Os batistas diante da crise de identidade e da falta de unidade - Isaltino Gomes Coelho



Preparado para um encontro com pastores batistas em Governador Valadares, MG, no “Culto da Unidade”, no dia 14.12.9



Falei, poucos dias atrás, em um encontro doutrinário em Altamira, no coração da Transamazônica. Fiquei feliz por vários motivos. Conheci o último grande rio brasileiro que me faltava conhecer, o Xingu. Conheci Altamira. Voltei à Amazônia. Conheci pastores, colegas de ministério, gente fantástica, fazendo uma grande obra. Admirei-os, respeitei-os e invejei-os por não ser como eles. E também por falar de doutrina. A freqüência foi muito boa, considerando a região e o assunto. Na realidade, foi surpreendente.



Hoje venho falar sobre este assunto. Será que os batistas estão acordando para a necessidade de união? Nosso ambiente anda bastante bagunçado. Cada um por si, cada um querendo fazer seu próprio ministério, desconsiderando os demais, com uma visão extremamente paroquial, por vezes, com visão de gueto. Há colegas isolacionistas, afastando sua igreja do convívio com as demais, omitindo-se da cooperação denominacional. Não sei é se medo, narcisismo, falta de visão do reino ou incapacidade de olhar além do seu umbigo. Aliás, preciso reencontrar um artigo que li, intitulado “Adoradores de umbigo”, em que o autor fala de obreiros e igrejas que só vêem seu jardinzinho. Somos congregacionais e enfatizamos a autonomia da igreja local. Mas sempre enfatizamos e prezamos muito a cooperação. Hoje há muita gente querendo fazer uma carreira pessoal, escrever sua história, e não a do reino.



É bom pensarmos em 1Coríntios 3.6 (“Eu plantei, e Apolo regou a planta, mas foi Deus quem a fez crescer”) e 1Coríntios 3.9-a: (“Porque nós somos companheiros de trabalho no serviço de Deus.”). Fazemos parte de um todo e devemos cuidar de nossa parte e zelar também pelo todo. Colhemos onde outros semearam, e semearemos onde outros colherão. Nós, pastores, e nossas igrejas (os crentes) recebemos dons e recursos para aplicação na obra de Deus, e não apenas na igreja local. O campo é o mundo, e não o nosso quintal. Não somos chamados para trabalhar sozinhos, mas em grupo. Paulo tinha um ministério diferente do ministério dos demais apóstolos, mas foi ter com eles, e eles lhe estenderam a mão da comunhão, como lemos em Gálatas 2.9: “E quando conheceram a graça que me fora dada, Tiago, Cefas e João, que pareciam ser as colunas, deram a mim e a Barnabé as destras de comunhão, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão”. Eles entenderam algo que muitos parecem não ter entendido: nós não somos rivais, nós somos colaboradores na mesma causa. Nós servimos ao mesmo Senhor, e a obra é dele, e não de obreiro algum.





1. O GRANDE PROBLEMA – VISÃO FRAGMENTÁRIA

O reino de Deus tem sido muito prejudicado porque muitos líderes têm uma visão fragmentária ao invés de uma visão global. Eles vêem apenas seu trabalho, seu ministério, sua igreja, sua carreira pessoal. Assim, se isolam dos outros. Prejudicam os demais porque deixam de dar e prejudicam-se a si mesmos porque deixam de receber. Entre muitas razões pelas quais isto sucede as duas mais fortes me parecem ser:



(1) O sistema batista dá ênfase à parte, mais que ao todo. O sistema batista é congregacional, e coloca mais atenção na igreja local. Não existe a Igreja Batista, mas igrejas batistas. Assim, nos detemos mais trabalhando em parte do reino, do que para o reino. Com isto, muitos pastores e muitas igrejas não têm visão do reino, da denominação, do mundo, e apenas de si. O obreiro acaba tendo uma visão do seu trabalho, seu ministério e suas funções, e não do trabalho do reino. Ou então confunde o seu trabalho com a totalidade do reino. Na figura que usei antes, confunde seu quintal com o mundo. Com a ênfase no pequeno e no grupo local, a competição também é forte entre nós e acaba triunfando sobre a cooperação. Nossa cultura de ênfase na parte cria uma subcultura, deturpada, de valorizar a fragmentação. Nossa doutrina da igreja local como autônoma não está errada. Está errada sua deturpação. Ela é parte do reino e não a totalidade do reino. Devemos olhar a partir dela para ver o todo e nos encaixarmos no todo, e não centrar o olhar nela e esquecer do todo.



