Palavras de Jesus na Cruz

Data: Sex 10 abr 2009 09:30
De: "Pastor Barbosa Neto"


AS SETE PALAVRAS PROFERIDAS POR JESUS NA CRUZ



Nesta sexta-feira, tida como a ‘sexta-feira da paixão’, meditemos um pouco
sobre estas sete palavras que Jesus proferiu da Cruz!





1ª - PERDÃO



Cremos que foi nessa hora cruciante que Jesus proferiu a primeira palavra na
Cruz, que é uma oração profundíssima dor e angústia: “Pai, perdoa-lhes, pois
não sabem o que fazem” (João 22.34).



Nos Evangelhos, temos sete expressões proferidas por Jesus na Cruz, que são
chamadas abreviadamente de “as sete palavras da Cruz”. Três foram dirigidas
ao Pai, e quatro aos que circundavam a Cruz. Uma das maiores e
misericordiosas bênçãos que o pecador pode receber de Deus é o perdão de
seus pecados. O Salmista diz: “Bem-Aventurado aquele cuja transgressão é
perdoada e cujo pecado é encoberto” Sal. 32.1)



Sim, bem-aventurado! E, nesta hora de indescritível sofrimento, Jesus
intercede pelos próprios inimigos e verdugos. Neste exato momento
cumpria-se, assim, a profecia de Isaías 53.12: “...e pelos transgressores
intercedeu.”



O apóstolo Pedro, interpretando o ato da crucificação, diz: “Ora, irmãos, eu
sei que o fizestes por ignorância, como também as vossas autoridades” (Atos
3.17). E Paulo, escrevendo sobre a sabedoria de Deus diz: “Nenhum dos
poderosos deste mundo a conheceu, pois se a tivesse conhecida, jamais
teriam crucificado o Senhor da Glória” (I Coríntios 2.8).



Somente o Senhor Jesus sabe realmente o motivo, a eficiência e o resultado
desta sua misericordiosa oração intercessória. Dirigida a todos, é um apelo
de Deus ao coração humano! É a grande proclamação de Deus em Cristo Jesus: o
perdão!



2ª - AMOR



“Vendo Jesus ali a sua mãe, e que o discípulo a quem Ele amava estava
presente, disse a sua mãe: ‘Mulher, eis aí o teu filho’. Depois disse ao
discípulo: ‘Eis aí a tua mãe’. Desse hora em diante o discípulo a recebeu em
sua casa” João 19.26-27).



Perto da Cruz estava o ministério do amor! O fato de Jesus chamar sua mãe de
Mulher, não significa, de modo algum, desrespeito filial, era equivalente a
dizer Senhora de modo digno e honroso e de profundo afeto filial. Claramente
podemos descobrir nestas palavras de Jesus seu filial e fraterno afeto
humano às pessoas de sua mãe e de seu discípulo amado.



Àquela, porque o levou em seu seio materno e dele cuidou na sua infância,
meninice, adolescência e até àquela hora suprema de sua morte, no Calvário;
a este, por ser o discípulo mais idôneo para a incumbência que recebia:
acolher e cuidar da mãe de Jesus! Quanta honra! Que privilégio e hora deste
discípulo, o receber do Senhor a incumbência de cuidar da mãe do Filho de
Deus humanado! Maria necessitava de cuidados especiais, da proteção humana
de João, o apóstolo amado, já que os irmãos de Jesus, até então, eram
arredios ao Senhor Jesus, conforme João 7. 5, os quais não “criam nEle”.



É quase certo que os irmãos e as irmãs de Jesus ainda não fossem crentes.
Cremos que pelo menos alguns, senão todos, amavam a sua mãe e estariam
pr0ontos para cumprir seus deveres filiais, mas João era crente, discípulo
amigo e apóstolo e estava em muito melhores condições de cuidar da mãe do
Salvador, não somente como parente chegado que era, mas sobretudo como irmão
em Cristo!Jesus não confiou João a Maria, mas sim Maria a João! É bom
observarmos que o texto, absolutamente nada, indica que Maria seja
‘padroeira’ dos santos e ‘protetora’ da Igreja de Cristo. O texto é claro e
desautoriza a quem pensa assim...



3ª - ESPERANÇA



“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” Lucas 23.43).



Vejamos como salvo um grande pecador. Na agonia indescritível da cruz, que
estaria pensando este grande pecador acerca dele mesmo, acerca de seu
companheiro de crimes e acerca de Jesus, com ele também crucificado?



Pela leitura do texto sagrado, concluímos que aquele homem malfeitor
reconheceu três fatos profundamente reais e verdadeiros: a) que era
malfeitos, b) que o castigo a ele infligido era justo, c) que, mesmo naquele
derradeiro e angustiante estado, haveria esperança de ser salvo!



Aqui temos a história da salvação em seus largos passos, generalizados e
aplicáveis, necessariamente, a todos os pecadores que desejam alcançar a
salvação de sua alma.



1. Há no ser humano um tribunal divino que se chama consciência. Desde
que o homem não sofra das faculdades mentais, a consciência sente, fala,
grita, acusa, julga, apela às fontes da razão, da vontade e do coração
humano, no sentido de beneficiar, de dirigir e de impulsionar o espírito em
trevas para a fonte irrevogável da divina Luz! Deus é misericordioso e
longânime em esperar que os , despertados pela consciência, usem de sua
suprema vontade e cedam os seus impulsos benéficos, reconhecendo-se
pecadores!

2. O segundo passo indispensável à salvação é reconhecer o justo
castigo que os atos maus mereciam.

3. O terceiro e grande passo que este malfeitor deu foi reconhecer que
ainda haveria esperança de salvar-se. Esta possibilidade única lhe foi
revelada pelo Espírito Santo de Deus, convencendo-o da condenação justa de
Deus e convencendo-o de que deveria arrepender-se de seus pecados e
voltar-se para Aquele que estava crucificado ao seu lado, substituindo-o na
Cruz: Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!



