O Espiritismo e Suas Incoerências - Pr. Joel Santana







Uma análise das crenças
kardequianas à luz do
bom senso               .






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Rio de Janeiro/RJ

Atualizado em julho de 2008








      Este livro é, sim, uma crítica ao Kardecismo, mas este autor, embora desdenhe o Kardecismo, é amigo assumido dos kardecistas. Logo, não tenho por objetivo afrontar ou ridicularizá-los. O que impulsionou-me a fazer esta crítica construtiva ao kardecismo, é o amor cristão, pelo qual sou constrangido (2 Co 5.14).
      Não quero condenar o Kardecismo ou qualquer outra religião, pois, felizmente, existe no Brasil a liberdade de culto, e até louvo a Deus por isso. Quão bom é podermos agir de acordo com os ditames da nossa consciência! Sem, portanto, querer tolher os kardecistas do direito que lhes assiste de seguirem à religião que quiserem, confesso que ficarei muito contente se o bom senso prevalecer. Oro ao Senhor para que Ele se sirva desta singela obra para arrancar do kardecismo pessoas bondosas e sinceras que, por não saberem que o Novo Testamento veio para ficar (2 Co 3.11; Hb 13.20) abraçaram a farsa chamada “Terceira Revelação”, isto é, o Kardecismo. Este nada mais é que uma tentativa para sofisticar a milenar feitiçaria, tão condenada pela palavra de Deus _ a Bíblia. Tal “sofisticação” é obra de um francês chamado Hippolyte Léon Denizard Rivail. Este alegava que um espírito lhe revelou que o conhecera numa encarnação anterior, e que então o seu nome era Allan Kardec. Estas coisas aconteceram na década de 50 do século XIX, quando então, o senhor Rivail, assistindo às sessões espíritas a que foi convidado, formulou diversas perguntas a vários espíritos, anotando as respostas. Estas interrogações, suas respostas, mais alguns argumentos próprios, somados às anotações de um amigo pessoal, se tornaram tão volumosos que ele decidiu publicá-los em forma de livro. Assim veio a lume a obra intitulada O Livro dos Espíritos. Este é o primeiro de um total de 8 livros com o objetivo de encher de fachadas a velha feitiçaria, dando-lhe uma nova codificação, numa grosseira tentativa de harmonizá-la com o Cristianismo. O senhor Rivail adotou o pseudônimo de Allan Kardec ao publicar suas obras em defesa de suas crenças: auto-redenção (salvação através das boas obras e das vicissitudes da vida), reencarnação, mediunidade, etc. Esse corpo de doutrinas recebeu mais tarde o nome de kardecismo, devido ao pseudônimo de seu codificador. Allan Kardec, porém, limitou-se a rotulá-lo de Espiritismo.
      O kardecismo é antibíblico e incoerente, e, portanto, indigno de crédito. O leitor verá que para pensarmos assim, bastar-nos-á o uso da razão.
      Veremos que embora cite referências bíblicas para ludibriar, se impor e meter respeito, o kardecismo não é bíblico, pois nega a infalibilidade da Bíblia, o que é indício de desonestidade; porquanto, ou a Bíblia é digna de confiança e então citemos a mesma para provarmos a ortodoxia de nossas doutrinas; ou ela é indigna de confiança, e então abandonemo-la. Essa incoerência nos dá base para afirmarmos com intrepidez que o aparente apego do Kardecismo à Bíblia tem por objetivo único ganhar a simpatia dos incautos.
      O que levou Kardec a se envolver com o Espiritismo? Resposta: Em dezembro de 1847, duas meninas norte-americanas, Margaret (ou Magie) e Kate (ou Katie) Fox (elas eram irmãs), de doze e dez anos respectivamente, do Estado de Nova Iorque, disseram que tinham detectado coisas estranhas no interior da casa onde residiam: pancadas em diferentes pontos da casa; cadeiras, mesas e lençóis sendo removidos por mãos invisíveis; e uma mão fria tocando o rosto de uma delas. As ditas meninas teriam então criado uma maneira de se comunicar com o autor de tais fenômenos, o qual teria passado a respondê-las, usando para tanto, o código previamente combinado, isto é, pancadas. Os meios de comunicação de massa de então, anunciaram esse ocorrido, o que incrementou a propagação de sessões espíritas por todos os rincões da América do Norte. E as coisas não pararam por aí. Esses fenômenos viraram manchete na Inglaterra também, e daí, irradiou para outros países da Europa, como, por exemplo, a França. Sessões espíritas com mesas se movimentando por mãos invisíveis, seguidas de comunicações inteligentes através de códigos previamente estabelecidos entre os consulentes e os invisíveis consultores, tornaram-se comuns na França. Então o senhor Rivail atendeu a um convite para comparecer a uma dessas sessões. Ficou impressionado com o que viu e quis saber mais. Empreendeu, pois, a pesquisa acima referida, donde nasceu a doutrina religiosa hoje conhecida pelo nome de Kardecismo. Este é extremamente incoerente e, neste livro ouso denunciar isso, provar que deveras as coisas são assim, e refutar à luz do bom senso.
      Segundo muitos autores, as irmãs Fox se retrataram, confessando que tudo não passava de truques. Só para citar um exemplo, em seu livro Os Falsos Profetas, 1ª edição de 1985, o Pastor R. R. Soares escreveu à página 72 o que se segue: “Tanto Katie como Magie se retrataram ... acerca da farsa que engendraram. [...]. E como prova dessa afirmação, ele cita os seguintes jornais: New York Herald, edições de 24/09/1888 e 10/10/1888; e The World, de 22/10/1888.
      As irmãs Fox falaram a verdade quando se retrataram? Esta possível controvérsia não me interessa. Neste livro não entro no mérito desta questão, já que não necessito disso para atingir os meus alvos, que são:
1º) Provar que o Kardecismo é incoerente e, por conseguinte, indigno de crédito;
2º) Uma vez provado que o Kardecismo não merece a nossa confiança, sugerir às suas vítimas que troquem Kardec por Aquele que disse: “Eu sou a verdade” _ Jesus.
      Não creio que o Espiritismo seja uma palhaçada, como já ouvi muitos dizerem; não ombreio os que dizem que tudo não passa de fenômenos psíquicos ainda inexplicáveis pela Ciência; nem tampouco admito que se possa comunicar com os mortos. O que afirmo aqui, é que no Espiritismo nem tudo é verdade, assim como também nem tudo é irreal, ou seja, os espíritas com muita freqüência realmente incorporam espíritos. Estes, por sua vez, realmente impressionam. Logo, não discuto aqui se os espíritas incorporam ou não espíritos (este ponto é pacífico entre espíritas evangélicos), e sim, se tais espíritos são ou não, as almas dos falecidos.
      Allan Kardec, como profícuo escritor que era, produziu muitos livros e artigos sobre diversos assuntos; mas neste livro só cito as obras que ele elaborou como codificação espírita. São ao todo os oito livros (produzidos originalmente em francês) abaixo relacionados:

1.    O Livro dos Espíritos
2.    O Livro dos Médiuns
3.    O Evangelho Segundo o Espiritismo
4.    A Gênese
5.    O Céu e o Inferno
6.    O Que é o Espiritismo
7.    A Prece Segundo o Evangelho
8.    Obras Póstumas

      Os oito livros acima _ por mim citados amiúde neste livro como exibição de provas documentais de minhas afirmações _, por serem de domínio público, ao mencioná-los junto às transcrições, não me submeto ao padrão acadêmico de citação, a saber, não anteponho ao título do livro o nome de seu autor. Limito-me a informar apenas os nomes das obras e outros dados indispensáveis. Nem mesmo na Bibliografia fui fiel à ABNT. Tomei a liberdade de fazê-lo, para ganhar tempo.






      O dicionarista Aurélio define o Kardecismo assim: “... Doutrina religiosa de Allan Kardec, pensador espírita francês...”. Trata-se, pois, de uma das ramificações do Espiritismo. Essa confissão religiosa veio a lume em 18 de abril de 1857. Prega a mediunidade, a caridade como tábua de salvação, a reencarnação, etc. Esta é considerada necessária à evolução dos espíritos. Estes, através das vicissitudes da vida e das boas obras, podem expiar suas culpas, reparar seu passado e acumular méritos até se tornarem perfeitos. Não tão perfeitos quanto Deus, mas terão a perfeição que a criatura comporta. Alcançar a salvação é, na linguagem espírita, atingir essa inevitável perfeição. Sim, inevitável perfeição, pois o Kardecismo prega que ninguém será condenado eternamente, considerando que, mais cedo ou mais tarde, todos os espíritos avançarão rumo à perfeição e alcançá-la-ão indubitavelmente. A modelo Raica Oliveira (ex-namorada do jogador de futebol Ronaldinho [fenômeno]), referindo-se ao Kardecismo, do qual é adepta, disse: “Do que mais gosto em minha religião é que sempre temos uma segunda chance” (revista Época, nº 42413, de 03/07/2006, pagina 66. Grifo nosso). Sempre uma segunda chance?! Ora, o que sucede à segunda, é a terceira, que, por sua vez, precede a quarta. Logo, essa expressão não é nada filosófica.
      Segundo Kardec, a doutrina por ele estruturada “unia os conhecimentos científico, filosófico e religioso” (Ibidem, página 71).
      O Kardecismo se considera genuinamente cristão, bem como a terceira revelação de Deus à Humanidade. Pregam os kardecistas que o Antigo Testamento é a primeira revelação de Deus à humanidade, e o Novo Testamento, a segunda. Nesta obra empreendo demonstrar que essas reivindicações e alegações kardequianas não resistem a um confronto com o bom senso. Sim, empreendo provar como dois mais dois são quatro, que essa confissão religiosa, muito longe de ser a alegada terceira revelação de Deus, não honra o título de cristã que, injustamente lhe foi conferido.
      Há muitas ramificações espíritas; e nenhuma delas é, obviamente, igual às demais. Logo, é injusto não reconhecer as distinções e diferenças que há entre o Kardecismo e o Candomblé, entre o Candomblé e a Umbanda, entre a Umbanda e o Vodu, entre o Vodu e o espiritismo europeu, etc. Senão, veja estes exemplos:


      Os afro-baianos, isto é, os adeptos do Candomblé (e também os umbandistas) crêem em muitos deuses (ou divindades), chamados orixás. Veja as classificações de alguns desses deuses:

A) Xangô: Este é um dos orixás mais poderosos;

B) Orixalá ou simplesmente Oxalá: O grande Orixá que, geralmente, devido ao sincretismo do paganismo africano (que os escravos importados da África trouxeram para o Brasil) com as doutrinas da Igreja Católica, é confundido com Jesus Cristo;

C) Exu: Esse orixá, segundo o Novo Dicionário Aurélio, “representa as potências contrárias ao homem”, isto é, os adeptos dos cultos afro-brasileiros sabem que ele é mau. Ademais, já ouvi alguns ex-adeptos do Candomblé dizerem que, quando candomblecistas, elogiavam a esse Orixá mais por temê-lo, do que por acreditarem na sua bondade. E realmente, o dicionarista Aurélio afirma que Exu é “... assimilado ... ao Demônio ... porém cultuado ... porque o temem” (Grifo meu). Ora, quem estuda o Kardecismo, sabe que o mesmo não admite essas crenças. Logo, aqui está uma nítida distinção entre os cultos afro-brasileiros e o Kardecismo.
      É dificílimo definir as crenças dos adeptos dos cultos afro-brasileiros, visto que, via de regra, eles, por serem mais práticos do que teóricos, não têm um corpo de doutrinas definido. Até sobre Exu há controvérsias entre eles. Por exemplo, entre os candomblecistas (que também cultuam a Exu) não é raro encontrarmos os que dizem que Exu não é um dos orixás, mas apenas seus (dos orixás) serviçais, e que não pode ser incorporado. Os umbandistas, porém, dizem que incorporam Exu. Quem está sendo enganado?

      É de domínio publico que nos cultos afro-brasileiros os médiuns são chamados de cavalo. Na magnífica obra Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo, da Editora Vida, edição de 2000, somos informados à página 82, sob o verbete cavalo, que na Quimbanda os que incorporam os orixás são chamados de burros. Por tudo isso, perguntei certo dia a um adepto da Umbanda sobre o porquê de os espíritos rotulá-los decavalo. E ele me respondeu: “Eu jamais tivera minha curiosidade despertada quanto a essa questão; e, portanto, não procurei me inteirar sobre isso, por cujo motivo ignoro a razão de ser desse título, mas certamente deve haver uma explicação lógica e convincente”.
      Um senhor, adepto da Umbanda, me disse que no seu Terreiro, Exu só faz o bem. Perguntei-lhe então se o Exu que se manifesta no seu Terreiro de Umbanda é o mesmo que faz atrocidades em outros centros espíritas. Ele, respondendo positivamente a esta pergunta, asseverou-me que há um só Exu. Ora, disse-lhe eu, sendo assim, o seu Exu tem dupla personalidade, ou, como se costuma dizer, ele tem duas caras. Aí ele se emudeceu. Contudo, convém notar que o dito umbandista não me pareceu profundo conhecedor do assunto, pois, segundo me consta, a Umbanda admite que há muitos exus. Só para citar um exemplo, no Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo, op. cit., da Editora Vida, edição de 2000, consta que “...na Umbanda os exus são ... vistos como espíritos em estado de evolução...” (página 157). Como o leitor pode ver, neste caso se admite a pluralidade dos exus.
      Além dos nomes_ refiro-me aos nomes das instituições espíritas_ acima mencionados (Candomblé e Umbanda), mais comuns no Rio de Janeiro, os cultos afro-brasileiros são conhecidos em outras regiões do Brasil por outros nomes: Catimbó, Pajelança, Pemba, etc. (Este último, dependendo do contexto, pode se referir apenas ao giz que se usa para riscar os pontos, isto é, os desenhos rituais efetuados à porta dos terreiros de Umbanda, como evocação aos espíritos).  Nestes casos, as diferenças não residem apenas nos nomes, mas também em irrelevantes variantes.
      Das muitas maneiras de o leitor se certificar da autenticidade das afirmações constantes deste subtópico, uma é (e talvez a mais objetiva) consultar um bom dicionário, como, por exemplo, o Dicionário Aurélio; para, deste modo, se inteirar dos significados dos seguintes vocábulos: Orixá, Xangô, Orixalá, Oxalá, Candomblé, Quimbanda e Exu;


      Nem todas as instituições religiosas que praticam a mediunidade, são reencarnacionistas. Quanto a isso, algumas instituições espíritas, por não serem fundamentalistas, não se posicionam doutrinariamente, deixando seus adeptos bem à vontade. Outras, porém, pronunciam contra. Disse o Frei Battistini: “... os espíritas da Alemanha, Holanda, Inglaterra, Estados Unidos, quase em bloco negam a reencarnação...”
“Um famoso espírita, conhecido no mundo todo”, [num] “congresso internacional...sobre espiritismo, disse: ‘posso dizer que a reencarnação tal como tem sido exposta até agora não passa de teoria boba para crianças de escola primária’ (A. Dragon)”  (A Igreja do Deus Vivo, 33ª edição, 2001, Editora Vozes, Petrópolis /RJ, página 35);
      A esse movimento, alguns estudiosos preferem chamar de“Espiritualismo”. Neste caso, este vocábulo designa um movimento religioso datado do século XIX, oriundo dos EUA, segundo o qual o espírito não renasce num corpo físico, como o ensina os reencarnacionistas (kardecistas, legionários da boa vontade, umbandistas, etc.), e sim, num corpo espiritual.