(2) O espírito do mundo. Pensamos em mundanismo em termos de cosmética ou de moda. Mundanismo é questão de valores, não de forma, porque esta é conseqüência dos valores assumidos. A igreja contemporânea é mundana. Muitos ministérios e serviços são mundanos, porque seguem a mente do mundo. O mundo é antropocêntrico (o homem no centro) e individualista, rejeitando o todo e cooperação. A pós-modernidade, o pensamento caótico que rege a ação das pessoas hoje, enfatiza o lema “cada um na sua”, proporcionando assim a indiferença e o egoísmo, e promovendo o isolacionismo. Cada pessoa tem sua verdade, vive em função de si, e os outros que se danem. Esta demência cultural penetrou muito serviço cristão.



Um amigo, pastor com atividade secular, não precisando de sustento, começou um trabalho com alcoólatras e umbandistas, num bairro carente da periferia de S. Paulo. Logo tinha convertidos suficientes para uma igreja. Não precisavam de ajuda financeira, mas só de uma igreja que fosse a “igreja organizadora” (não “igreja mãe”, que as igrejas batistas não são mães nem filha, nem tias e sobrinhas uma das outras). Escreveu cartas para cinco pastores de igrejas que quisessem apenas entrar com o nome e o mérito na história de terem organizado outra igreja. Quatro não responderam. Um respondeu dizendo “Deus não nos deu visão de organizarmos outras igrejas”. Qual é a visão, neste caso? A de ser uma mega-igreja? Isto é mundanismo, espírito de grandeza e ausência de visão do reino.



Este caso, lamentavelmente real, mostra que o espírito do mundo permeou a vida eclesiástica, e como o reino é visto por uma perspectiva umbilical.



A alternativa está em 1Coríntios 3.7: “De modo que não importa nem o que planta nem o que rega, mas sim Deus, que dá o crescimento”. Há obreiros se supervalorizando. Precisamos compreender que a obra é de Deus e não de nenhum de nós em particular. É preciso evitar personalismos e sufocar a necessidade de brilhar e obter reconhecimento, a busca de sucesso pessoal, em detrimento do bem-estar do reino. Uma das maiores necessidades da liderança é ter “a mente de Cristo” (1Co 2.16). A Linguagem de Hoje traduziu esta expressão como “mas nós pensamos como Cristo pensa”. Você, líder crente, pensa como Cristo ou como o mundo? Isto se faz vivendo à sombra da cruz. O personalismo precisa ser crucificado. Assim, ao invés da doença que John Stott chamou de “holofotite”, teremos líderes sadios porque crucificados. A cruz é a única fonte de saúde espiritual válida para nós. A crucificação preserva o obreiro de qualquer enfermidade espiritual.





2. A GRANDE NECESSIDADE – VISÃO DO TODO

A visão fragmentária, além de miopia espiritual, é autismo espiritual. Precisamos nutrir uma visão do reino. Ele é maior do que nós, do que nossos ministérios e nossos serviços. Voltemos à declaração de Paulo em Gálatas 2.6-10 que nos mostra como é importante reconhecermos, valorizarmos o ministério e serviço dos outros, e cooperarmos com o Reino, sem nos vermos como concorrentes e sim cooperadores. Eis o texto, que agora leio na Linguagem de Hoje: “E aqueles que pareciam ser os líderes da igreja—digo isso porque para mim não importa o que eles eram, pois Deus não julga pela aparência—aqueles líderes, repito, não me deram nenhuma idéia nova. Pelo contrário, eles viram que Deus me tinha dado a responsabilidade de anunciar o evangelho aos não-judeus, assim como tinha dado a Pedro a responsabilidade de anunciá-lo aos judeus. Pois pelo poder de Deus fui feito apóstolo para anunciar o evangelho aos não-judeus, assim como Pedro foi feito apóstolo para anunciar o evangelho aos judeus. Por isso Tiago, Pedro e João, que eram considerados os líderes da igreja, reconheceram que Deus me tinha dado essa tarefa especial. E, como sinal de que éramos todos companheiros, eles deram a mim e a Barnabé um aperto de mãos. E todos nós combinamos que eu e Barnabé iríamos trabalhar entre os não-judeus e eles, entre os judeus. Eles nos pediram só uma coisa: que lembrássemos dos pobres das igrejas deles, e isso eu sempre tenho procurado fazer”.