E o pedido foi este: “Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no Teu
reino” E Jesus lhe asseguro: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
Paraíso” (Lucas 42-43). Somente Jesus tem uma mensagem de esperança e glória
eterna para a alma angustiada e aflita! Louvado e engrandecido seja o Nome
do Senhor!



4 ª - CONSOLAÇÃO.



“Por volta da hora nona, exclamou Jesus em alta voz: “Eli, Eli, lama
sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (Mateus
27.46)



Não podemos entender claramente o porquê do abandono do Pai ao Filho amado.
Sabemos, porém, que Jesus, nesta hora suprema, se fez pecado por nós – não
pecador – cravando em seu corpo, na cruz, os pecados da humanidade, a fim
de salvar a todo pecador que nEle crê.



Jesus, como homem, era limitado e, portanto, sentiu-se abandonado por Deus.
Era necessário chegar no auge do sofrimento para que pudesse ser salvador e
perfeito substituto dos pecadores. Ele morreu em nosso lugar. Esta era a
causa real de seu sacrifício vicário: fazer a expiação pelo pecado do mundo,
satisfazendo assim a justiça divina.



A morte de Cristo foi tríplice: físico, moral e espiritual. A morte física
de Jesus era absolutamente necessária, porque este era o plano eterno da
Trindade. Era necessário Jesus se oferecer em sacrifício vivo sobre o altar
da justiça divina, a fim de que seu sangue purificasse os pecados de todos
os que nEle cressem.



Mais ainda Jesus teve de curtir o sacrifício moral e espiritual. É
impossível compreender plenamente o que se passava nessa hora de supremo
sacrifício, não somente na alma do Salvador, mas no coração transpassado de
deus Pai! O Filho desamparado pelo Pai. Por que, Senhor, por quê? O apóstolo
Paulo, inspirado do alto, nos revela um pouco deste grande mistério:
“...Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado
condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em
nós...” (Romanos 8. 3-4).



E Isaías profetizou: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um
se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade
de nós todos” (Isaías 53.6).



5ª - AFLIÇÃO



“Tenho sede” João 19.28-29.



O Filho eterno de Deus, por quem e para quem todos as coisas foram criadas,
agora, limitado à natureza humana, tem sede! Jesus nunca fingiu
insensibilidade à necessidade física natural do corpo humano. Ele sentia
dor, sentia fome e sentia sede.



Jesus claramente não nutre o pensamento de que o sofrimento físico em si
tenha mérito moral. Este é mais um testemunho eloqüente que Jesus dá de seu
real sofrimento humano.



Ele que dissera “Quem tem sede venha a mim e beba (João 7.37), agora suplica
que lhe deem de beber. Ele que ofereceu a água da vida, agora pode a água
para o corpo. Jesus tem sede, sede de justiça, de compreensão, de amor, de
cuidados;...





6ª - REDENÇÃO



“Tudo está consumado” João 19.30



Jesus estava na fase final e ajuda de sua gloriosa obra expiatória da
redenção do mundo perdido. Este foi o grito triunfal da vitória sobre o
pecador e Satanás! Oh, louvado seja o Nome do Senhor!



Sim! Nesta hora estava consumada a profecia do sacrifício vicário e redentor
da Cruz e a dispensação do Velho Testamento e de todas as exigências da lei.



Os grilhões do pecado foram quebrados e as exigências justas da lei foram
superadas pela soberana graça de Deus manifestada no sacrifício de Cristo na
Cruz do Calvário, que consumou a perfeita e completa obediência à lei justa
de Deus!



Deus exigia justiça perfeita e absoluta ausência de pecado no sacrifício
oferecido para a purificação do pecado. Jesus o consumou! Aleluia! E,
finalmente, Jesus consumou na Cruz a obra total da salvação do pecador pela
graça de Deus, mediante a fé em Cristo crucificado, uma vez para sempre e
que tal sacrifício jamais se repetirá!



O sacrifício da Cruz completa a obra da salvação. Agora, resta da
ressurreição. Jesus mesmo dissera: “Eu te glorifiquei na terra, consumindo a
obra que me confiaste para fazer” (João 17.4). A oferta da redenção está
posta perante nós! Nada, absolutamente, nada falta. Apenas a nossa resposta!




7ª - VIDA ETERNA



“Pai, nas tuas mãos, entrego o meu espírito. E, dito isto, expirou.” (Lucas
23.46)



Este foi o último clamor de Jesus na Cruz! Sua vida sobre a terra foi em
constante clamor – pela palavra da verdade, pelos atos de sua vida. Mas este
último clamor do alto da Cruz ecoará até à consumação dos séculos! Glórias
sejam dadas ao Senhor!



Foi por ter-se declarado Filho de deus que Jesus fora condenado à morte, e
morte de cruz. Mas a verdade é imortal! Por isso ela continuará proclamando
que todo pecador que crer e confessar que Jesus Cristo é o Filho Unigênito
de Deus, crucificado, recebe de graça a vida eterna!



Que o Senhor Deus faça a obra que precisa ser feita em cada coração que
confesse a Jesus como seu Salvador e seu Senhor absoluto, para que tenha
todos os seus pecados perdoados, assim como, após este ato, ter o seu nome
escrito no Livro da Vida do Cordeiro e para sempre!



Ouçam o seu convite: “As minhas ovelhas ouvem aminha voz; eu as conheço, e
elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, eternamente, e
ninguém as arrebatará da minha mão”. João 10.27-28).





Pr. José BARBOSA NETO

Crato-CE.