      Embora o Racionalismo Cristão tenha muitos pontos em comum com o Kardecismo e com os cultos afro-brasileiros, essa seita, embora também seja espírita, diverge tanto destes como daquele quanto ao que ensina sobre Deus. Veja estes exemplos: Os kardecistas crêem que Deus existe e oram a Ele; os adeptos dos cultos afro-brasileiros são politeístas, pois reverenciam muitas divindades (deuses), a saber, os orixás; mas o Racionalismo Cristão prega que cultuar a Deus é uma atitude tola e ridícula. Confessam textualmente que não adoram a nenhum Deus (“Racionalismo Cristão”. Centro Redentor, 30ª edição, 1976, páginas 53, 55, 63 e 75. Citado em “Série Apologética”, Volume IV, ICP_Instituto Cristão de Pesquisas _, edição de 2002, páginas 134 e 137);


      A LBV_ Legião da Boa Vontade _, fundada oficialmente em 1950 pelo senhor Alziro Zarur, se julga a quarta revelação de Deus (Jesus_ A Saga de Alziro Zarur III); e, quanto às supostas três primeiras revelações, não destoa do Kardecismo, no que diz respeito à seqüência e quantidade dessas revelações. E aqui, a LBV e o Kardecismo colidem frontalmente. É que, sendo que a tal de terceira revelação é (segundo o Kardecismo) o prometido Consolador, e este veio para ficar com a Igreja “para sempre”, como nos assegura Jesus (Jo 14:16), não há lugar para a tal de quarta revelação. Contudo, considerando que os legionários também vêem o Kardecismo como a terceira revelação de Deus, já era de se esperar que essas duas seitas convirjam em vários pontos doutrinários. E, de fato, de ambos se pode dizer que:

A) São reencarnacionistas;

B) Negam que a Bíblia é a Palavra de Deus;

C) São unitarianos e, portanto, rejeitam a Doutrina da Trindade, isto é, não crêem que o Pai, o Filho e o Espírito Santo sejam três Pessoas distintas, igualmente divinas, embora constituindo um só Deus, não admitindo a triunidade de Deus em hipótese alguma;

D) Não reconhecem a eficácia do sangue de Jesus na purificação de pecados;

E) Não vêem o diabo como um anjo decaído e irrecuperável (a LBV prega que o diabo é nosso irmão e que precisamos amá-lo e orar por ele [para se certificar da veracidade desta denúncia, leia o “Poema do Irmão Satanás”, constante de um dos livros da LBV intitulado “Mensagem de Jesus Para os Sobreviventes”, páginas 29-31]), etc. Sim, os legionários da boa vontade têm muitos pontos em comum com os kardecistas, mas não podemos confundir os kardecistas com eles, pois não o são. Basta-nos saber que os adeptos dessa seita (refiro-me à LBV) crêem que estão na quarta revelação de Deus, para enxergarmos que não são kardecistas. Outra relevante diferença entre os kardecistas e os legionários da boa vontade é que aqueles crêem que o Consolador que Jesus nos prometeu é o Kardecismo, enquanto estes pregam que o Consolador é o senhor José de Paiva Neto, atual sucessor de Alziro Zarur na presidência dessa seita (Cf.: José de Paiva Neto, Saga de Alziro Zarur, 10ª edição, página 88).
      Os quatro exemplos acima expostos, embora sejam (considerando a grande diversidade de correntes dentro do Espiritismo) uma pequena demonstração, certamente deixam claro que embora todos os verdadeiros cristãos saibamos que nenhuma das confissões espíritas goza da sanção do Rei dos reis, não deixam dúvida de que revela falta de conhecimento confundir os kardecistas com os macumbeiros e demais espíritas. Como eu já disse, nenhuma das seitas espíritas pode ser confundida com as demais, pois cada uma, de per si, difere das outras, apesar de, em termos espirituais, serem tudo farinha do mesmo saco. Logo, não obstante os tão conhecidos termos “Baixo Espiritismo” e “Alto Espiritismo” serem apenas classificações humanas, são, contudo, necessários para fins de estudo, pois fazem saltar à vista que não é tudo igual, como geralmente pensam muitos dos que ainda não se deram ao trabalho de pesquisar as religiões e suas respectivas seitas.
      

      Tenho pelo menos quatro razões para responder positivamente a esta pergunta:

A) A crítica construtiva é uma demonstração de amor, o que, por si só justifica a sua procedência e lhe dá o direito de, pelo menos, ser apreciada;

B) Todos os cristãos autênticos têm o dever de lutar com todas as suas forças em prol da salvação de todo aquele que desconhece o poder do sangue de Jesus (Rm 1.14).
C) Neste livro, nem sempre uso o vocábulo “crítica” na sua moderna, popular e picante definição de “retaliação” ou “malhação da vida alheia”. Antes o uso também na sua conceituação etimológica. Como bem observou a Drª em Filosofia, Marilena Chaui, “Em geral julgamos que a palavra ‘crítica’ significa ser do contra, dizer que tudo vai mal, que tudo está errado, que tudo é feio ou desagradável. Crítica é mau humor, coisa de gente chata ou pretensiosa que acha que sabe mais que os outros. Mas não é isso que essa palavra quer dizer.
      A palavra ‘crítica’ vem do grego e possui três sentidos principais: 1) capacidade para julgar, discernir e decidir corretamente; 2) exame racional de todas as coisas sem preconceito e sem pré-julgamento; 3) atividade de examinar e avaliar detalhadamente uma idéia, um valor, um costume, um comportamento, uma obra artística ou científica“... (Convite à Filosofia, Editora Ática. 13ª edição, 1ª impressão, São Paulo /SP, página 18, 2003).
     
D) O próprio Allan Kardec reconheceu o direito de expressão que deve ser assegurado ao indivíduo, porquanto ele também criticava àqueles de quem ele discordava; e com a agravante de às vezes criticar preconceituosamente, isto é, sem conhecimento de causa, qualificando-se, pois, como indigno de crédito, já que ele não era um crítico no sentido etimológico desta palavra. Ele era, pois, um crítico entre aspas. Um crítico gratuito. Sim, leitor, verdadeiramente Kardec também criticava àqueles de quem ele discordava; Vejamos, pois, abaixo, as citações das provas documentais de que realmente as coisas são assim:

a) Críticas à Igreja Católica:

·         Primeira crítica:“A Igreja tem caminhado sempre erradamente, não levando em conta os progressos da ciência” (O Céu e o Inferno, Federação Espírita Brasileira: 38ª edição, capítulo 9, nº 9, página 123);

·         Segunda crítica:“...Deus a julgou e a reconheceu inapta... a Doutrina Espírita causará dor viva ao papado...” (Obras Póstumas, Federação Espírita Brasileira: 26ª edição, páginas 310 e 311);

b) Crítica ao apóstolo Paulo:

      “Todos os escritos posteriores, sem exclusão dos de S. Paulo, são apenas... opiniões pessoais, muitas vezes contraditórias...” (Obras Póstumas, Federação Espírita Brasileira: 26ª edição, páginas 121-122. Grifo meu).
     
c) Crítica aos materialistas

      “...o materialismo...” [é] “um incentivo para o mal...” (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Federação Espírita Brasileira: 109ª edição, Páginas 47 e 48).

d) Crítica aos evangélicos

      Allan Kardec refuta os evangélicos, por não rezarmos pelos mortos, tachando-nos de ignorantes, nestes termos: “Certas pessoas não admitem a prece pelos mortos... Há neste modo de pensar uma ignorância da lei divina...”. (A Prece Segundo o Evangelho. Federação Espírita Brasileira: 44ª edição, páginas 58-59).


A) Altruísmo para com os kardecistas:

      Como o leitor certamente sabe, a palavra “altruísmo” significa “amor e dedicação ao próximo”. Bem, o fato de Allan Kardec nos criticar nos confere o direito à réplica; porém, não o faço por revanche, e sim, porque julgo que fazê-lo é altruístico. Não posso reter comigo a luz que me veio do Céu. Não posso algemar a Mensagem da Cruz (Rm 1.14).
      Certo kardecista, ouvindo-me dialogar com um católico sobre a inconsistência do Catolicismo, educadamente me pediu licença para participar da nossa conversa, o que não lhe foi negado. Aí ele me sugeriu a respeitar todas as crenças e a parar de criticar a religião alheia. Disse-me ele: “Religião não se discute, pastor Joel”. Então lhe falei, exibindo provas, que “o fundador de sua ‘religião’ não pensava assim; e que, portanto, você não será um bom kardecista enquanto não seguir o exemplo de seu mentor espiritual, o qual criticava todas as idéias religiosas que lhe pareciam erradas, bem como aceitava ouvir as réplicas e tréplicas de seus interlocutores. Kardec criticou a Igreja Católica, tachou os evangélicos de ignorantes, acusou os materialistas de estarem promovendo o mal, etc. O livro de sua autoria intitulado O Que é o Espiritismo, narra detalhadamente um acirrado debate entre ele e um padre católico romano. Não é, pois, com Kardec que você aprendeu tamanha covardia [...]”. Então o referido “Kardecista” silenciou-se, pois viu que ele não é nem mesmo um bom herege. Estou orando por ele, para que o Senhor lhe abra os olhos do entendimento, salvando-o dos engodos kardequianos.
      Não há uma só seita que não critique todas as demais, mas os adeptos de todas elas, quando confrontados, se melindram e se sentem perseguidos; e, com raríssimas exceções, os kardecistas não têm sido diferentes;

B) Altruísmo para com todos os espíritas:
      Estas linhas pretendem ser ainda uma demonstração de amor não só aos kardecistas, mas também aos adeptos das demais ramificações do Espiritismo: Umbanda, Candomblé, Racionalismo Cristão, Legião da Boa Vontade, etc., já que todas essas confissões religiosas não reconhecem a eficácia do sangue de Jesus;

C) Altruísmo para com os católicos. Os católicos têm o seguinte envolvimento com o Espiritismo:

a) Tanto aqui no Brasil, como em toda a América Latina e outros países do mundo, não é pequeno o número de católicos simpatizantes do Espiritismo, nas suas mais diversas modalidades. E a Igreja Católica é culpada disso, como veremos nos três subtópicos a seguir:

b) Há pouco uma jovem senhora, adepta do Catolicismo, estudante de Teologia católica, membro da ordem Jesuíta, falou-me das aparições de santa Rita e outros santos. Então eu lhe disse que isso é Espiritismo, não Cristianismo;

c) Rezar a Maria e aos demais “santos”, nada mais é que invocar os mortos, bem como tentar contatá-los; e, como todos os que lêem a Bíblia sabem, pedir aos espíritos dos mortos que roguem por nós, não é prática cristã. Não há, em toda a Bíblia, um único exemplo desse proceder. Por que Noé nunca rezou ao espírito de Abel? Por que Moisés nunca rezou ao espírito de Noé? Por que Isaías, Jeremias, Daniel, Zacarias, etc., nunca pediram a Moisés, ou a Josué, ou a Noé, ou a Enoque... “rogai por nós?” Por que os apóstolos e outros cristãos primitivos (do século I) não rezavam a João Batista, a Malaquias, a Abacuque, etc.? Por que Cristo não nos ensinou a rezar aos servos de Deus que já partiram deste mundo? Lembre-se: Ele (Jesus) nos ensinou a orar direto a Deus (Mt. 6: 9-13). O cristão é filho de Deus e, portanto, tem, como todos os filhos, livre acesso ao Pai.

d) A Igreja Católica prega oficialmente que os mortos podem se comunicar com os vivos e vice-versa. Ora, repito, isso é Espiritismo. E, se o leitor duvida, lhe desafio a ler o livro intitulado “Glórias de Maria”, da autoria de Santo  Afonso de Ligório, Doutor da “Igreja”, editado pela Editora Santuário (editora católica), 14ª edição de 2002, páginas 42-43 e 211. À página 13 do livro em questão consta que o mesmo foi aprovado pela Igreja Católica, após cuidadoso exame: “... a Igreja... aprovou-lhe os escritos depois de percorrê-los cuidadosamente”.

e) Todo bom católico é, pois, um bom espírita, já que a sua “Igreja” promove práticas espíritas. Ou canonizar (isto é, elevar à categoria de Santo) um homem que pregava a mediunidade, elevá-lo a Doutor da “Igreja”, aprovar seu livro, traduzi-lo para diversos idiomas, prefaciá-lo com sobejos elogios, recomendá-lo e publicá-lo não é comprometedor? Existe cumplicidade maior do que essa?


      Como o prezado leitor já sabe, O Espiritismo Kardecista e Suas Incoerências é o título deste livro. Isto, segundo me parece, deixa claro que a principal coisa que pretendo expor nestas linhas é que o Kardecismo é incoerente, isto é, contraditório. E por que empreendo expor que o Kardecismo é incoerente? As respostas são:

A) A fonte deste empreendimento é o amor;

B) Os objetivos deste empreendimento são:

a) Provar aos kardecistas que o kardecismo não merece crédito, para, deste modo, preparar o terreno para a exposição do Evangelho que os libertará;

b) Ver os kardecistas no Céu.
      Ora, embora eu não trate neste livro só das incoerências do Kardecismo, mas também de outros erros (dessa confissão religiosa) igualmente sintomáticos, certamente me bastaria provar a veracidade de que o Kardecismo é contraditório, para ficar claro a qualquer pessoa de bom senso que essa “religião” não merece crédito. Onde não há contradição, temos que examinar para sabermos se há ou não erros; mas a incoerência dispensa maior exame. Uma instituição auto contraditória, expõe-se a si mesma ao ridículo, não necessitando, portanto, que alguém se dê ao trabalho de fazê-lo. 
      Para que alguém possa se considerar adepto de uma religião, são imprescindíveis os seguintes passos:
·         Essa religião precisa existir. Claro, como ser adepto de uma religião inexistente?
·         Conhecer as doutrinas dessa religião;
·         Concordar com as doutrinas dessa religião;
·         Abraçar as doutrinas dessa religião.

      Eu não posso dizer que sou muçulmano. O Islamismo existe e conheço as suas doutrinas, mas discordando das mesmas, refuto-as. Eu não creio em Alá (o falso deus dos muçulmanos), duvido do Alcorão e rejeito Maomé como profeta do verdadeiro Deus. Mas eu assumo que não sou muçulmano. Os muçulmanos podem discordar de mim, mas não podem me tachar de incoerente. Tal não é, porém, a sorte dos kardecistas, visto que dos quatro requisitos acima, o Kardecismo só preenche os dois primeiros. Sim, deveras o Cristianismo existe e os kardecistas realmente têm considerável conhecimento das doutrinas da fé cristã. Porém, os kardecistas não concordam com o corpo de doutrinas do Cristianismo e, por conseguinte, o rejeitam e combatem-no. Ora, como pode uma pessoa discordar das doutrinas de uma religião e, portanto, rebatê-las veementemente e ainda assim se considerar membro da mesma? Ser Kardecista equivale a dizer o seguinte: Sou cristão, mas discordo e desdenho o Cristianismo. O Cristianismo é uma religião ridícula e absurda, por cujo motivo o rejeito e repilo, embora eu também seja cristão. 
      Neste livro não discuto se o Cristianismo é ou não verdadeiro. Antes empreendo tão-somente salientar que os kardecistas precisam se posicionar. “Ser ou não ser: eis a questão”. Mas, como eles não o fazem, salta aos olhos que o Kardecismo é um sistema fraudulento.
      E é verdade que o Kardecismo, incoerentemente, rejeita os pilares do Cristianismo?  Em outras palavras: É verdade que o Kardecismo, embora se propague cristão, rejeita e refuta o Cristianismo? A resposta é “sim”. E vou provar isso como dois mais dois são quatro. Para tanto, nada mais terei que fazer além de provar que o Kardecismo nega as seguintes doutrinas do Cristianismo:
·         A veracidade da Bíblia como sendo 100% a Palavra de Deus;
·         A triunidade de Deus;
·         A Divindade de Jesus;
·         A personalidade e Divindade do Espírito Santo;
·         A unicidade de nossa existência neste mundo (ou seja, o fato de pregarmos que não há reencarnação);
·         A eficácia do sangue de Jesus na purificação de pecado;
·         A ressurreição dos mortos;
·         A segunda vinda de Jesus;
·         O arrebatamento da Igreja;
·         O Juízo Final;
·         A existência do diabo e dos demônios segundo a Bíblia;
·         O tormento eterno no Inferno para o diabo, os demônios e os homens que se perderem;
·         A negação da mediunidade e, por conseguinte, a proibição de consulta aos mortos;
·         Batismo;
·         A Santa Ceia do Senhor;
·         Que todos descendemos de um tronco único: Adão e Eva, etc.
      Obviamente assiste aos kardecistas o direito de negarem todas estas doutrinas; mas eles podem ao mesmo tempo rejeitar estes ensinamentos e, ainda assim, se considerarem cristãos? Será que esse tipo de “cristão” não é comparável a um dicionário sem letras, à Matemática sem números, a um céu sem estrelas, e a um rio sem águas? Será que estou mesmo equivocado, quando concluo que um kardecista cristão é tão anômalo quanto ladrões que não roubam, assassinos que não matam e mentirosos verdadeiros?  Será que os Kardecistas não têm mesmo que escolher entre negar as doutrinas cristãs e assumirem que não são cristãos, ou se propagarem cristãos, mas aceitar estas doutrinas?  
      Sei que os kardecistas, respondendo negativamente a estas perguntas, dirão que este meu argumento não é consistente, “porque” (falo com minhas palavras) “as doutrinas tidas por cristãs, das quais o Kardecismo diverge, não constituem o Cristianismo original pregado por Jesus, e sim, meras interpolações e deturpações cometidas pelos apóstolos (Mateus, Pedro, Paulo, João) e demais hagiógrafos neotestamentários (Marcos, Lucas, Tiago), bem como por muitos outros através dos séculos”. (Em defesa deste argumento é possível que apelem para as diferenças entre os manuscritos). Assim, o Espiritismo codificado por Kardec é, não só a restauração do verdadeiro Cristianismo” (e, diga-se de passagem, um “cristianismo” tão refinado que nem os apóstolos conheceram coisa igual), “mas também a revelação que estava por vir, conforme prometera o Cristo em Jo. 16:12, promessa esta que se cumpre a partir de 1857, quando do lançamento dos livros de Allan Kardec.
     Bem, os kardecistas questionam, como demonstrei acima, a veracidade da Bíblia. Entrar no mérito desta questão não é o alvo deste livro, pois por ora pretendo apenas desmascarar o Kardecismo para, deste modo, levar suas vítimas a buscar a verdade em Deus e no Seu Livro _ a Bíblia. Por isto limito-me a formular aos kardecistas as seguintes contundentes interrogações: Os kardecistas podem provar as alegadas adulterações que teriam sido cometidas pelos apóstolos e outros aventureiros através dos séculos? Onde, como e quando ocorreram tais interpolações? Será que tudo não passa de grosseira especulação? Porventura os achados arqueológicos não deixam evidentes que as inegáveis provas dos erros cometidos pelos copistas são falhas banais que, portanto, não ferem a integridade do Texto? Será que os kardecistas não sabem que crer na Bíblia não implica em crer na infalibilidade dos copistas e tradutores das Escrituras, mas sim, e tão-somente, crer na Inspiração Verbal e Plena dos originais?
      (Sugiro a todos os que suspeitam da autenticidade da Bíblia a lerem o livro intitulado As Grandes Defesas do Cristianismo, de Jefferson Magno da Costa, editado pela CPAD_ Casa Publicadora das Assembléias de Deus, _, geralmente à venda nas livrarias evangélicas).
      Não confunda kardecismo com kardecista. Este autor desdenha o kardecismo, não os kardecistas. Estes carecem de nosso amor, e não de nosso desdém e ódio.
      O presente livro, apesar de não analisar todos os segmentos do Espiritismo (Umbanda, Candomblé, LBV, Racionalismo Cristão, Vodu, etc.), pode levar luz a todos os espíritas, já que a Bíblia é rejeitada por todas as confissões espíritas. Ademais, nossos irmãos em Cristo farão bem em lê-lo, pois o mesmo é mais uma arma a ser usada na guerra contra Satanás.
      O Kardecismo prega, como se pode ver na página 100 de A Gênese, capítulo V, número 12, 37ª edição, da Federação Espírita Brasileira, que “os planetas são mundos semelhantes à Terra e, sem dúvida, habitados...”. Os kardecistas aguardam, pois, evoluírem para, deste modo, se habilitarem a ocupar mundos melhores do que este no qual vivemos. Urge, portanto, que lhes preguemos o verdadeiro Evangelho que os libertará dessas ilusões, mostrando-lhes que é pelo sangue de Cristo (e só pelo sangue de Cristo) que podemos ingressar desde já numa vida melhor (a nova vida em Cristo), bem como vislumbrar um futuro deveras brilhante. E é com isto em mente que elaboro este livro.
      Agora, partamos ao próximo capítulo deste livro. Continuemos a ver o que o Senhor ainda tem para nós. “Com Ele entraremos no forte do Inimigo e tiraremos os cativos de lá”, como bem o diz um de nossos belos hinos!