Solidariedade e mutualidade devem fazer parte de nossa agenda de relacionamentos. Há outros mordomos e outros setores do Reino que devemos respeitar, com os quais devemos colaborar e nos quais também devemos investir. Embora um pouco extenso, o texto de 1Coríntios 12.14-27 merece nossa consideração. Antes de lê-lo, lembremos de seu contexto. São palavras dirigidas a uma igreja fragmentada, onde cada um escolhia grupos onde se perfilar e os julgava mais importante que os demais: “Pois o corpo não é feito de uma só parte, mas de muitas. Se o pé disser: ‘Já que não sou mão, não sou do corpo’, nem por isso deixa de ser do corpo. Se o ouvido disser: ‘Já que não sou olho, não sou do corpo’, nem por isso deixa de ser do corpo. Se o corpo todo fosse olho, como poderíamos ouvir? E, se o corpo todo fosse ouvido, como poderíamos cheirar? Assim Deus colocou cada parte diferente do corpo conforme ele quis. Se o corpo todo fosse uma parte só, não existiria corpo. De fato, existem muitas partes, mas um só corpo. Portanto, o olho não pode dizer para a mão: ‘Eu não preciso de você’. E a cabeça não pode dizer para os pés: ‘Não preciso de vocês’. O fato é que as partes do corpo que parecem ser as mais fracas são as mais necessárias, e aquelas que achamos menos honrosas são as que tratamos com mais honra. E as partes que parecem ser feias recebem um cuidado especial, que as outras mais bonitas não precisam. Foi assim que Deus fez o corpo, dando mais honra às partes menos honrosas. Desse modo não existe divisão no corpo, mas todas as suas partes têm o mesmo interesse umas pelas outras. Se uma parte do corpo sofre, todas as outras sofrem com ela. Se uma é elogiada, todas as outras se alegram com ela. Pois bem, vocês são o corpo de Cristo, e cada um é uma parte desse corpo”.



3. A GRANDE ATITUDE – OPTAR PELA COOPERAÇÃO E PELA SOLIDARIEDADE

A visão individualista me lembra a história do sujeito, num bote, que começou a fazer um buraco debaixo do seu banco. Quando chamaram sua atenção, ele disse: “Cuidem do banco de vocês, que no meu banco eu faço o que quero. Paguei minha passagem e tenho tanto direito como vocês!”. Ele não entendeu duas coisas. Primeiro, o bote não era dele. Segundo, se ele afundasse, os outros afundariam com ele, e por isso tinham direito de se expressar. Muito individualismo hoje é insegurança. O sujeito tem medo de ser repreendido por fazer bobagens e brada: “Minha igreja…!”. A igreja é de Jesus, e não dele. E se ele afundar, no reino, outros irão com ele.



Temos intimizado a vida cristã, mas ela é relacional. Francis Schaeffer, talvez o mais brilhante pensador cristão do século passado, disse que a salvação é individual, mas não individualista. Não há salvação por atacado. A conversão deve ser individual, cada um diante de Deus, chorando seus pecados e aceitando a Cristo. Mas não é individualista. Não somos chamados para vivermos isolados uns dos outros. Gosto do episódio de João 19.25-26, palavras de Jesus na cruz (“Perto da cruz de Jesus estavam a sua mãe, e a irmã dela, e Maria, a esposa de Clopas, e também Maria Madalena. Quando Jesus viu a sua mãe e perto dela o discípulo que ele amava, disse a ela: — Este é o seu filho”). Elas nos mostram que a cruz inter-relaciona as pessoas e cria novas fronteiras de colaboração e de responsabilidade. Seguir a Cristo é viver em grupo. Não é verdade que se pode ser crente fora da Igreja e de uma igreja. A Igreja é o corpo de Cristo e as igrejas são a expressão visível deste corpo invisível. É por isto que somos advertidos em Hebreus 10.25: “Não abandonemos, como alguns estão fazendo, o costume de assistir às nossas reuniões. Pelo contrário, animemos uns aos outros e ainda mais agora que vocês vêem que o dia está chegando”. O termo grego usado para “reuniões” é synagoguê, com a idéia de comunidade local, a igreja local. O crente tem um dever para com a sua igreja local.



