se confessam arminianos.

Geralmente, quando busco ir a fundo numa discussao soteriologica, vejo que muitos se definem assim pelo tal de ¨livre arbitrio¨, mas nao sabem discorrer mais nada nem mostrar referencias claras de sua existencia pelas Escrituras.

Falo de pessoas que deveriam ser preparadas, teólogos.

Outrossim, conheço muitos teólogos (pastores) que detem particularmente a visao calvinista, mas acham por bem nao se declararem, devido ao preconceito reinante devido ao hiper-calvinismo.

Nao os julgo mal, porque a propria DD é indefinida (murista, como costumo chamar).

Sei ainda que muitos batistas tradicionalistas rejeitam algum conexao com a Reforma, esquecendo as evidencias que o Pastor Zaqueu magistralmente elencou abaixo, ao falar dos batistas gerais e particulares, movimento surgido nos anos 1615, aproximadamente.

Mas há os que preferem pensar na visao católica de continuidade apostolica (difundida pelo livro de Lewis Carroll - O Rastro de Sangue).

Nessa, sinceramente, só mesmo estando completamente cego pelo landmarkismo para aceitar.

Creio ainda que as duas correntes soteriologicas (doutrinas da salvação), sao estudos complexos e que demanda muita meditação e oração para um posicionamento.

Nao se trata de escolher o lado, a la vasco versus flamengo.

Como se diz que os batistas buscam serem bereanos, creio que os interessados irao buscar com afinco o melhor posiconamento nessas questoes.

Mas tambem sei que elas no passado tinham a virtude de dar enfases (como o calvinismo enfatizou missoes).

Mas nao é nada que poe em risco a salvação.

Apesar de que a tese arminiana vai de encontro de algo que nós batistas refutamos veementemente, de que se pode perder a salvação.

Cremos biblicamente que uma vez salvo, salvo para sempre.

Um dos textos biblicos marcantes para mim para examinar mais criteriosamente o calvinismo que adotei e o seguinte:


"Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor." - Efésios 1:4.


Abracos
jose fernando
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No momento não me proponho a escrever sobre este assunto, que pode parecer árido para muitos de nós.

Apenas lembrar que quando se fala em predestinação, logo vem à mente o calvinismo e às vezes a idéia hiper-calvinista, que nem mesmo Calvino aceitava.

Lembro ainda que os batistas nasceram em duas alas no século XVII, sendo a primeira arminiana e a segunda calvinista.

Os dois grupos prosseguiram separados na Inglaterra, até 1891, quando foi criada a União Batista da Grã Bretanha e Irlanda.

É bom dizer que os batistas particulares ou calvinistas exerceram uma contribuição positiva na Inglaterra, assim como nos Estados Unidos, principalmente sabendo que o movimento de missões modernas nasceu com eles, sendo calvinistas moderados os grandes líderes iniciais desse movimento, como Guilherme Carey, João Ryland, André Fuller e outros.

No Brasil, a Convenção Batista Brasileira tem uma posição calvinista na sua Declaração Doutrinária, que é a segurança dos salvos ("a salvação do crente é eterna") e outra arminiana que é a expiação universal de Cristo ("a salvação é um dom gratuito que Deus oferece a todos os homens").

Assim costumo afirmar que não somos nem calvinistas nem arminianos.

Com isso quero dizer que não é quebra dos princípios batistas assumir uma posição calvinista em seu todo, embora haja restrições no que se refere às igrejas da CBB.

Pr. Zaqueu

http://www.projetoamor.com/news.php?readmore=1975