      Verdade ou mentira, certo ou errado, o Cristianismo tem, como também muitas outras religiões, a sua Escritura Sagrada, a saber, a Bíblia. Jesus, o fundador do Cristianismo, autenticou todo o Antigo Testamento (Mt. 4: 4-10; 24:37-39; Mc. 12:24; Lc. 24: 25-27; Jo. 5:39, etc.). E, quanto ao Novo Testamento, os apóstolos e outros hagiógrafos que o compuseram não esconderam de seus leitores que exaravam sob inspiração Divina (1Co 14:37; 1Tm. 5:18; 2Pe 3:15-16; Ap 1:11, etc.). Mas o Kardecismo, embora também se professe cristão, afirma com todas as letras que a Bíblia não é a Palavra de Deus. Sim, o Kardecismo Nega a Bíblia. E, como prova disso, vejamos estes exemplos:



a) Segundo afirmou Allan Kardec, os Dez Mandamentos são sim a Lei de Deus; mas os outros mandamentos contidos no Pentateuco são decretados por Moisés e rotulados de Lei de Deus apenas para conter, pelo temor, um povo turbulento e indisciplinado (O Evangelho Segundo o Espiritismo, supracitado, capítulo 1, nº 2). Essa declaração, que faz de Moisés um embusteiro, não pode ser de autoria de um cristão, já que Cristo e os cristãos, muito longe de pregarem isso, sempre reconheceram que Moisés escreveu sob inspiração Divina, como já vimos acima. O fato de Cristo dizer que “nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido” (Mt. 5:18), justifica o título de “sagradas letras” (2 Tm 3:15) que o apóstolo Paulo atribuiu ao Antigo Testamento;

b) Sabemos que a Bíblia registra vários milagres operados por Jesus, inclusive ressurreições: A ressurreição da filha de Jairo (Mc. 5:21-43), a ressurreição do filho de uma viúva de Naim (Lc. 7: 11-17) e a ressurreição de Lázaro (Jo. 11). Mas, segundo Allan Kardec, é impossível fazer um morto reviver e que, portanto, Jesus não ressuscitou ninguém. Kardec afirma que a filha de Jairo, o filho da viúva de Naim e Lázaro, não estavam mortos, mas apenas em letargia ou síncope; e que, portanto, eles foram curados, não ressuscitados (A Gênese. Federação Espírita Brasileira, 35ª edição, capítulo XV, páginas 331-334);

c) Allan Kardec tentou provar ainda, que Jesus não transformou água em vinho, nem tampouco multiplicou pães e peixes (A Gênese. Federação Espírita Brasileira: 35ª edição, capítulo XV, páginas 337-342). Na cuca dele, o relato bíblico sobre a transformação da água em vinho, "Mais racional é se reconheça aí uma daquelas parábolas tão freqüentes nos ensinos de Jesus [...]" (p. 338). Em outras palavras, Jesus teria proposto alguma parábola (onde "água" teria sido "transformada" em "vinho") que, ao ser narrada, foi deturpada pelo apóstolo João. E algo similar teria ocorrido acerca da multiplicação dos pães. Esta narração "que tem de ser  considerada como alegoria" (p. 340), também teria sido deturpada pelo apóstolo Mateus.

d) O prezado leitor por certo se lembra que no capítulo 1 deste livro fiz constar que Kardec criticou os escritos do apóstolo Paulo, tachando-os de “opiniões pessoais”. Ora, isso é, sim, refutar o apóstolo Paulo, bem como desdenhar a Bíblia e, em particular, o Novo Testamento, já que Paulo (o principal hagiógrafo neotestamentário) asseverou que suas epístolas eram “mandamentos do Senhor” (1Co.7:10; 14:37).

      No livro O Céu e o Inferno, 38ª edição, supracitado, página 122, numa nota de rodapé, o fato de Moisés registrar que Deus se arrependeu de haver criado o homem, é visto como uma monstruosidade. Senão, vejamos: “Esta doutrina monstruosa é corroborada por Moisés...”.
       Os exemplos acima e outros mais que eu não exibo aqui, provam cabalmente que o Kardecismo não vê a Bíblia como a pura, santa, perfeita e infalível Palavra de Deus. E, deste modo, está claro que essa instituição não é cristã, assim como eu não sou muçulmano. Mas, como Allan Kardec e seus discípulos teimam em dizer que são cristãos, aqui está, pois, uma demonstração de incoerência.
      Muitos pensam que as divergências que há entre evangélicos e Kardecistas, apenas giram em torno das interpretações que cada um desses segmentos, de per si, tem da Bíblia. Pensam que ambos a reconhecemos como a Palavra de Deus, embora a vejamos de ângulos diferentes. Mas acabei de provar que as coisas não são bem assim, e que isto prova que o Kardecismo não é Cristianismo, e sim, um sistema incoerente; não merecendo, pois, nossa credibilidade.
      Quanto ao arrependimento de Deus, não há nisso nenhum absurdo, já que o Eterno sempre se serviu de termos humanos para se fazer entender pelos mortais.


      Por que muitos pensam que os kardecistas também crêem na Bíblia? A resposta é: Para que o dito fique pelo não dito, Allan Kardec às vezes fingia que também tinha grande apreço pela Bíblia; e que, portanto, se identificava conosco, comungando das mesmas crenças nossas. E, assim, propositalmente ensina aos Kardecistas a forjarem a mesma ambigüidade para, deste modo, não espantarem a presa. Senão, vejamos:

·         “O Cristianismo e o Espiritismo ensinam a mesma coisa” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, supracitado, página 47);
·         “Todos os evangelistas narram as aparições de Jesus, após sua morte, com circunstanciados pormenores que não permitem se duvide da realidade do fato” (A Gênese. Federação Espírita Brasileira: capítulo XV, nº 61, página 349);
·         “...tudo o que está predito no evangelho tem de cumprir-se...” (Obras Póstumas, Federação Espírita Brasileira, 26ª edição, página 321);
·          Citando Jo. 16: 7-14, onde Jesus nos promete outro Consolador, Allan Kardec disse: “Esta predição, não há contestar, é uma das mais importantes, do ponto de vista religioso, porquanto comprova, sem a possibilidade do menor equívoco, que Jesus...”  (A Gênese, supracitado, capítulo XVII, página 386, nº 37);

·         “...Se alguém tem uma convicção bem firmada sobre uma doutrina, ainda que falsa, necessário é lhe tiremos essa convicção, mas pouco a pouco. Por isso é que muitas vezes nos servimos de seus termos e aparentamos abundar nas suas idéias: é para que não fique de súbito ofuscado e não deixe de se instruir conosco.
“Aliás, não é de bom aviso atacar bruscamente os preconceitos...” . (O Livro dos Médiuns.
Federação Espírita Brasileira: 58ª edição, capítulo XXVII, número 301, página 392. Grifo meu).
Espertinho, não? Até parece que os fins realmente justificam os meios.
      Lembre-se, neste livro não discuto se a Bíblia é ou não verdadeira, tampouco polemizo quanto a se o Cristianismo é ou não a religião certa. Não seria errado fazê-lo, mas não é o escopo do presente compêndio. O que estou dizendo, é que o Kardecismo se revela incoerente quando tenta provar que é cristão. Aliás, não só incoerente, mas também hipócrita,o que se pode deduzir facilmente das transcrições supra. Sim, pois como vimos acima, Allan Kardec disse que acreditava e que não há como se duvidar do que está escrito em Jo. 16: 7-14. Veja o leitor, que confusão dos Infernos: negam a Bíblia, afirmando concomitantemente que são cristãos, o que é uma incoerência; e, como se essa babel não bastasse, citam um texto bíblico e observam que o mesmo é incontestável. Não há como dormir com um barulho desses. Afinal, a Bíblia é ou não é confiável? E, como vimos, essa barafunda tem alvo bem definido: fazer com que o dito fique pelo não dito para, deste modo, não espantar a presa. É bonito isso?
      Perguntei aos kardecistas no parágrafo anterior: “A Bíblia é ou não é confiável?” A resposta honesta é: Allan Kardec não acreditava na Bíblia, mas quando algum versículo parecia favorecê-lo, então ele lançava mão do mesmo e construía sobre essa “base” mais uma cidadela, sob a alegação de que estava respaldado pela inquestionável Palavra de Deus exarada na Bíblia. Ele tinha jogo de cintura. E é desse molejo kardequiano que o diabo se serve para fazer suas vítimas em todo o mundo.
      Que o fato de o Kardecismo negar a Bíblia, prova que essa seita não é cristã, até alguns kardecistas sinceros o admitem. Veja o que diz um honesto livro espírita: “Nem a Bíblia prova coisa nenhuma, nem temos a Bíblia como probante. O Espiritismo não é um ramo do Cristianismo como as demais seitas chamadas cristãs. Não assenta os seus princípios nas Escrituras. Não rodopia junto à Bíblia... Mas a nossa base é o ensino dos espíritos, daí o nome _ Espiritismo” (À Margem do Espiritismo, pagina 214, citado em Análise do Espiritismo Kardecista [Apostila], de autoria do Pastor Natanael Rinaldi, pesquisador do ICP_ Instituto Cristão de Pesquisas, página 34. Grifo meu).
      A bem da verdade, o próprio Allan Kardec reconheceu que a seita por ele fundada não é cristã. Doutro modo ele não diria que “O Cristianismo e o Espiritismo ensinam a mesma coisa” (Grifo meu). A presença da conjunção aditiva “e”, entre os vocábulos Cristianismo e Espiritismo, demonstra que ele sabia que sua “religião” não é cristã. Ele caiu na esparrela que ele mesmo confeccionou.
      Bem, penso que deixei claro que Kardec dizia com um canto da boca que acreditava na Bíblia, e com o outro canto da mesma boca dizia que não a reconhecia como confiável, e que isso prova que ele era hipócrita e incoerente. Realmente, já que acerca da Bíblia, kardec “jogava” nos dois clubes (isto é, ele se dizia crente na Bíblia, como também afirmava que nela ele não cria), das duas uma: Ou ele não cria na Bíblia, mas às vezes fingia crer; ou ele cria na Bíblia, mas às vezes fingia não crer. E, agir assim é, indiscutivelmente, ser hipócrita e incoerente.

                                                                                                                                                                                              
       É oportuno registrar que Allan Kardec alegou que o Antigo Testamento é a primeira revelação; o Novo Testamento, a segunda; e o Espiritismo codificado por ele, a terceira. Esta teria sido prevista por Jesus em João 16:12-13, bem como pelo autor dos Atos dos Apóstolos. Veja a prova:
      “Jesus promete outro consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito. Se, portanto, o Espírito de Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não dissera tudo; se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse foi esquecido ou mal compreendido... O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo.
      primeira revelação teve a sua personificação em Moisés, a segunda no Cristo, a terceira não a tem em indivíduo algum. As duas primeiras foram individuais, a terceira coletiva; aí está um caráter essencial de grande importância. Ela é coletiva no sentido de não ser feita ou dada como privilégio a pessoa alguma; ninguém, por conseqüência, pode inculcar-se como seu profeta exclusivo; foi espalhada simultaneamente, por sobre a Terra, a milhões de pessoas, de todas as idades e condições, desde a mais baixa até a mais alta da escala, conforme esta predição registrada pelo autor dos Atos dos Apóstolos: ‘Nos últimos tempos, disse o Senhor, derramarei o meu espírito sobre toda a carne; os vossos filhos e filhas profetizarão, os mancebos terão visões, e os velhos, sonhos’. (Atos, cap. II, vv. 17, 18.)” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Federação Espírita Brasileira: capítulo VI, nº 4, página 128. Grifo meu).
      O Kardecismo passa a idéia de que, conforme a humanidade se evolui moral e intelectualmente, vai, por conseguinte, se habilitando a maiores revelações da parte de Deus. Logo, a segunda revelação é mais panorâmica do que a primeira, assim como a terceira é mais ampla e perfeita do que a segunda. Porém, quando examinamos os escritos de Kardec, não encontramos nenhuma revelação nova, considerando que mediunidade, reencarnação, auto justificação, carma, incoerências e outros engodos, são mais velhos do que andar para a frente.
      Demonstrei acima que Kardec ensinou à “base” de Jo. 16:12-13, que nos dias de Cristo a Humanidade ainda não estava preparada para receber as revelações que constituem o Kardecismo. ...“por não estar maduro para o compreender”, dizia ele, conforme transcrição supra. Porém, esse parecer não resiste a um confronto com os fatos, visto que, segundo a História, os pagãos (os gregos, os romanos, os indianos, etc.) sempre creram nessas estórias de reencarnação, carma, mediunidade, etc. Ora, como crermos que as pessoas de então ainda não estavam preparadas para receber uma doutrina na qual já acreditavam desde há muito? Os apóstolos certamente não teriam sofrido tantas adversidades, caso tivessem pregado ao mundo a “nova” revelação Kardequiana. Logo, ainda estou para saber o que o Kardecismo trouxe de novo, já que as “revelações” kardequianas são anteriores à Lei Mosaica, a qual o Kardecismo diz ser a primeira revelação. Ademais, veremos no capítulo 10 que Kardec alegou que Cristo era reencarnacionista e que pregou essa doutrina. E, quando o leitor examinar o capítulo XI, tópico f, verá que os kardecistas se valem de Mt. 17.3 (onde consta que Jesus se comunicou com o espírito de Moisés), em defesa da “mediunidade” por eles praticada, difundida e defendida. Afinal, a reencarnação e a necromancia foram ou não foram praticadas e sancionadas por Cristo? Se sim, onde está a novidade na “terceira revelação?” E se não, por que dizem então que Cristo ratificou tanto a reencarnação quanto a necromancia? Jesus disse que o nosso falar deve ser “Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna” (Mt.5:37).
      Pergunto novamente: O que o Kardecismo acrescenta ao Cristianismo, já que Cristo teria sido reencarnacionista e necromante? Sim, senhor Kardec, onde está a novidade, ou seja, a suposta terceira revelação? Entenda quem puder, ou melhor, engula quem for ingênuo.
      A Bíblia, que começou a ser escrita a 3.500 anos atrás, e foi concluída há quase 2.000 anos, contém mistérios tão profundos, que nenhum homem é capaz de entender só com a ajuda do intelecto. Precisamos do Espírito Santo para podermos estudá-la com aproveitamento. E, sendo os escritos de Allan Kardec, uma revelação tão profunda que o homem só se habilitou a receber a partir da segunda metade do século XIX, era de se supor então, que o Kardecismo contenha algo muito mais enigmático que os existentes na Bíblia. Contudo, li todos os livros de Allan Kardec e consegui entender tudo quanto está escrito lá. Ler Kardec é ler discrepâncias facilmente assimiláveis. Ouso afirmar que entre as coisas impossíveis, uma é entender a Bíblia (em sua totalidade), e a outra é não entender kardec. Quem lê kardec raciocinando com a sua própria cabeça, percebe que no Kardecismo não há nada que os inteligentíssimos homens de 2.000 anos atrás não pudessem entender.
      Certo kardecista me disse que o Kardecismo levanta o véu, isto é, aclara ou explica os pontos obscuros da Bíblia, simplificando as coisas. Mas essa pronunciação é contraditória, visto que se essa doutrina é menos complexa que a Bíblia, por que só pôde ser dada à Humanidade XVIII séculos após Deus nos dar a Bíblia, visto que só então o homem se habilitou a tanto, como o quer o Kardecismo?
      As revelações Divinas constantes da Bíblia são, sim, progressivas, mas essa progressividade deve-se a um programa Divino, indiferente ao progresso intelectual e moral da Humanidade. Até porque isso não existe.
      Essa tal de terceira revelação não tem razão de ser. O que o kardecismo prega hoje, sempre pôde ser pregado e, de fato, sempre houve quem o pregasse. Ainda há cegos espirituais que nada vêem, tal qual antigamente; bem como ainda há, também, os verdadeiros servos de Deus. As grandes realizações (boas e más) da Antiguidade provam que a Humanidade não evoluiu em nada. O homem está mais sábio, não mais inteligente, nem tampouco mais espiritual. Quanto a estas questões (inteligência e evolução espiritual) está tudo estável. Senão, veja estes exemplos:

A) Os muçulmanos estão aí com suas crenças ridículas e perigosas, bem como nos acusando de pregar “o cúmulo da injustiça” (Ulfat Aziz Assamad. C.D.I.A.L. 1991, pagina 49, citado na Bíblia Apologética, 1ª edição, 2000, ICP Editora, página 15);

B) Os hinduístas estão aí com seus 33.000.000. (trinta e três milhões) de deuses. Milhões de pessoas na Índia cultuam aos ratos, aos jacarés, às vacas, etc. Algumas mães têm atirado seus filhinhos aos lagos, para serem devorados pelos deuses jacarés, como oferendas a esses deuses;
C) Os adeptos dos cultos afro-brasileiros (candomblecistas, umbandistas, quimbandistas) estão por aí cultuando a Exu;

D) Os católicos estão aí, pregando heresias como infalibilidade papal; perdão parcial; castigos para os pecados já perdoados; indulgência parcial; indulgência plenária; Limbo; “santos” que choram e sangram; que recém-nascido não batizado não é filho de Deus, é escravo do poder das trevas e está sob o poder do Maligno, etc. (Veja as provas lendo o meu livro Análise Bíblica do Catolicismo Romano, disponível nos meus sites http://www.pastorjoel.com.br  http://www.prjoelxcatolicismo.kit.net) etc;

E) O Budismo está aí pregando o panteísmo. Ora, panteísmo é ateísmo disfarçado;

F)Os testemunhas-de-jeová estão aí ensinando à base da falsa premissa de que Jesus não teria ressuscitado no mesmo corpo, mas sim em espírito, que, portanto, Jesus de Nazaré não existe mais.  Eis as provas:
 a) “Então, que aconteceu ao corpo carnal de Jesus? Não encontraram os discípulos o seu túmulo vazio? Sim, porque Deus removeu o corpo de Jesus. Por que fez Deus Isso? Cumpriu-se o que havia sido escrito na Bíblia. (Salmo 16:10; At 2:31). Por isso Jeová achou bom remover o corpo de Jesus, assim como fizera antes com o corpo de Moisés (Deuteronômio 34:5,6)...” (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, páginas 144, parágrafo 8. Leia as páginas 143-145, parágrafos 6-10), para interpretar o texto em lide à luz do contexto);
b)  “... Jesus de Nazaré, não mais existe. Foi morto em 33 *EC” (Despertai!  22/12/1984, página 20); [...] “o homem Jesus está morto, morto para sempre” (RUSSELL, Charles Taze. Estudo nas Escrituras. EUA. Vol. V, página 454, citado por Homero Duncan em As Doutrinas das Testemunhas de Jeová... Queluz/Portugal: Núcleo de Distribuição de Literatura Cristã, página 45). Para saber mais, acesse o meu SITE www.pastorjoel.com.br e leia o meu livro Testemunhas de Jeová: Que Seita é Essa?]);

G) Os adventistas do 7º dia estão aí pregando que Jesus também era portador do pecado original, que Jesus é Miguel, que os escritos de Ellen White são tão inspirados quanto a Bíblia, que os nossos pecados serão expiados na pessoa do diabo, etc. (Se você duvida que o Adventismo do 7º Dia prega isso, faça o seguinte: Acesse o SITE acima e leia o capítulo 9 do meu livro intitulado Igreja” Adventista do Sétimo Dia: Que Seita é Essa?. Este livro está à venda com ótima encadernação. Se você deseja adquiri-lo, contate-me.

H) A Maçonaria está aí ensinando através do livro Moral e Dogmas (em inglês), de autoria de Albert Pike (página 102), que “satanás não é uma Pessoa, mas uma Força criada para o bem, mas que pode servir para o mal”. E além de a Maçonaria (à página 321 da obra Morals and Dogma, num contexto que, honestamente, me pareceu de exaltação a Lúcifer) informar que o vocábulo LÚCIFER significa “portador da Luz” (“LUCIFER, the Light-bearer!”) e “Filho da Alva” (“Lucifer, the Son of the Morning”), há denúncias deveras comprometedoras, segundo as quais o senhor Albert Pike asseverou que Adonai (isto é, o Deus bíblico) é mau e que Lúcifer é bom. Só para citar um exemplo, veja o que consta do livro intitulado Maçonaria _ do Outro Lado da Luz (este livro pode ser encontrado nas livrarias evangélicas), de autoria de um ex-maçon do 32º Grau, publicado pela CLC Editora – 2ª edição, 1.995. À página 61, citando The  Lost Keys of Freemasonry, página 48, e Macoy Publishing, Richmond, VA, 1.976, página 65, o dito William Schnoebelen asseverou que Albert Pike fez as seguintes afirmações:
A religião maçônica deve ser, por todos nós iniciados do alto grau, mantida na pureza da doutrina Luciferiana.”
“Caso Lúcifer não fosse Deus...será que Adonay e seus sacerdotes o caluniariam?”
“Sim, Lúcifer é Deus, e infelizmente Adonay também é deus...”
“Desta forma... a religião... pura e verdadeira é a crença em Lúcifer, o equivalente de Adonay; mas Lúcifer, Deus da Luz e Deus do Bem, está batalhando pela humanidade contra Adonay, o Deus das trevas e do Mal”.
      Bem, eu disse acima que as palavras do senhor Albert Pike, constantes da página 321 de seu livro intitulado Morals and Dogma, pareceram-me de exaltação a Lúcifer. Para que o respeitável leitor não seja induzido por mim a ter mau juízo do falecido que, por isso mesmo, não está aqui para se defender de minhas acusações, vou copiar suas palavras e, a seguir, traduzi-las, possibilitando assim que o leitor tire suas próprias conclusões. Eis a cópia: “LUCIFER, the Light-bearer! Strange and mysterious name to give to the Spirit of Darkness! Lucifer, the Son of the Morning! Is it he who bears the Light, and with its splendors intolerable blinds feeble, sensual, or selfish Souls? Doubt in not!” Agora, vamos à prometida tradução: [...] “Lúcifer, o portador da luz! Nome extranho e misterioso para se dar ao Espírito das Trevas! Lúcifer, o Filho da Alva! Será ele o que traz a luz, e com o seu esplendor insuportável cega as almas fracas, sensuais ou egoístas? Sem dúvida que não” [...].
      Prega ainda essa falsa religião que o nome de Deus é Abadom (“Abadom” significa “Destruidor”, e é um dos nomes que a Bíblia dá ao diabo [Ap 9:11]) e Jabulom (formaram este nome usando as primeiras sílabas dos nomes Jeová [um dos nomes que a Bíblia dá a Deus], Baal [o supremo deus dos cananeus] e Osíris [deus do antigo Egito]). E assim por diante. Como a Maçonaria é profana!. Você quer maiores informações sobre a Maçonariaq? Então volto a lhe recomendar o meu SITE (www.pastorjoel.com.br) para ler o meu livrete Maçonaria: É ou Não é Uma Religião?;

I) Os mórmons estão aí ensinando através de seus livros, que é porque existe o pecado que há diversas bênçãos, como, por exemplo, “a nossa existência, alegria, vida eterna” (veja a prova lendo os livros deles, como por exemplo, Princípios do Evangelho, pagina 31; e O Livro de Mórmon, 2 Néfi 2:22-25), etc. (você quer saber mais sobre os mórmons? Acesse o SITE acima e leia o meu livro “Igreja” Mórmon, Que Seita é Essa?;
J) A promiscuidade, a prostituição, o adultério, a traição, a avareza, a desonestidade, a bruxaria, a idolatria, as heresias, a perversidade, o ateísmo ... avolumam-se cada vez mais. Portanto, se o mundo atualmente está preparado para receber essa tal de terceira revelação, então sempre o esteve; e se há 2.000 (dois mil) anos, a Humanidade ainda não estava em condição de assimilar tão “profunda revelação”, então ainda é assim. Saia disso, portanto, se você já caiu no conto do vigário. E não entre nessa, se ainda está de fora. Refugie-se em Cristo já, se ainda não o fez.
*  *  *
      O leitor certamente se lembra que eu já disse e provei acima que o Kardecismo confessa que não reconhece a Bíblia como sendo a Palavra de Deus. Vimos que, segundo Kardec e a Federação Espírita Brasileira, Moisés pregava monstruosidades, não sendo, pois, nada mais que o embusteiro que o judeus mereciam. Mas agora estamos vendo que essa seita, incoerentemente finge reconhecer toda a Bíblia, assegurando que o Antigo e o Novo Testamentos constituem duas revelações distintas e progressivas, vindas de Deus. Disso nasce a seguinte pergunta: Afinal de contas, o Antigo Testamento é a primeira revelação que Deus nos deu, ou é um monstruoso embuste da autoria de um impostor chamado Moisés? Ora, embustes e monstruosidades jamais vêm de Deus, não é mesmo? Tampouco um impostor pode ser visto como Emissário de alguma Revelação Divina, não é mesmo?
      Segundo me consta, nenhum teólogo evangélico negaria a progressividade das revelações de Deus nas páginas das Escrituras, pois a Bíblia no-lo demonstra categoricamente. Mas convenhamos que os embustes e as monstruosidades não podem ser reconhecidos como “progressivas revelações do Senhor”. As revelações do Senhor são, sim, progressivas, porém de modo algum são monstruosos embustes. Mas, como os kardecistas conseguem enxergar monstruosidades, embustes e contradições no Antigo Testamento, custa-me entender (se bem que eu estou entendendo tudo) como ousam rotular isso de “primeira revelação de Deus”. Afinal, o Antigo Testamento é a primeira revelação de Deus, ou é o primeiro embuste? Decidam os kardecistas como quiserem, mas saiam de sobre o muro. Posicionem-se.
      Interpretando bem, podemos dizer que de acordo com os Kardecistas, não só o que eles chamam de primeira revelação de Deus (isto é, o Antigo Testamento), é um embuste, mas também o que eles chamam de segunda revelação (isto é, o Novo Testamento). Sim, leitor, pois se de fato Cristo não tivesse transformado água em vinho, multiplicado pães e ressuscitado defuntos, seguir-se-ia que as falcatruas do Novo Testamento não seriam inferiores às do Antigo. Mas é justamente aí, a saber, no Novo Testamento, e, em particular, em Jo.16:12-13, que Kardec, incoerentemente se “fundamentou” para construir sua cidadela, a qual estou reduzindo a frangalhos, ao exibir as denúncias aqui contidas, seguidas de minhas refutações. Afinal, o Novo Testamento é a segunda revelação de Deus, ou é o segundo embuste? Decidam lá os kardecistas como quiserem, mas deixem de ambigüidade.
      Bem, os kardecistas ainda não provaram que a Bíblia seja realmente o embuste que eles julgam ser, mas que o Kardecismo é um sistema incoerente, até cego pode ver, pois exibi acima provas irrefutáveis desta verdade.
      Apesar da babel kardequiana supra-exibida, o Kardecismo não só comete a incoerência de se considerar cristão, mas julga digna de nota uma certa mensagem mediúnica, segundo a qual, o kardecismo não é uma instituição cristã igual às demais, nem tampouco a mais certa, e sim, a única verdadeira. Eis a prova: “... Aproxima-se a hora em que, à face do céu e da Terra, terás de proclamar que o Espiritismo é a única tradição verdadeiramente cristã e a única instituição verdadeiramente divina...” (Obras Póstumas, Federação Espírita Brasileira, 26ª edição, página 308).
      Necromancia (consulta aos mortos), mediunidade, reencarnação, etc., são crenças tão antiqüíssimas que remontam a muitos milênios antes de Cristo. Contudo, na opinião dos kardecistas, Espiritismo mesmo é só o Kardecismo. Certa irmã em Cristo, ex– kardecista praticante, disse-me que há muitos anos “a Federação Espírita moveu uma ação judicial, no intuito de proibir que os terreiros de Umbanda e Candomblé continuem sendo identificados como centros espíritas, mas a justiça não lhe foi favorável”. De fato, o “jornal espírita”, órgão oficial da Federação Espírita do Estado de São Paulo, abril de 1996, em um artigo intitulado“O primeiro espírita”, afirma textualmente: “... o primeiro espírita do mundo: Allan Kardec”. Além disso, na revista Época consta que, segundo a Federação Espírita Brasileira, “Chamar o espiritismo de kardecismo é [...] redundância” (Época, 03 de julho de 2006, nº 42413, página 71). Em outras palavras: Se é Espiritismo, é Kardecismo, e vice-versa.
      Como se vê, ser kardecista implica em ser adepto de uma seita ambígua, exclusivista, hipócrita e incoerente. Até as seitas que, com o Kardecismo, formam farinha do mesmo saco, são rejeitadas. A “única tradição verdadeiramente cristã e a única instituição verdadeiramente divina”, é o Espiritismo,  mas não um Espiritismo qualquer, e sim, um Espiritismo polido, brunido, refinado..., a saber: o Kardecismo e somente o Kardecismo. Umbanda, Candomblé, Vodu, Santo Daime, etc., estão fora.
      Respeitável leitor, não se deixe levar por esse negócio de “terceira revelação”. Realmente Deus foi se revelando progressivamente nas páginas da Bíblia, mas o Novo Testamento, que é o ápice de Suas revelações até o momento, veio para ficar. Portanto, pelo menos até que Cristo venha, a presente Dispensação estará em vigor. Logo, nenhuma “novidade”, sob pretexto de uma tal de “terceira revelação”, ou qualquer outra alegação, deve ser aceita. Isso é balela. A Bíblia nos fala da “fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Jd.3 [ARA]. Grifo meu). Neste caso, “fé” refere-se às doutrinas do Cristianismo em sua totalidade. E o apóstolo Paulo, contrastando o Antigo Testamento com o Novo, nos diz que aquele era transitório, enquanto este permanece (2 Co.3:3-11 [ARC].); que “ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co.3:11. Grifo meu); e que se ele ou os demais apóstolos, ou até mesmo se um anjo desça do Céu, pregando outro evangelho, deve ser anatematizado (Gl.1:8-9), isto é, amaldiçoado e excomungado da comunhão dos santos. É como nos disse o Senhor Jesus Cristo: “Mas o que tendes, retende-o até que eu venha” (Ap. 2:25); “Bem-aventurado aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar servindo assim”, (Mt.24:46). Isto mesmo, “servindo assim”, a saber, tal qual prescrito por Cristo há dois mil anos, e não à moda Kardequiana.
      Certamente já está claro ao prezado leitor, que, a bem-dizer podemos afirmar que, segundo o Kardecismo (falo com minhas palavras),“assim como o Antigo Testamento findou há quase dois mil anos quando do advento de Cristo, o Novo Testamento, por sua vez, tem seu fim no Espiritismo Kardecista. A Era que Moisés inaugurara teria esbarrado na Era que Jesus inaugurou há quase dois milênios. Esta, por sua vez, morreu quando Kardec e seus espíritos-guia legaram ao mundo o Novo Código! A Terceira Revelação! Uma Nova Era!. A Era dos Espíritos! A Codificação Espírita! O Novíssimo Testamento dado pelos Espíritos Superiores pela instrumentalidade do Grande Mestre cujo pseudônimo é Allan Kardec! E, quem quiser beber desta Nova Fonte, é só ler, estudar e praticar O Evangelho Segundo o Espiritismo e as demais obras procedentes da pena do Grande Codificador, as quais, juntas, constituem o Outro Consolador prometido por Jesus, o qual, na plenitude dos tempos, isto é, em 1.857, veio nos consolar, falando-nos o que o Cristo não pudera falar devido ao atraso inerente aos espíritos dos seus contemporâneos, bem como aclarando os pontos velados (isto é, obscuros) de Sua Doutrina!  ”. É muita petulância, não?
      A crença nessa tal de terceira revelação faz com que os kardecistas nos olhem de cima para baixo. Já me disseram que nós somos “espíritos atrasados que ainda não se desenvolveram o suficiente para compreender esta grandeza.” Crêem que nós, os evangélicos, já estamos quase chegando lá. Certo kardecista me disse que a evolução do Espírito se dá mais ou menos assim: Primeiro o indivíduo se torna adepto de uma das religiões não cristãs (Budismo, Islamismo, Hinduísmo, etc.), depois se torna católico, posteriormente vira evangélico e, a seguir se converte ao Espiritismo. O tempo que um espírito precisa, desde que é criado até se tornar Kardecista, varia de espírito para espírito, pois depende do esforço de cada um, e pode compreender muitos séculos e até milênios. Ora, por crerem os kardecistas nessa suposta evolução espiritual, e julgando estarem num patamar onde só eles alcançaram, não cessam de orar por nós, pois crêem que fazê-lo contribui para acelerar o processo evolutivo no qual estamos. Pude perceber que alguns kardecistas sentem até pena de nós. Vê-se, portanto, que os kardecistas são infelizes e não sabem. E só Deus pode arrancá-los desse labirinto no qual se encontram. Preguemos-lhes, portanto, o Evangelho e oremos com fé e amor. Sem dúvida, o nosso Deus arrancará a muitos desse “egito” e assim os libertará de “faraó”. Isto ocorrerá quando aspergirem as vergas e as ombreiras das portas de seus corações com o sangue do nosso Cordeiro Pascual _Jesus (Êx. 12:7).