Nutrir uma visão do todo e colaborar uns com os outros nos ajudará a cultivarmos uma visão sadia do reino e nos fará ter bons relacionamentos. Para isto, o líder deve ser uma pessoa equilibrada. Ele é a chave. A denominação tem sofrido muito por falta de líderes com visão serviçal, de grupo, que busquem o melhor para o reino. Aponto algumas características que os pastores, diáconos, e demais líderes em geral precisam ter.



(1) Um líder equilibrado não cria guetos onde exerce poder. Paulo não criou reserva de mercado ou uma ilha de poder, em Corinto. Ele trouxe Apolo ao seu nível. Ambos eram servos, ele era um arquiteto que pôs os alicerces (1Coríntios 3.10: “Usando o dom que Deus me deu, eu faço o trabalho de um construtor competente. Ponho o alicerce, e outro constrói em cima dele; porém cada um deve construir com cuidado”), e Apolo construiu. Ele plantou, Apolo regou, mas Deus fez a planta crescer (1Coríntios 3.6: “Eu plantei, e Apolo regou a planta, mas foi Deus quem a fez crescer”). O mérito não era deles, mas de Deus, como lemos em 1Coríntios 3.7: “De modo que não importa nem o que planta nem o que rega, mas sim Deus, que dá o crescimento”. Há líderes que pensam que sem eles Deus estará perdido. Pode parecer estranho e chocante: Deus pode usar você, mas não precisa de você. Ele sabia o que fazer antes de você nascer, e depois que você se for, ele continuará sabendo o que fazer. Ninguém é insubstituível. Os cemitérios estão cheios de insubstituíveis. Um líder equilibrado serve ao Senhor, reconhece o serviço alheio e não se põe acima dos demais. Paulo não tinha uma visão exclusivista. Nós também não devemos ter. Nem nossas igrejas podem ser educadas na visão de que são as agências exclusivas do reino.



(2) Um líder equilibrado compreende que discordâncias não significam inimizades. Ele não se torna inimigo ou adversário de alguém porque os dois discordam. Paulo discordou de atitudes de Pedro e teve uma altercação com ele, como lemos em Gálatas 2.11-12: “Porém, quando Pedro veio para Antioquia da Síria, eu fiquei contra ele em público porque ele estava completamente errado. De fato, antes de chegarem ali alguns homens mandados por Tiago, Pedro tomava refeições com os irmãos não-judeus. Mas, depois que aqueles homens chegaram, ele não queria mais tomar refeições com os não-judeus porque tinha medo dos que eram a favor de circuncidar os não-judeus”. Mas isto não fez deles inimigos. Paulo respeitava Pedro: “Por isso Tiago, Pedro e João, que eram considerados os líderes da igreja, reconheceram que Deus me tinha dado essa tarefa especial. E, como sinal de que éramos todos companheiros, eles deram a mim e a Barnabé um aperto de mãos. E todos nós combinamos que eu e Barnabé iríamos trabalhar entre os não-judeus e eles, entre os judeus” (Gl 2.9). E Pedro respeitava e amava a Paulo: “Lembrem que a paciência do nosso Senhor é uma oportunidade para vocês serem salvos. Pois o nosso querido irmão Paulo, com a sabedoria que Deus lhe deu, escreveu a vocês sobre esse assunto. E foi isso mesmo que ele disse em todas as suas cartas quando escreveu a respeito disso. Nas cartas dele há algumas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e os fracos na fé explicam de maneira errada, como fazem também com outras partes das Escrituras Sagradas. E assim eles causam a sua própria destruição” (2Pe 3.15-16). Quando é que aprenderemos que eventuais discordâncias não devem nos tornar inimigos uns dos outros? E isto só acontece porque deixamos de ver o Reino como sendo do Senhor e anos como sendo meros auxiliares do Senhor.