                                                                                                                                                                                                        
      Muitos kardecistas já me perguntaram: “Se o Antigo Testamento não estava errado, por que tantas diferenças entre ele e o Novo? Por exemplo, por que não matamos ainda os adúlteros, os blasfemos, os assassinos, os idólatras, etc.? Resposta: Para cada diferença há pelo menos uma explicação teológica; e quem não aceita tal explicação precisa tirar a máscara de cristão, parar de chamar o Antigo Testamento de “primeira revelação de Deus”, e assumir o seu cepticismo. Mas, respondendo à pergunta sobre o porquê de não podermos mais executar os criminosos e outros pecadores, informo que a Igreja não é um Estado (como, por exemplo, Israel o era), e sim, um conjunto de indivíduos. Sim, entre outros, o motivo pelo qual a Igreja não pune os criminosos, é o mesmo pelo qual ninguém podia matar Caim (Gn. 4:15), a saber, só o Estado pode cuidar de punir os malfeitores. Como a partir de Noé, estabeleceu-se o Governo Humano, então a pena de morte entrou em vigor (Gn. 9:6). A incumbência de punir os criminosos foi, é e será da competência do Estado (Rm.13:1-7). À Igreja compete: dar a outra face ao agressor (Mt.5:39), não atirar a primeira (nem a última) pedra (Jo.8:7), louvar (Ef.1:12), adorar (Jo.4:23), orar (1Tm.2:1), pregar (1Pe.2:9), etc. Mas isso não é um libelo contra a justiça, que é, repito, da competência exclusiva da autoridade para isto constituída (Jo.19:11; Lc.23:41ª).
      Certo kardecista argumentou dizendo que “sendo Deus o único que pode dar a vida, naturalmente só Ele pode tirá-la. Logo, não podemos crer que Moisés, Josué, Samuel e outros tenham recebido de Deus a ordem para ceifar tantas vidas. Mas, como eles mataram muitas pessoas sob a alegação de que o faziam por ordem de Deus, salta à vista que seus escritos não podem ser a Palavra de Deus”. Refuto esse argumento dizendo que Deus, o único que pode tirar a vida, não está impossibilitado de incumbir um agente Seu, de fazê-lo. Ele pode matar; e não raramente, Ele mesmo o faz; mas às vezes Ele delega este poder a um anjo; às vezes o confere a um homem ou grupo de homens; e, inclusive, como vimos acima, Rm 13: 1-7 nos diz que o Estado está autorizado por Deus a punir os malfeitores com a punição que se fizer necessária. Logo, quando um policial, em nome da Lei, sai na captura de um criminoso, deve trazê-lo vivo ou morto. Por conseguinte, se o dito marginal reagir à voz de prisão, o referido policial poderá até matá-lo, se isso se fizer necessário. Neste caso, o policial autor da execução, não pode ser visto como assassino, e sim, como mantenedor da ordem pública. Rm 13:5 nos diz que a autoridade não traz a espada debalde, isto é, em vão. Ela, a espada, não era enfeite. E, como não ignoramos, a espada (hoje metralhadora, fuzil, pistola, bazuca, etc.) não era instrumento de correção, como o cassete o é. Não!!! A espada existia para matar. Assim fica claro que Deus, o único que dá a vida e, por conseguinte, o único que pode tirá-la, se vê no direito de fazê-lo através de um agente Seu, que pode ser ou um anjo, ou um homem, ou o Estado. Atualmente, Seus agentes investidos deste poder são os anjos (At.12:23 ) e o Estado (Rm 13:1-7). Este, por sua vez, usa os policiais como executores deste serviço. Aqueles, porém, fazem-no por si mesmos, em nome do Senhor.
      Uma prova de que o Antigo Testamento não estava errado, é o fato de Jesus o haver aprovado, como vimos acima. Os kardecistas diriam: “Aprovou mesmo? Tem certeza?  Você viu? Quem garante?” A resposta é: A Bíblia no-lo garante; e, em particular, o Novo Testamento. E se não crêem no Novo Testamento, então parem de dizer que a promessa de Jesus, constante de Jo. 16:12-13, de nos enviar outro Consolador, se cumpre a partir de 1857, quando da Codificação Kardequiana; visto que, se realmente a Bíblia não fosse confiável, já não saberíamos nem se Cristo teria mesmo feito a promessa constante de Jo.16:12-13. Além disso, um céptico poderia também questionar os Kardecistas quanto à crença deles de que o Kardecismo é o Consolador prometido por Jesus, nestes termos: “Prometeu mesmo? Têm certeza? Vocês viram? Quem garante?”. E agora José? E agora senhor Allan?
      Sendo a primeira e a segunda revelações, dois embustes, como o supõem os kardecistas, pergunto: A terceira revelação seria o terceiro embuste? Pensem nisso os sinceros!
     Bem, se a Bíblia é ou não verdadeira, eu disse no capítulo 1 deste livro, assim como nas primeiras linhas deste capítulo, que entrar no mérito destas questões não é, nesta obra, o alvo deste autor, pois por ora pretendo apenas desmascarar o Kardecismo para, deste modo, levar suas vítimas a buscar a verdade em Deus e no Seu Livro _ a Bíblia. Por isto limito-me a formular aos kardecistas as seguintes contundentes interrogações: Os kardecistas podem provar as alegadas adulterações que teriam sido cometidas pelos apóstolos e outros aventureiros através dos séculos? Onde, como e quando ocorreram tais interpolações? Será que tudo não passa de grosseira especulação? Porventura os achados arqueológicos não deixam evidentes que as inegáveis provas dos erros cometidos pelos copistas são falhas banais que, portanto, não ferem a integridade do Texto? Será que os kardecistas não sabem que crer na Bíblia não implica em crer na infalibilidade dos copistas e tradutores das Escrituras, mas sim, e tão-somente, crer na Inspiração Verbal e Plena dos originais?
      (Quero mais uma vez recomendar a todos os que suspeitam da autenticidade da Bíblia a lerem o livro As Grandes Defesas do Cristianismo, de Jefferson Magno da Costa, editado pela CPAD_ Casa Publicadora das Assembléias de Deus _, geralmente à venda nas livrarias evangélicas).
(Agora, partamos ao capítulo 3 e analisemos outras incoerências tão gritantes quanto as que acabamos de ver no presente capítulo)





      Como no capítulo anterior, neste também não pretendo entrar no mérito da questão quanto a se Deus é ou não Trino, se a Bíblia é ou não verdadeira... Tampouco objetivo argumentar em defesa do Cristianismo. Se o Cristianismo está certo ou não por pregar a Trindade, não vem ao caso no momento. Estas questões também são importantes, mas por ora não trato destes assuntos. O que agora proponho é fazer mais uma demonstração do quanto o Kardecismo é incoerente. Não existe cristão unitário, assim como também não há cristão ateu. Se os kardecistas fossem ateus e, concomitantemente, afirmassem ser cristãos, eu tacharia isso de incoerência, ainda que eu fosse ateu, visto que o Cristianismo não é ateísta.    
      Neste capítulo empreendo demonstrar que o fato de o Kardecismo negar a Doutrina da Trindade, o descaracteriza como cristão.
      Ora, para que fique claro que o Kardecismo deveras rejeita a Doutrina da Trindade, faz-se necessário provar que ele nega a Divindade do Filho e do Espírito Santo. Este é o motivo pelo qual este capítulo está dividido em duas partes: na primeira parte exibo o que Kardec disse acerca da Divindade de Jesus; já na segunda demonstro que ele negou a Personalidade e Divindade do Espírito Santo.


      Crer na Trindade não implica crer em três Deuses em um, antes significa reconhecer que o Deus da Bíblia não é uma unidade absoluta, e sim composta, constituída de três Pessoas distintas (isto é, nenhuma das três Pessoas é as outras duas), igualmente divinas (isto é, cada uma destas três Pessoas é Deus).
      O fato de a Bíblia dizer que há um só Deus (1Tm 2:5), sem negar tanto a distinção entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Jo. 14:16; Mt 26:39), quanto a Divindade de cada uma destas três Pessoas (O Pai é Deus [Jo. 3:16], o Filho é Deus [Jo. 1:1], e o Espírito Santo é Deus [At 5:3-4]), nos impele a concluir que, segundo a Escritura Sagrada do Cristianismo, Deus é o que se convencionou chamar de Trindade, isto é, embora o Pai, o Filho, e o Espírito Santo sejam distintos e igualmente Divinos, não há três Deuses, mas um só. Logo, quem nega a Doutrina da Trindade não pode se considerar cristão, visto que fazê-lo é incoerência. Deste modo, aqui está mais uma demonstração de incoerência no Kardecismo, posto que Allan Kardec sustenta nas páginas 121-153 do livro Obras Póstumas, editado pela Federação Espírita Brasileira, 26ª edição, que Jesus não é Deus. Referindo-se a Jesus ele diz textualmente: “...ele não é Deus...”(página 131). “... Jesus... não era Deus...” (página 134).
      Sabemos que, segundo a Bíblia, Jesus afirmou que Ele, de Si mesmo nada podia fazer (Jo.5:30); que Ele se submetia à vontade de Deus (Mt.26:39); declarou-se inferior ao Pai (Jo.14:28); e, quando de Sua morte, Ele entregou Seu espírito a Deus (Lc.23:46). Destas afirmações de Jesus e outras correlatas, Kardec infere e registra no referido livro Obras Póstumas, no trecho supradito, que Jesus e Deus não são a mesma pessoa; e que, portanto, Ele não é Deus.  Mas os argumentos que Kardec, à base destes fatos bíblicos, apresenta para subtrair a Deidade de Cristo, estão errados por três razões:

1ª) Allan Kardec não pode citar a Bíblia no intuito de provar a “ortodoxia” de suas doutrinas, pois como já deixamos claro, ele não acreditava nela;

2ª) Os cristãos, desde os primórdios do Cristianismo sustentam que Jesus, por ser Deus (Jo.1:1-3,10; Cl.1: 14-17; 2:9) e homem (1Tm 2:5), pode falar como Deus (Mt. 18:20; Mc.2:10) ou como homem (Jo.5:30);

3ª) Kardec alega que (falo com minhas palavras) “se Jesus realmente fosse Deus e homem, de humano Ele teria o corpo, e de Divino, Ele teria o Espírito; mas é justamente o Espírito que Ele entrega nas mãos do Pai, quando de Sua morte (Lc. 23:46). Ora, como entregar Deus aos cuidados de Deus?” Esse argumento, porém, não é tão consistente como talvez possa parecer a uma pessoa desavisada. Veja estas considerações:
·         Kardec “esqueceu” de considerar que o Cristianismo sempre pregou que de humano, Jesus não possuía só o corpo, mas também o espírito (espírito ou alma, na concepção dos dicotomistas; ou espírito e alma, segundo os tricotomistas);
·         Se de humano, Jesus possuísse só o corpo, Ele não seria 100% homem, como o Cristianismo sempre sustentou, e sim, um ser parcialmente humano;
      O Cristianismo clássico jamais ensinou que o Pai e o Filho sejam a mesma Pessoa. Essa crença, estranha ao Cristianismo bíblico e rechaçada pelos católicos, pelos ortodoxos, e pelos evangélicos, é conhecida pelos nomes de Sabelianismo, Modalismo e Unicismo. Deste modo, por que Cristo não poderia entregar o Seu espírito humano aos cuidados do Pai, isto é, aos cuidados da Divindade, da qual Ele é integrante? Salta aos olhos que Kardec, das duas uma: Ou ignorava o que o Cristianismo prega, ou usou de má fé. Sim, para nos refutar, ele deveria se ater a solapar as bases sobre as quais nos fundamentamos, e não se valer de premissas rejeitadas por todos os teólogos trinitarianos. Tentar refutar uma idéia, sem solapar a (s) premissa (s) sobre a (s) qual (ais) a mesma esteja apoiada, não é uma atitude filosófica, e sim, um disparate indigno de ser apreciado.
      Jesus, à luz da Bíblia, é o Deus Todo-Poderoso, Criador dos Céus, da Terra e de tudo quanto neles há (Jo.1:1-3,10; 5:18; 20:28 Hb. 1: 8-12; Rm. 9: 5; Cl.1: 14-17; 2:9; Tt.2:13; 2Pe 1:1, etc.).
      Jesus existe desde a eternidade (Mq.5:2; Jo. 1:1-3,10); logo, não foi criado por ninguém, nem mesmo por Deus Pai, pois é Criador, como já vimos, e não criatura. Contudo, kardec, no seu inglório afã de “provar” que Jesus é criatura, serviu-se do fato de Jesus ser chamado na Bíblia de “o Filho de Deus”. A questão é:Se Ele não é criatura, e sim, Eterno em absoluto, por que diz então a Bíblia que Ele é o Filho de Deus? Resposta: A expressão “filho de”, nem sempre significa “gerado por”, ou “criado por”. Veja os exemplos abaixo:

A) Filiação designa igualdade

a) Os filhos do diabo

      Não comparando mal, assim como o diabo não criou ninguém, mas tem muitos filhos (Jo 8.44; At 13.10; 1 Jo 3.10, etc.); Deus não criou Jesus, mas Jesus é o Seu Filho.
Vejamos agora alguns dos textos bíblicos que categoricamente afirmam que Jesus é o Filho de Deus por identidade de natureza (ou igualdade) com o Pai.

b) O fato de Jesus ser o Filho de Deus, fá-lo Deus e igual ao Pai
      Em Jo. 5:18 podemos ler: “Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”. Segundo este texto, as razões pelas quais os judeus queriam matar a Jesus erão as seguintes:
1ª - Jesus quebrantava (ou violava) o Sábado;
2ª - Jesus disse que Ele era igual a Deus, por dizer que Deus era o seu Pai;
3ª - Os judeus entenderam muito bem o que Ele estava dizendo;
4ª - Ao invés de crerem no que Jesus lhes dizia, isto é, ao invés de crerem que Jesus era de fato igual a Deus, acharam que Ele estava cometendo a blasfêmia de usurpar as prerrogativas divinas, razão pela qual o consideraram digno de morte. Aqui está, portanto, uma prova de que Jesus é o Filho de Deus porque é igual a Deus; e é igual a Deus, pois é o Filho de Deus.
Há quem diga que Jesus não se declarou igual a Deus em Jo 5.18, e sim, que “foram os judeus incrédulos que raciocinaram que Jesus procurava fazer-se igual a Deus por afirmar que Deus era seu Pai.” E concluem que “Jesus nunca afirmou ser igual a Deus.” Estas declarações constam de um dos livros da seita dos Testemunhas de Jeová, Raciocínios à Base das Escrituras, página 215, edição de 1.985. Mas os que assim dizem só estariam com a razão, se este texto dissesse assim: “ ... mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, o que fez com que os judeus pensassem que Ele estava fazendo-se igual a Deus.”
c) Dizer-se filho de Deus é blasfemar?!

·         Segundo Jo 19.7, os judeus tentaram convencer a Pilatos de que Jesus era réu de morte, pelo fato de Ele haver afirmado que era Filho de Deus. Isto é prova cabal de que esta afirmação, à luz das línguas originais em que a Bíblia foi escrita, não significa criado por Deus, e sim, igual a Deus. Caso contrário, os ímpios não se apoiariam nisso para acusar Jesus de blasfêmia.

d) Jesus é um com Deus

      Está registrado em Jo 10.30-36, que Jesus disse que Ele e o Pai são um. Isto equivale a dizer que Ele é Deus e os judeus quiseram matá-lo por isso, por acharem que o fato de Ele se fazer Deus era uma blasfêmia. Em outras palavras: Ele confessou que é Deus e os judeus acharam que Ele estava blasfemando ao fazer esta confissão. Senão vejamos: Logo após Jesus dizer que Ele e o Pai são um (v.30), os judeus ameaçaram apedrejá-lo (v.31). Jesus perguntou então por qual motivo queriam apedrejá-lo (v.32), e eles disseram que era porque Ele havia cometido a blasfêmia de se fazer Deus (v.33). Nos versículos 34 e 35 Jesus argumenta, citando e explicando o Sl 82.6, e formula uma pergunta que nos deixa claro que a afirmação “Eu e o Pai somos um”, equivale a dizer eu sou o Filho Deus. Veja o leitor que embora o debate entre Jesus e os judeus seja em torno do fato de Ele ter afirmado que Ele era um com Deus, Jesus não disse assim: “àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, dizeis vós: Blasfemas; porque eu disse: Eu e o Pai somos um?” (Confere com Jo 10.36). Assim, se compararmos os versículos 30, 33 e 36 de Jo 10, veremos que a expressão “Eu e o Pai somos um”; corresponde a “Eu sou o Filho de Deus”. Do contrário, Jesus e os seus interlocutores não falavam coisa com coisa.

e) Que pensa Satã do Filho de Deus?

      Mt 4.3 nos diz que o diabo, tentando a Jesus, disse-lhe: “Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães”. Isto significa que na opinião do diabo, ser o Filho de Deus implica ser onipotente. Será que Satanás estava equivocado? Sabemos que o diabo é o pai da mentira e, portanto, indigno de confiança (Jo 8.44). Porém, às vezes os demônios fazem afirmações que não podem ser contraditadas por nós. Exemplos: Lc 8.28 diz que os demônios confessaram que Jesus é o Filho do Deus Altíssimo. Podemos refutar? Mc 1.24 nos assegura que os demônios disseram que Jesus é o Santo de Deus. Podemos contradizer? Ademais, se Satanás estava tentando a Jesus, obviamente ele procurava ser o mais “lógico” possível. Daí podermos perceber que o diabo tentou o Senhor Jesus a se identificar como o Filho de Deus por identidade de natureza. Das palavras do diabo podemos “pescar” que ele estava argumentando à base da seguinte lógica: Se Jesus é o Filho de Deus, então Ele tem, natural e necessariamente, poder sobrenatural. Se neste ponto Satanás não estava incoerentemente equivocado, como equivocados não estavam os seus subalternos ao fazerem as confissões registradas em Lc 8.28 e Mc 1.24, Jesus não é Filho de Deus por criação, pois ninguém tem a obrigação de ser portador de poder miraculoso só por ter sido criado por Deus. Tal exposição seria uma incoerência tão gritante quanto se alguém fizesse os seguintes desafios:

¨       “Se tu és mecânico, conserta o meu televisor”;
¨       “Se tu és carpinteiro, faze uma muda de roupa para mim”;
¨       “Se tu és eletricista, corta os meus cabelos e faze a minha barba”;
      Além dos exemplos acima, medite no fato de a Bíblia nos falar dos “filhos deste mundo” (Lc. 16:8), “filhos da luz” (Ef.5:8), “filhos das bodas” (Mt.9:15), “filhos da ressurreição” (Lc. 20:36), “filhos da desobediência” (Ef.2:2), “filhos da ira” (Ef.2:3), “filhos dos homens” (Ef.2: 5), etc. Em todos estes casos certamente salta à vista que o vocábulo “filho” não traz em si o conceito de procedência, derivação, criação, geração, formação, etc., mas sim, a idéia de participação. Pois bem, quando a Bíblia diz que Jesus é o Filho de Deus, está dizendo apenas que Ele é membro (isto ´é, integrante) ou participante da Divindade, ou seja, Ele é, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, constituinte da Deidade. Jesus é o Filho, e não um dos filhos, ou ainda um filho.
      Como já informei acima, por ora não está em discussão a autenticidade da Bíblia e do Cristianismo. O que nos interessa neste momento é: O Cristianismo prega ou não prega a Doutrina da Trindade? Estamos vendo que sim, e isto torna patente que o Kardecismo não fala coisa com coisa, visto que nega uma das doutrinas cardeais da fé cristã, que é a Trindade, e, simultaneamente quer se passar por cristão. Ora, se o Cristianismo é veraz, então os kardecistas devem abraçar a Doutrina da Trindade, já que se dizem cristãos e é isto que o Cristianismo prega; por outro lado, se a Triunidade de Deus é um ensino espúrio, os kardecistas precisam abjurar o Cristianismo e assumir que não são cristãos.

     
      Jesus nos prometeu outro Consolador (Jo. 14:16-17,26; 15:26; 16:7-14); disse que este é o Espírito Santo (Jo. 14: 26); mandou que os apóstolos o esperassem; garantiu que eles iriam recebê-lo dentro de breves dias, e que só podiam sair de Jerusalém para anunciarem o Evangelho ao mundo, após o recebimento desta bênção (At. 1:4-5; Lc. 24:49). Eles (os apóstolos e outros cristãos primitivos) foram, pois, a um cenáculo e lá permaneceram em oração (At.1:12-14) até que se cumpriu o que está exarado em At. 2: 1-4. Não pode haver dúvida, então, de que o fenômeno do qual trata este último texto bíblico (At 2: 1- 4), é a vinda do outro Consolador, conforme Jesus prometera. Logo, a bendita promessa se cumpriu há quase dois mil anos. O kardecismo, porém, apregoa que o outro Consolador que Jesus prometeu é o Espiritismo codificado por Allan Kardec, isto é, a doutrina Espírita; e que, portanto, o dito Consolador veio a 18 de abril de 1857, quando então Kardec lançou o seu primeiro livro intitulado O Livro dos Espíritos (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Federação Espírita Brasileira: 109ª edição, capítulo 6, nº 4, páginas 128-129; e, O Reformador: Federação Espírita Brasileira, abril de 1995, página 6). Salta aos olhos, portanto, que o Kardecismo nega tanto a Personalidade quanto a Divindade do Consolador. Este não seria uma Pessoa Divina, e sim, um corpo de doutrinas. Por isso exibo abaixo as evidências de que o Cristianismo tem o Consolador (que, segundo a Bíblia, é o Espírito Santo) como Pessoal e Divino. Ao fazer isto, não estarei provando, por conseguinte, que o Cristianismo é veraz ou não; e sim, demonstrando mais uma vez que o Espiritismo (por se julgar cristão, sem crer na Pessoalidade e Divindade do Espírito Santo) é incoerente. Limito-me a este feito porque creio que fazê-lo basta para demover a um inquiridor sincero de depositar sua confiança no Kardecismo.
      Veja a exposição abaixo e cientifique-se de que, segundo o Cristianismo, o Espírito Santo é Deus e Pessoal; não sendo, portanto, cristão, quem disso destoa.


Atos pessoais são atribuídos ao Espírito Santo:

O Pastor Myer Pearlman, em seu livro intitulado “Conhecendo as Doutrinas da Bíblia”, 16ª edição, à página 180 define a personalidade da seguinte maneira: “É aquilo que possui inteligência, sentimento e vontade”. Esta definição é tão autêntica que não creio na possibilidade de alguém retrucá-la. E assim fica fácil sabermos se o Cristianismo prega ou não a personalidade do Espírito Santo. Basta lermos a Bíblia. Sim, as Escrituras Sagradas asseguram que o Espírito Santo tem:

a) Inteligência: Segundo Jo 16.13, Ele fala do que escuta e, como todos sabemos, só um ser portador de intelecto, pode fazer isso;

b) Sentimento: À luz de Ef 4.30, o Espírito Santo pode ser entristecido, pois aí se pede para não entristecermos a Ele. Ora, a ordem para não entristecermos o Espírito Santo, equivale a dizer que devemos mantê-lo alegre, já que qualquer cuidado para não entristecê-lo seria injustificável, se tristeza fosse o seu normal. Então o Espírito Santo pode se alegrar ou se entristecer. Além disso, Rm 15.30 assegura que o Espírito Santo ama. Ora, amor é um sentimento. Assim podemos ver nestas duas referências bíblicas que o Espírito Santo se alegra, se entristece e ama. E alegria, tristeza e amor, não são sentimentos? Pode uma doutrina fazer isto?

c) Vontade: 1 Co. 12:11, garante que o Espírito Santo tem vontade. E Rm 8.27 diz que Deus sabe qual é a INTENÇÃO do Espírito Santo. Deste modo fica patente que o Espírito Santo preenche todos os requisitos que um ser precisa preencher para caracterizar-se como Pessoal. Ele satisfaz todas as exigências: Ele tem intelecto, vontade e sentimentos. O que os kardecistas entendem por pessoa?
Além dos atos pessoais supra, atribuídos ao Espírito Santo, há muitos outros casos, dos quais alistamos apenas os que vêm a seguir:

1)     O Espírito Santo geme inexprimivelmente (Rm. 8:26);
2)  O Espírito Santo discorda (At. 16: 6,7);
3)  O Espírito Santo concorda (At. 15:28);
4)  O Espírito Santo intercede (isto é, ora) por nós (Rm. 8:26).


      O apóstolo Pedro disse que Ananias mentiu ao Espírito Santo (At. 5:3) e, por conseguinte, a Deus (At 5.4). Se mentir ao Espírito Santo, é mentir a Deus, então o Espírito Santo é Deus.
      1 Co. 6:19 diz que nós, os cristãos, somos o templo do Espírito Santo. Ora, só a Deus se dedica templo. Como sabemos, nenhuma frase será bem estruturada até que haja, entre as palavras que a constituem, uma associação de idéias. A palavra “gaiola” tem que ter alguma relação com pássaro. E o vocábulo “chiqueiro” tem que estar ligada de alguma forma ao substantivo porco. Igualmente a palavra “palácio” lembra estadista. Quando isso não ocorre, diz-se que não se está falando coisa com coisa. Deste modo, se somos o Templo do Espírito Santo, então Ele é Deus. Pense: Que seria o Espírito Santo, se fôssemos o seu chiqueiro? E se fôssemos a sua gaiola? Não constituiria mais uma prova de Sua Majestade, se a Bíblia dissesse que somos o seu palácio? Não seria Ele um pássaro, se fôssemos a sua gaiola? Não seria Ele um porco, se fôssemos o seu chiqueiro? (Desculpe-me por usar este último argumento tão forte).
      A Bíblia diz que o Espírito Santo é Senhor (2 Co. 3:18 ARA). Este versículo, além de provar a personalidade do Espírito Santo, prova também a Sua Divindade. Claro, algo impessoal não pode ser Senhor. Ademais, neste sentido só Deus é Senhor.
      Há, na língua original do Novo Testamento, duas palavras equivalentes a “outro” em Português: ÉTEROS e ALLOS. Esta significa “outro” da mesma espécie, da mesma qualidade e da mesma natureza. Mas aquela significa “outro” diferente. João, por saber que os membros da Trindade são iguais, ao registrar que Jesus nos prometeu outro Consolador, optou pelo vocábulo ALLOS, querendo dizer com isto que o Consolador que Deus nos deu mediante os rogos de Jesus, é igual a este. Logo, o Espírito Santo tem que ser tão Pessoal quanto Jesus. Sim, se Jesus é um personagem, então o Espírito Santo também o é. E se o Consolador é apenas um conjunto de doutrinas, como o imaginam os Kardecistas, então Jesus também é um conjunto de doutrinas. Deste modo temos em Jo 14.16, mais uma exibição da Deidade do Espírito. O raciocínio é o seguinte: Se Jesus é igual ao Pai (Jo 5.18), e não difere do Espírito Santo (Jo. 14:6), então este é igual ao Pai e ao Filho, o que prova a Sua Personalidade e Divindade.
      Bem, estamos cientes que os kardecistas negam a Personalidade e a Divindade do Espírito Santo, confundindo-o com a codificação Kardequiana. Mas a coisa não pára por aí. Os kardecistas confundem as manifestações do Espírito Santo com o que eles chamam de mediunidade. Só para citar um exemplo, o senhor Durval Ciamponi, em um artigo de sua autoria publicado no “jornal espírita”, órgão oficial da Federação Espírita do Estado de São Paulo, junho de 1.991, afirmou: “No dia de Pentecostes todos os apóstolos foram envolvidos pelos espíritos, ocorrendo a maior sessão coletiva de manifestação mediúnica na história religiosa do mundo... os... estudiosos irão descobrir que o Espírito Santo nada mais é que a alma dos homens que se foram...”.
      Do exposto, certamente está patente que se os Kardecistas são cristãos, então os ateus também o são. Também posso dizer que se os Kardecistas são cristãos, o autor destas linhas é ou hinduísta, ou budista ou muçulmano. Não creio nos Vedas, rejeito a Tripitaca e desdenho o Alcorão; não obstante, sou de uma dessas religiões, ou, quem sabe, de todas as três. Que importa?
      Está, pois, claro que o unitarismo (isto, é, negação da Doutrina da Trindade) pregado pelo Kardecismo e muitas outras instituições religiosas, não é cristão; e que o trinitarianismo (postura teológica cristã, segunda a qual a Doutrina da Trindade é correta) pregado pela Igreja  Ortodoxa, pelos evangélicos e pela Igreja Católica, é sim, doutrina genuinamente cristã. Se quem nega a Triunidade de Deus está ou não com a razão, é discutível; mas que quem não crê que Deus é Triúno não é cristão, é indiscutível, já que o Cristianismo prega isto.
      Outra relevante prova da Divindade do Espírito Santo é o fato de a Bíblia o chamar de Espírito de Deus (1 Sm.10:10; 19:23, etc.). Já fiz constar do primeiro tópico deste capítulo que nenhum estudante da Bíblia pode ignorar a índole dos idiomas semíticos (no caso, o Hebraico, o Aramaico e o Grego), que há por detrás da fraseologia bíblica, sem perder muito por esse desconhecimento. Por exemplo, em Ap. 16:14 lemos:“porque são espíritos de demônios... (Grifo meu). Ora, os demônios são espíritos, logo, eles não têm espíritos. Espírito não tem espírito. A locução “espírito de demônios” não pode significar, portanto, que tais espíritos pertençam aos demônios (isto é, que sejam da propriedade deles), ou que deles derivem, ou ainda que sejam iguais a eles; antes quer dizer que tais espíritos são demônios. Assim também as locuçõesEspírito de Deus, Espírito de Jeová e Espírito do Senhor, tão comuns nas páginas da Bíblia. Estas afirmações equivalem a dizer que o Espírito Santo se identifica com Deus por ser da mesma espécie, isto é, Ele é Deus, Jeová e Senhor; sendo, pois, Seu fiel representante, e, por conseguinte, capaz de torná-lo presente e que está a fazê-lo. Uma prova disso está em Rm. 8:9, onde o Espírito Santo é chamado de Espírito de Cristo. Claro, “Espírito de Cristo”, neste caso, não se refere à alma de Cristo, e sim, que o Espírito Santo é igual a Cristo e que, por ser capaz de representá-lo à altura, está a fazê-lo.
      Eu disse no parágrafo acima que espírito não têm espírito. Nada mais óbvio, não é mesmo? Sendo assim, a expressão “o Espírito Santo de Deus”, apenas designa que Ele (Refiro-me ao Espírito Santo) é Espírito (isto é, Ele é imaterial), é Santo (separado de todo o mal), e é Divino (ou seja, Ele é Deus). Até porque, uma vez que já concluímos que espírito não possui espírito, Deus não pode ter espírito, pois Ele já é Espírito (Jo. 4:24). Deus, o Pai (a primeira Pessoa da Trindade), também é Espírito Santo, pois é Espírito e é Santo. A Bíblia fala do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt.28:19), mas estes termos são apenas funcionais, a saber, estas nomenclaturas têm por finalidade única fazer com que não confundamos as Pessoas. Repito: Jesus existe desde a eternidade (Mq.5:2; Jo. 1:1-3,10); logo, não foi criado por ninguém, nem por Deus Pai, pois é Criador (Jo. 1:1-3,10; Cl 1. 14-17; Hb 1: 10, etc.), e não criatura. Desde a eternidade até o momento da Sua humanização, o Filho de Deus não tinha corpo, mas era apenas Espírito. Ora, se o lado Divino de Jesus é o Criador dos Céus, da Terra e de tudo quanto neles há; é Espírito e é Santo, então Jesus não é menos Pai do que o Pai, não é menos Espírito do que o Espírito Santo, nem tampouco é menos Santo do que o Pai e o Espírito Santo juntos.

* * *
      No capítulo seguinte vamos considerar mais três incoerências Kardequianas. Vamos provar que segundo o Kardecismo, nós, e também o Senhor Jesus Cristo, já fomos bichos nas encarnações anteriores. Vamos, pois, ao próximo capítulo.






      Neste capítulo pretendo expor, como já informei no capítulo anterior, mais três contradições kardequianas. 


      Segundo o supracitado livro de kardec A Gênese, capítulo III, números 20-24, páginas 81-84, Allan Kardec afirmou que todos os espíritos, ao serem criados são simples e ignorantes, e que cabe a eles se evoluírem até alcançar a perfeição. Nessa trajetória rumo à perfeição os espíritos encarnam, desencarnam e reencarnam em corpos de animais. Kardec registrou que a luta pela sobrevivência entre os animais, onde um come o outro, serve para desenvolver os espíritos que ocupam seus corpos. Tais espíritos, quando atingem um certo grau de evolução, deixam de encarnar nos animais e ingressam no seio da Humanidade, ou seja, passam a encarnar em seres humanos. Fica subtendido no livro em questão _ A Gênese _, que as pessoas perversas são espíritos que deixaram o mundo animal recentemente, e que, portanto, ainda não se despiram da lei do mais forte que vigora entre os irracionais. Senão, vejamos:
      “...No homem, há um período de transição em que ele mal se distingue do bruto. Nas primeiras idades, domina o instinto animal e a luta ainda tem por móvel a satisfação das necessidades materiais. Mais tarde, contrabalançam-se o instinto animal e o sentimento moral; luta então o homem, não mais para se alimentar, porém, para satisfazer à sua ambição, ao seu orgulho, à necessidade, que experimenta, de dominar. Para isso, ainda lhe é preciso destruir. Todavia, à medida que o senso moral prepondera, desenvolve-se a sensibilidade, diminui a necessidade de destruir, acaba mesmo por desaparecer, por se tornar odiosa. O homem ganha horror ao sangue.
      Contudo, a luta é sempre necessária ao desenvolvimento do Espírito, pois, mesmo chegando a esse ponto, que parece culminante, ele ainda está longe de ser perfeito. Só à custa de muita atividade adquire conhecimento, experiência e se despoja dos últimos vestígios da animalidade. Mas, nessa ocasião, a luta, de sangrenta e brutal que era, se torna puramente intelectual. O homem luta contra as dificuldades, não mais contra os seus semelhantes” (A Gênese. Federação Espírita Brasileira: Capítulo III, número 24, página 83).
     