(3) Um líder equilibrado sabe perdoar. Duas passagens bíblicas nos mostram o caráter de Paulo neste aspecto de saber perdoar. A primeira está em Atos 15.36-40: “Algum tempo depois, Paulo disse a Barnabé: —Vamos voltar e visitar os irmãos em todas as cidades onde já anunciamos a palavra do Senhor. Vamos ver se eles estão bem. Barnabé queria levar João Marcos. Porém Paulo não queria, pois Marcos não tinha ficado com eles até o fim da primeira viagem missionária, mas os havia deixado na província da Panfília. Por isso eles tiveram uma discussão tão forte, que se separaram. Barnabé levou João Marcos consigo e embarcou para a ilha de Chipre, enquanto que Paulo escolheu Silas e seguiu viagem, depois que os irmãos o entregaram aos cuidados do Senhor”. A segunda está em 2Timóteo 4.11: “Somente Lucas está aqui comigo. Procure Marcos e traga-o com você porque ele pode me ajudar no trabalho.”. Um líder maduro sabe se relacionar e toma decisões sem ressentimentos pessoais. Entende que a causa é maior que suas picuinhas pessoais.



(4) Um líder equilibrado abre espaços para uma nova geração. Os dois primeiros capítulos de 2Timóteo são melancólicos. Não os transcrevo aqui, mas peço-lhes que leiam, depois, com esta perspectiva em sua mente. Mas ao mesmo tempo em que transparece um tom melancólico transparece também um tom de júbilo. O tom de melancolia é por conta da consciência de Paulo de que caminha para o poente. Sairá de cena. Ao mesmo tempo é de júbilo porque receberá seu galardão e porque deixa nas entrelinhas a idéia de que Timóteo continuará o trabalho dele. Que não tinha sua dimensão intelectual, sua experiência com Cristo e sua capacidade de trabalho. Mas toda possível inferioridade de Timóteo em relação a Paulo não o incapacitava para o trabalho e seria benéfica. Como alguém disse: “Deus gosta dos incapazes, pois ele os torna capazes”. É bom que a excelência seja do perfume, e não do frasco. Paulo sairá de cena, mas um jovem continuará seu trabalho: Timóteo.



É preciso repartir liderança! É preciso dar espaço para outros! Há pastores que parecem donos da denominação, diáconos que parecem donos da igreja local, líderes que parecem querer se perpetuar num cargo e acham que se os tirarem cometerão um pecado tão grave quanto o pecado como o pecado contra o Espírito Santo. Cuidado com isto! A autolatria, a idolatria de si mesmo, além de mostrar grave doença, é ridícula. E pior: prejudica a obra de Deus.



Eis as marcas de uma liderança equilibrada, entre muitas: não criar ilhas de poder, saber discordar sem se tornar inimigo, saber perdoar e dar espaços para outros, compartindo liderança.



CONCLUSÃO

Na visão do mundo, quem manda mais é mais importante. Muitos de nós pensamos assim. E alguns acham que são muito importantes quando dizem: “Minha igreja não participa disto”, e levam o rebanho a se afastar de processos do grupo. Cuidado, o Senhor da igreja não aceita ser usurpado. Não se ponha no lugar dele. Você é servo. Relacione-se com os demais como servo. De Deus e deles. Somos servos uns dos outros. Submeta-se ao Senhor e trabalhe junto, ombro a ombro, com os irmãos. A saúde da denominação batista precisa ser recuperada e um dos remédios é este: compreender que todos servos, e nenhum de nós deve aspirar ao domínio. E quem deseja liderar deve saber disto: o líder deve saber ser liderado. E a arrogância e mesquinharias que levam à fragmentação desnecessária devem ser evitadas. São pecado. Amemos nossa denominação, e sirvamo-la com o coração dedicado e jubiloso.



Tenho dito.

http://www.isaltino.com.br/2009/12/os-batistas-diante-da-crise-de-identidade-e-da-falta-de-unidade/