      Veja abaixo maiores informações:

      “20. — A destruição recíproca dos seres vivos é, dentre as leis da Natureza, uma das que, à primeira vista, menos parecem conciliar-se com a bondade de Deus. Pergunta-se por que lhes criou ele a necessidade de mutuamente se destruírem, para se alimentarem uns à custa dos outros.
      Para quem apenas vê a matéria e restringe à vida presente a sua visão, há de isso, com efeito, parecer uma imperfeição na obra divina. É que, em geral, os homens apreciam a perfeição de Deus do ponto de vista humano; medindo-lhe a sabedoria pelo juízo que dela formam, pensam que Deus não poderia fazer coisa melhor do que eles próprios fariam. Não lhes permitindo a curta visão, de que dispõem, apreciar o conjunto, não compreendem que um bem real possa decorrer de um mal aparente. Só o conhecimento do princípio espiritual, considerado em sua verdadeira essência, e o da grande lei de unidade, que constitui a harmonia da criação, pode dar ao homem a chave desse mistério e mostrar-lhe a sabedoria providencial e a harmonia, exatamente onde apenas vê uma anomalia e uma contradição.
      21. —  A verdadeira vida, tanto do animal como do homem, não está no invólucro corporal, do mesmo modo que não está no vestuário. Está no princípio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo. Esse princípio necessita do corpo, para se desenvolver pelo trabalho que lhe cumpre realizar sobre a matéria bruta. O corpo se consome nesse trabalho, mas o Espírito não se gasta; ao contrário, sai dele cada vez mais forte, mais lúcido e mais apto. Que importa, pois, que o Espírito mude mais ou menos freqüentemente de envoltório? Não deixa por isso de ser Espírito. É precisamente como se um homem mudasse cem vezes no ano as suas vestes. Não deixaria por isso de ser homem.
      Por meio do incessante espetáculo da destruição, ensina Deus aos homens o pouco caso que devem fazer do envoltório material e lhes suscita a idéia da vida espiritual, fazendo que a desejem como uma compensação.
      Objetar-se-á: não podia Deus chegar ao mesmo resultado por outros meios, sem constranger os seres vivos a se entredestruírem? Desde que na sua obra tudo é sabedoria, devemos supor que esta não existirá mais num ponto do que noutros; se não o compreendemos assim, devemos atribuí-lo à nossa falta de adiantamento. Contudo, podemos tentar a pesquisa da razão do que nos pareça defeituoso, tomando por bússola este princípio:  Deus há de ser infinitamente justo e sábio. Procuremos, portanto, em tudo, a sua justiça e a sua sabedoria e curvemo-nos diante do que ultrapasse o nosso entendimento.
      22. — Uma primeira utilidade, que se apresenta de tal destruição, utilidade, sem dúvida, puramente física, é esta: os corpos orgânicos só se conservam com o auxilio das matérias orgânicas, matérias que só elas contém os elementos nutritivos necessários à transformação deles. Como instrumentos de ação para o princípio inteligente, precisando os corpos ser constantemente renovados, a Providência faz que sirvam ao seu mútuo entretenimento. Eis por que os seres se nutrem uns dos outros. Mas, então, é o corpo que se nutre do corpo, sem que o Espírito se aniquile ou altere. Fica apenas despojado do seu envoltório.
     23. — Há também considerações morais de ordem elevada.
       É necessária a luta para o desenvolvimento do Espírito.
      Na luta é que ele exercita suas faculdades. O que ataca em busca do alimento e o que se defende para conservar a vida usam de habilidade e inteligência, aumentando, em conseqüência, suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe; mas, em realidade, que foi o que o mais forte ou o mais destro tirou ao mais fraco? A veste de carne, nada mais; ulteriormente, o Espírito, que não morreu, tomará outra.
      24. — Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, em os quais a inteligência ainda não substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação. Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os poderia estimular. É nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida...” (A Gênese. Federação Espírita Brasileira: Capítulo III, números 20-24. Grifo meu).
      Assim fica claro que, segundo o Kardecismo, o homem já foi boi, cavalo, cachorro, rato, cobra, barata e assim por diante, nas encarnações anteriores. Ora, quem crê nisso, pode ser tudo, menos cristão, já que o Cristianismo nunca pregou isso.


      Todos os leitores de Kardec, se são sinceros reconhecem que ele admitia a possibilidade de até o nosso Amorável Salvador e Benfeitor _ Jesus Cristo _ ter sido bicho nas encarnações anteriores. Senão, vejamos: Allan Kardec diz em o livro Obras Póstumas, sob o tópico: “Estudo da Natureza de Cristo”, páginas 90 a 118, que Jesus Cristo é um espírito criado por Deus. Diz também, em O Céu e o Inferno, 1ª parte, capítulo III, número 6, que os espíritos, ao serem criados, são simples e ignorantes. Agora raciocinemos: Se os espíritos, ao serem criados, são simples e ignorantes; e se na trajetória  evolutiva, o encarnar-se em animais faz parte do programa, logo Jesus também já foi cachorro, porco, cobra, mosca, sapo, urso, macaco, barata, etc., nas encarnações anteriores até tornar-se perfeito. Quão contrária ao Cristianismo é essa doutrina! As informações que nos vêm da Bíblia acerca da Pessoa de Jesus, são diametralmente opostas às que procedem de Allan Kardec. De acordo com Miquéias 5:2, Jesus é desde a eternidade; segundo o apóstolo João, Jesus é: Igual a Deus (Jo. 5:18 ); digno de receber as mesmas honras que tributamos a Deus (Jo. 5:23); o verdadeiro Deus (1 Jo. 5:20 ); o Deus Criador dos Céus, da Terra e de tudo quanto neles há (Jo. 1:1–3,10 ). À luz de Jo. 1.1-3, Jesus não é criatura, pois que segundo esta referência bíblica, “sem” Jesus, “nada do que foi feito se fez”. Ora, se “sem Ele nada do que foi feito se fez”, então Ele fez tudo quanto foi feito. E, se Ele criou tudo quanto foi criado, então Ele não é criatura, pois uma coisa que ainda não existe, não pode fazer-se a si mesma nem tampouco ajudar o seu criador a criá-la.
      Sim, o fato de a Bíblia dizer que “sem Ele nada do que foi feito se fez”, se Ele tivesse sido feito, não poderíamos chegar a nenhuma outra conclusão, se não às seguintes: Ou Ele fez-se a si mesmo, ou pelo menos ajudou o seu Criador a criá-lo. Você não acha que esse “raciocínio” é tão ilógico que nem mesmo merece ser reconhecido como tal? Este texto Bíblico sustenta que Jesus é desde a eternidade. Jesus “estava no mundo, e o mundo foi feito por Ele...” (João 1:1-3,10 ). Vejamos ainda as considerações abaixo:
      Segundo Hebreus 13:8, Jesus Cristo é hoje o que foi no passado eterno, e será por toda a eternidade o que hoje Ele é. Isto prova que, segundo o Cristianismo, Ele não evoluiu, não evolui e nem evoluirá jamais;
      Hebreus 1:8-12 diz que Jesus é o Jeová Deus, cujo trono subsiste pelos séculos dos séculos, ama a justiça, odeia a injustiça, fundou os Céus e a Terra, e é o mesmo;
      Em Colossenses 1:14-17, o apóstolo Paulo diz que Jesus é o Criador dos céus, da Terra e de tudo quanto neles há;
      Eis aqui o que prega o Cristianismo. Ninguém é obrigado a ser cristão, mas quem se considera cristão tem que crer nisto, sob pena de merecer o título de incoerente que, como uma luva se ajusta aos kardecistas.



      Vimos que Kardec disse que nós já fomos bichos nas encarnações anteriores. Vimos também que isso o descaracteriza como cristão, já que o Cristianismo nunca pregou isso, e que, portanto, essa heresia constitui uma incoerência. Ou seja, ele não era cristão, pois pregava algo contrário ao Cristianismo; e era incoerente, pois se dizia cristão, apesar dessa divergência. Agora, partamos ao subtópico seguinte e ouçamo-lo se contradizer.


      Bem, vimos que Kardec se revela incoerente quando responde positivamente à pergunta de que se já fomos bichos nas encarnações anteriores, visto que ele se professava cristão.Todavia, como se essa discrepância não bastasse, um espírito “superior” (bem sei que espírito é esse), respondendo às indagações de Allan Kardec, assegurou ao seu consulente que os espíritos dos animais jamais encarnarão em seres humanos, e que a recíproca é verdadeira. Disse ainda o espírito consultor, que tanto os espíritos dos animais, quanto os dos homens, evoluem paralelamente, mas a disparidade entre estas duas espécies de espíritos é mantida eternamente. Ambos (os espíritos que encarnam em seres humanos e os que encarnam em animais) chegarão aos mundos superiores (mundos estes habitados pelos espíritos perfeitos); mas, como já afirmei, os espíritos dos animais nunca serão tão perfeitos quanto os dos homens. Os espíritos dos homens serão perfeitos, e os espíritos dos animais serão aperfeiçoados. Estes (refiro-me aos espíritos dos animais) nunca conhecerão a Deus; antes, para eles o homem será um deus. Esse ensino consta de “O Livro dos Espíritos”, de autoria de Allan Kardec. Ora, como associar esse ensino, constante de “O Livro dos Espíritos”, segundo o qual as almas dos animais são e serão eternamente inferiores às almas dos homens, com o que está contido em “A Gênese”, já considerado no primeiro tópico deste capítulo? Para que o leitor veja que de fato as coisas são assim, queira ler o texto abaixo transcrito, o qual é constituído das perguntas que Kardec formulou a um espírito “superior”, assim como das respostas desse espírito. Tais perguntas constam de “O Livro dos Espíritos” e estão enumeradas. Ei-las:
     
Pergunta 597“Pois que os animais possuem uma inteligência que lhes faculta certa liberdade de ação, haverá neles algum princípio independente da matéria? 
    
Resposta: ‘Há e que sobrevive ao corpo’ ”.

Pergunta 605: “[...] a)— Será esse princípio uma alma semelhante à do homem?”

       ‘É também uma alma, se quiserdes, dependendo isto do sentido que se der a esta palavra. É, porém, inferior à do homem. Há entre a alma dos animais e a do homem distância equivalente à que medeia entre a alma do homem e Deus’ ”.

Pergunta 598: “Após a morte, conserva a alma dos animais a sua individualidade e a consciência de si mesma?”

Resposta: ‘Conserva sua individualidade; quanto à consciência do seu eu, não. A vida inteligente lhe permanece em estado latente’ ”.

Pergunta 599: “À alma dos animais é dado escolher a espécie de animal em que encarne?”
     
      ‘Não, pois que lhe falta livre-arbítrio’ ”.

Pergunta 600: “Sobrevivendo ao corpo em que habitou, a alma do animal vem a achar-se, depois da morte, num estado de erraticidade, como a do homem?

      ‘Fica numa espécie de erraticidade, pois que não mais se acha unida ao corpo, mas não é um Espírito errante. O Espírito errante é um ser que pensa e obra por sua livre vontade. De idêntica faculdade não dispõe o dos animais. A consciência de si mesmo é o que constitui o principal atributo do Espírito. O do animal, depois da morte, é classificado pelos Espíritos a quem incumbe essa tarefa e utilizado quase imediatamente. Não lhe é dado tempo de entrar em relação com outras criaturas’.

Pergunta 601: Os animais estão sujeitos, como o homem, a uma lei progressiva?

      ‘Sim; e daí vem que nos mundos superiores, onde os homens são mais adiantados, os animais também o são, dispondo de meios mais amplos de comunicação. São sempre, porém, inferiores ao homem e se lhe acham submetidos, tendo neles o homem servidores inteligentes.
      Nada há nisso de extraordinário. Tomemos os nossos mais inteligentes animais, o cão, o elefante, o cavalo, e imaginemo-los dotados de uma conformação apropriada a trabalhos manuais. Que não fariam sob a direção do homem?’

Pergunta 602: Os animais progridem, como o homem, por ato da própria vontade, ou pela força das coisas?
      ‘Pela força das coisas, razão por que não estão sujeitos à expiação’.

Pergunta 603Nos mundos superiores, os animais conhecem a Deus?”

      ‘Não. Para eles o homem é um deus, como outrora os Espíritos eram deuses para o homem’ ”.

Pergunta 604: “Pois que os animais, mesmo os aperfeiçoados, existentes nos mundos superiores, são sempre inferiores ao homem, segue-se que Deus criou seres intelectuais perpetuamente destinados à inferioridade, o que parece em desacordo com a unidade de vistas e de progresso que todas as suas obras revelam”.

      ‘Tudo em a Natureza se encadeia por elos que ainda não podeis apreender. Assim, as coisas aparentemente mais díspares têm pontos de contacto que o homem, no seu estado atual, nunca chegará a compreender....’.

     “a) — A inteligência é então uma propriedade comum, um ponto de contacto entre a alma dos animais e a do homem?

     “ ‘É, porém os animais só possuem a inteligência da vida material. No homem, a inteligência proporciona a vida moral’ ”.
      [...]
       a) — De modo que, além de suas próprias imperfeições de que cumpre ao Espírito despojar-se, tem ainda o homem que lutar contra a influencia da matéria?

      ‘Quanto mais inferior é o Espírito, tanto mais apertados são os laços que o ligam à matéria. Não o vedes? O homem não tem duas almas; a alma é sempre única em cada ser. São distintas uma da outra a alma do animal e a do homem, a tal ponto que a de um não pode animar o corpo criado para o outro....’.

Pergunta 606: “Donde tiram os animais o princípio inteligente que constitui a alma de natureza especial de que são dotados?”

     “ ‘Do elemento inteligente universal’ ”.

      “a) — Então, emanam de um único princípio a inteligência do homem e a dos animais? 

     “ ‘Sem dúvida alguma, porém, no homem, passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal [...] ’ ” (O Livro dos Espíritos. Federação Espírita Brasileira. Parte 2ª, capítulo XI, números 597-606, páginas 296-299).               
     Como se pode ver acima, Kardec perguntava e os demônios respondiam. As respostas são contraditórias e o caos se estabelece.
     

      Bem, Kardec diz “sim” e Kardec diz “não” e, como sabemos, ninguém consegue crer nas duas “verdades” ao mesmo tempo. Portanto, que dizem os kardecistas sobre essa incoerência? Resposta: Eles não vêem nisso nenhuma contradição, mas há controvérsia quanto à interpretação. Senão, vejamos o que o articulista, senhor Durval Ciamponi, fez constar de o jornal espírita, órgão oficial da Federação Espírita do Estado de São de São Paulo, abril de 1996: “Eles” (os espíritos dos animais) “serão sempre espíritos de animais? Alguns intérpretes da Doutrina Espírita... sustentam que sim” (Grifo meu). E a seguirombreando espíritas de renome que destoam de seus correligionários quanto a essa interpretação, como J. Herculano Pires e Gabriel Delantes, o referido articulista Durval Ciamponi conclui que “A resposta é, portanto, não(Grifo meu).
      Sim, leitor, no jornal supracitado, de abril de 1996, o senhor Durval Ciamponi que, como já vimos, crê que os espíritos que ora animam nossos corpos, antes de se habilitarem a tanto, já animaram insetos e animais, didaticamente formula algumas perguntas e as responde respectivamente. São, ao todo, 8 perguntas, porém, só vou copiar 5, sem me prender à ordem original. Ei-las:

Primeira pergunta:“Os animais têm espíritos?”

Resposta: “A resposta é sim”,

Segunda pergunta: “Os animais sofrem o processo da evolução através das encarnações? 

Resposta: “...podemos dizer seguramente que sim...”;

Terceira pergunta”Eles serão sempre espíritos de animais? ”

Resposta: “’...a alma do animal é da mesma natureza que a humana, apenas diferenciada no desenvolvimento gradativo’. A resposta é, portanto, não”;

Quarta pergunta“Uma cobra poderá vir, em outra encarnação como outro animal, por exemplo: um animal doméstico? 

Resposta: “...A natureza não dá saltos... Logo não é concebível que uma cobra venenosa...venha a animar o corpo de um cão, mas poderá vir, em outra encarnação, animando o corpo de uma jibóia, mais mansa, passível e domesticável...”;

Quinta pergunta“Assim como acontece aos homens, os animais encarnados têm destinos bem diferentes, quando na Terra. Uns são bem tratados, tendo lar e carinho, outros vivem nas ruas sendo chutados, famintos e sem lar. Pode-se dizer que isso seja dívida de vidas passadas?”

Resposta: “Bela pergunta; resposta difícil.  ... Não se pode dizer que ele sofre [1] por causa das dívidas passadas, mas a tendência de seu comportamento anterior deve ser de profundo interesse para a decisão dos espíritos encarregados da missão reencarnatória”.       

      Como o leitor pode ver, a confusão se estabelece quando se perde o tempo ouvindo os “Espíritos superiores” que se deixavam entrevistar por Allan Kardec. Os demônios, através de seu servo Kardec,  pregaram duas doutrinas diametralmente opostas entre si: Ora a Humanidade já foi bicho, ora nunca fomos bichos e nem tampouco havemos de sê-lo um dia. E agora José? O senhor Durval Ciamponi, como se pode ver ao ler a transcrição supra, não se atazana com isso, antes faz de uma dessas heresias alvo de suas apologias, e dá o assunto por encerrado.
      Muitos “kardecistas” teimaram comigo que Kardec não pregou que nós já fomos bichos nas encarnações anteriores. Entre as razões para se pensar assim, segundo me consta, uma é que no Kardecismo (como bem o observou o referido senhor Durval Ciamponi, no seu artigo supracitado) se escreve a palavra “espírito” de duas maneiras: com a inicial minúscula (espírito) e com a inicial maiúscula (Espírito). Esta grafia designa o espírito que já está pronto para ingressar “no reino hominal”, isto é, já se habilitou a encarnar em seres humanos; e aquela se usa para se referir ao espírito que ainda estaria ensaiando nos animais. Logo, um autor espírita pode, mesmo crendo nessa migração das almas dos brutos para a raça humana, afirmar, sem contradição alguma (exceto quanto ao fato de, simultaneamente, se proclamarem cristãos), que os espíritos dos animais não encarnam em seres humanos, visto que, segundo o Kardecismo, tais espíritos só ingressarão no seio da Humanidade, quando atingirem o status ou o patamar de Espíritos.
      Além disso, o Kardecismo prega que um espírito nunca retroage. Logo, todos os espíritos (atente para o fato de que na grafia deste vocábulo [“espírito”], eu usei inicial minúscula) um dia vão parar de encarnar em animais e encarnar em seres humanos, mas nenhum Espírito (veja que agora não mais usei a inicial minúscula ao registrar a mesma palavra) voltará a encarnar em animais.
*  *  *
      Não é raro ouvirmos os kardecistas dizerem que também crêem em Jesus. Porém, o que foi exibido até aqui certamente esclarece que o “Jesus” deles é diferente do nosso. Este é o único Deus vivo Todo-poderoso; é o  Criador dos Céus, da Terra e de tudo quanto neles há; é sem princípio, sem fim, imutável, onisciente, onipresente, etc., mas aquele é um espírito comum, diferindo de nós apenas na idade e na evolução. O “Jesus” dos kardecistas já foi minhoca, barata e até rato. Sim, temos um Jesus diferente, como bem o disse um poeta cristão:
“Que Jesus maravilhoso é este nosso!
É este nosso! É este nosso!
Ele salva, Ele cura, Ele batiza também
Com o Espírito Santo!
Amém! Amém!”
      Acabei de exibir, pois, mais duas evidências de que o Kardecismo não é Cristianismo:

1ª) Prega doutrinas estranhas à fé cristã. Sim, dizer que nós e até o Senhor Jesus, já fomos bichos nas encarnações anteriores, não é portar-se como cristão;

2ª) Contradiz-se a si mesmo. Ora, o Cristianismo é um todo harmonioso, e não essa colcha de retalhos que, aos olhos dos incautos, se faz passar por instituição cristã.
      A rigor, o presente capítulo alude a quatro absurdos constantes da literatura Kardecista:
a)     Prega doutrinas contrárias à fé cristã;
b)     Não fala coisa com coisa;
c)      Os kardecistas, fazendo vista grossa a essas contradições, não as denunciam, antes optam por uma das crendices em pauta, e a difundem e defendem;
d)     E se propaga cristão, apesar desses pesares.




Nota do autor: 1. O original diz “sobre”, e não “sofre”, mas uma análise do texto indica tratar-se de uma errata.




      Ninguém pode ser tachado de incoerente só por negar a existência do Inferno, onde (de acordo com o Cristianismo bíblico) o diabo, os demônios e os humanos que se perderem serão atormentados eternamente. Cheguei a esta conclusão à base do seguinte raciocínio: Já que ninguém é obrigado a ser cristão, então ninguém é obrigado a crer que o Inferno existe. Todavia, aquele que se diz cristão, mas não admite o Inferno como real, é, sim, incoerente. Por exemplo, ninguém é obrigado a reconhecer Maomé como Profeta de Alá, mas é impossível ser muçulmano sem admitir isso. Deste modo, o fato de o Kardecismo rechaçar a idéia da pena eterna, e, concomitantemente, se dizer cristão, denota que essa seita é um sistema discrepante, não sendo, pois, uma instituição cristã; já que Cristo, o fundador do Cristianismo, falava coisa com coisa.
      Embora o propósito primário deste livro não seja uma apologia ao Cristianismo bíblico, mas apenas demonstrar que o Kardecismo é hipócrita por se dizer cristão sem arcar com as implicações desta postura, neste capítulo argumento que a crença na pena eterna não é incompatível com a bondade de Deus. Seria, se Deus, além de bom, não fosse também justo e santo.
      A empreitada do presente capítulo, bem como de todo este livro, é hastear as incoerências Kardequianas, tornando-as bem visíveis. Talvez isto contribua para livrar alguém de percorrer esse caminho que também conduz ao Inferno.
      Provo nesta obra que a realidade do Inferno é uma doutrina do Cristianismo histórico, e que, sendo assim, é incoerência se dizer cristão sem aquiescer a este fato. Então, o Kardecismo é incoerente.
      Sintetizando o que Allan Kardec escreveu em seus livros (principalmente no livro intitulado “O Céu e o Inferno”), no seu inglório afã de “provar” a inexistência do Inferno como um lugar de suplício eterno, digo, com minhas palavras, que as “razões” por ele apresentadas são as seguintes: “O castigo eterno não existe porque:

a) Jesus jamais se referiu ao suplício eterno;
b) É contrário ao bom senso;
c) É repugnante à justiça;
d) É oposto ao amor de Deus;
e) É uma desonra ao Deus amoroso”

      Refutarei às objeções supra, na mesma ordem acima apresentadas:


      Não é necessário provar que os kardecistas negam a existência do Inferno, porquanto eles não escondem isso de ninguém. Kardec entendia que Jesus, em conseqüência do atraso inerente aos espíritos de seus contemporâneos que, por isso mesmo, não estavam à altura de entender a verdade sobre este assunto, absteve-se de fazê-lo. Jesus, segundo Kardec, não disse que não há suplício eterno, mas também não afirmou que haja. É que Ele sabia que com o tempo isso passaria. Senão, vejamos:
“Jesus encontrava-se, pois, na impossibilidade de os iniciar no verdadeiro estado das coisas; mas não querendo, por outro lado, com sua autoridade, sancionar prejuízos aceitos, absteve-se de os retificar, deixando ao tempo essa missão. Ele limitou-se a falar vagamente da vida bem-aventurada, dos castigos reservados aos culpados, sem referir-se jamais nos seus ensinos a castigos e suplícios corporais, que constituíram para os cristãos um artigo de fé” (O Céu e o Inferno. Federação Espírita Brasileira: 1ª parte, capítulo IV, nº 6, página 43. Grifo meu).
      Pelo que me consta, Jesus jamais deixou de ensinar quaisquer verdades, em respeito aos preconceitos, ignorância e tradições existentes nos dias de Seu Ministério terreno: assentou-se à mesa com os publicanos (Mt 9:11; Lc.15:1-2); mandou um homem transportar a sua cama em dia de sábado (Jo.5:8-13); foi de encontro às tradições dos anciãos (Mt 15:1-11); falou a uma mulher samaritana (Jo.4:9,27); declarou Sua igualdade com Deus (Jo 5:18); exigiu para Si as honras reservadas exclusivamente para Deus (Jo 5:23); e disse ser um com Deus (Jo 10:30), o que equivale a dizer que Ele é Deus (Jo 10:31-33).  [Ora, os judeus erraram ao pensar que Jesus estava blasfemando por se fazer Deus, mas acertaram por interpretar a firmação “Eu e o Pai somos um” como equivalente a “Eu sou Deus” (confere com Jo 10:31-33)]. Os kardecistas, naturalmente me rebatem citando Jo. 16:12, onde Jesus teria “deixado de ensinar algo que os apóstolos ainda não podiam suportar naquela época, devido às imperfeições de seus espíritos”. Mas o contexto demonstra não ser este o caso, visto que dentro de poucos dias após, o Consolador veio e os guiou em toda a verdade. Logo, segundo o próprio Cristo, os apóstolos receberam a Doutrina completa, já que, segundo a Bíblia, o Consolador que lhes daria maiores revelações tão logo viesse, veio dentro de um período de tempo inferior a dois meses e os guiou a toda a verdade. Ademais, não é de se duvidar que Cristo se referia apenas às perseguições que eles, os apóstolos, iriam enfrentar, as quais produziriam até mártires. Certamente não era prudente dizer a Pedro que ele seria um dia crucificado de cabeça para baixo; a Tiago, que ele seria decapitado; a Tomé, que ele seria transpassado por uma flecha e assim por diante. Bem, a que segredo se referia Jesus em Jo 16:12: Às perseguições que os apóstolos enfrentariam? A maiores revelações da parte de Deus, revelações estas que redundariam na composição do Novo Testamento? Ou Ele se referia a estas duas coisas? Seja como for, a Bíblia é clara: Os apóstolos receberam o Consolador e, por conseguinte, foram guiados a toda a verdade, bem como habilitados a testificar de Cristo incondicionalmente.
      O fato de Jesus afirmar que “ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade” é, segundo os kardecistas (como vimos acima), prova cabal de que naquela época a Humanidade ainda não estava preparada para receber toda a verdade, e que, por isso mesmo, Jesus deixou claro que no devido tempo Deus daria à Humanidade uma revelação maior do aquela mediada por Cristo. Acontece, porém, que Jesus não disse assim: “ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando estiverdes preparados, Eu vos darei outro Consolador que o dirá ”. Logo, os discípulos não tinham que evoluir para receberem o Consolador, e sim, receber o Consolador para se habilitarem a maiores revelações. Ademais, vimos no capítulo 3 que, segundo a Bíblia, o Consolador veio no século I.
      Embora eu não queira ombrear os que não vêem em Jesus mais que “um grande filósofo, um grande idealista, um revolucionário político, um grande defensor dos direitos humanos, um grande defensor dos pobres” e assim por diante, reconheço que a mensagem do Cristo causou tão grande impacto nos seus contemporâneos que estes (na sua maioria), rejeitaram-no; e que, não obstante, Ele não arredou o pé: expôs os charlatões publicamente (Mt 21:12,13), falou a verdade com autoridade jamais vista (Mt. 7:29), possibilitando ao povo ouvir algo inédito (Jo. 7:46). Isto nos convence que as dissertações de Allan Kardec em torno da postura de Cristo sobre o Inferno, são meras palavras ocas. Cristo falou sim, senhor Kardec, do castigo eterno; e não o fez de modo vago, mas claro. Disse Jesus:

·         “Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?” (Mt 23:33 );

·         “... vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação”. (Jo 5:28, 29);

·         “... Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna” (Mt 25:41, 46);

·         “Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó e todos os profetas, no reino de Deus, e vós lançados fora” (Lc 13:28);

·         “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16:15, 16).
      Repito: Cristo falou sim, do castigo eterno; e não o fez de modo vago, mas claramente, como acabamos de ver.


      Para sabermos se existe ou não o castigo eterno, não podemos nos limitar à consulta do “bom senso”; de outro modo poderíamos fazer acerca da existência do Inferno as seguintes afirmações:

a) Existe realmente;
b) Não existe realmente;

c) Não sabemos se existe ou não.

      Por que? Porque encontramos pessoas igualmente inteligentes que fazem, de per si, estas afirmações, alegando todas contarem com a corroboração do bom senso. E aí? Qual das três opiniões é a correta?
      Para pronunciar positiva ou negativamente sobre a existência da pena eterna, ninguém está melhor credenciado que o Senhor Jesus Cristo, os profetas e os apóstolos. Ouçamo-los:

Jesus:
      Vimos no subtópico anterior (5.1) cinco trechos bíblicos nos quais Jesus aparece falando sem rodeios do suplício eterno, ou seja, falando do Inferno. E muitos outros versículos eu poderia citar. Todavia, por ora fiquemos só com aqueles, visto os mesmos nos bastam para nos convencer que Cristo falou sim, do castigo eterno; e que não o fez de modo vago, mas claramente.

Apóstolo João:
·         “E o diabo que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos” (Ap 20:10 ).
“E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo” (Ap 20:15).

Apóstolo Paulo:
·         “Os quais sofrerão, como castigo, a perdição eterna, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder” (2 Ts. 1:9).

Autor da Epístola aos Hebreus:
·         “Como escaparemos nós, se descuidarmos de tão grande salvação?...” (Hb 2:3a );
·         “Porque se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma expectação terrível de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os adversários. Havendo alguém rejeitado a lei de Moisés, morre sem misericórdia, pela palavra de duas ou três testemunhas; de quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do pacto, com que foi santificado, e ultrajar ao Espírito da graça? Pois conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” ( Hb 10:26-31 );

Daniel:
·         “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para a vergonha e desprezo eternos” (Dn 12:2).

João Batista:
·         “Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3:36).


      O que é justiça? O extinto programa de TV intitulado “Você Decide” é um nítido exemplo do quanto a consciência humana está atrofiada, e, portanto, impossibilitada de decidir por si só entre o justo e o injusto: milhões de pessoas diziam “sim” e milhões diziam “não”. E agora José?  Se alguém se achar no direito de fazer lei de uma dessas afirmações, não poderá impedir que um outro faça lei da que sobrar, porquanto, embora divergentes entre si, ambos têm, de per si, milhões de simpatizantes. Assim fica claro que o homem necessita duma unidade padrão, com a qual possa gabaritar suas palavras e obras, bem como se certificar da autenticidade ou não de tudo aquilo que se intitula justiça. E esta unidade padrão, segundo nos informaram os homens santos de Deus e o próprio Jesus, existe: é a Bíblia. Senão vejamos:

Jesus:
·         “Errais, não conhecendo as Escrituras...” (Mt 22:29);
·         “... a Escritura não pode ser anulada” (Jo 10:35);
·         “...as Escrituras... dão testemunho de mim” (Jo. 5:39);

Isaías:
·         “À Lei e ao Testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra nunca verão a alva” (Is 8:20);

Apóstolo Paulo:
·         “Escrevo-te estas coisas ... para que saibas como convém andar ...” ( I Tm 3: 14,15 );
·         “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2 Tm 3:16);

Apóstolo Pedro:
·         “Sabendo, primeiramente, isto, que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação, porque jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens santos falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe. 1: 20, 21).
     
      Está claro, é a Bíblia que dá a primeira e última palavra em todos os setores da nossa vida. Temos algo incomparavelmente mais confiável do que as falíveis razões humanas: a Bíblia, a Palavra de Deus.
      Se mal interpretado, o que foi apresentado até aqui pode levar um leitor desavisado a concluir precipitadamente que o autor destas linhas discorda do uso da razão. Mas não é este o caso. Eu raciocino sim. De outro modo eu não teria detectado as contradições do Kardecismo, e talvez já até tivesse me convertido a essa seita.
      O fato de Cristo dizer que “nem um jota ou um til, se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido” (Mt 5:18), justifica o título honorífico de “sagradas letras” (2 Tm. 3:15) que o apóstolo Paulo atribuiu à Bíblia.
      Até a sabedoria popular já externou a sua opinião acerca da inconsistência das nossas imaginações falíveis, ao dizer: “a cada cabeça uma sentença”.
      No livro intitulado “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, supracitado, capítulo 5, nº 21, páginas 115-116, está contida uma exortação a não avaliarmos a justiça divina pelos nossos suspeitos padrões. Diz o texto:“Por que haveis de avaliar a justiça de Deus pela vossa?”.  Assim o Kardecismo destrói-se a si mesmo.


      O que a Bíblia afirma com muita clareza, é que realmente existe a pena eterna e que Deus é, inegavelmente, amor. Se temos dificuldades para compreendermos o porquê da severidade de Deus para com o pecado, o problema deve estar em nós. O próprio Kardecismo diz: “Por que haveis de avaliar a justiça de Deus pela vossa?”
      Talvez a passagem bíblica que mais enfatiza, simultaneamente, a perdição eterna e o amor de Deus, seja Jo 3:16. Este versículo diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Ora, se Deus nos deu Seu Filho para não perecermos, está provado que Ele viu que se não no-lo desse, pereceríamos inevitavelmente; e, visto que Ele realmente é amor, e, portanto, não deseja esta tamanha catástrofe para nós, tomou medidas drásticas e radicais contra o pecado, em defesa do pecador. Este texto bíblico (Jo.3.16) nos assegura que Deus nos deu o Seu Filho com a seguinte finalidade: Nos livrar de perecer e, por conseguinte, nos dar a vida eterna.  A esta altura eu pergunto aos kardecistas: O que é perecer? Vejam que estava para nos suceder uma desgraça; o nome dessa desgraça é perecer; e que Deus nos deu o Seu Filho Jesus para anular essa tal desgraça. Se não existe a pena eterna, a que desgraça se refere Jo 3:16? Se todas e quaisquer faltas pudessem ser reparadas através de boas obras e sofrimentos, nesta e/ou noutra (s) encarnação (ões), neste e/ou noutro (s) mundo (s), asseguro que não haveria necessidade de Deus nos dar o Seu Filho unigênito para nos livrar de perecer, pois já teríamos em nós mesmos a solução desse inconveniente: a caridade e as vicissitudes da vida. Logo, Deus nos teria dado o Seu Filho em vão.
      Se o sacrifício de Jesus não quita para com Deus o pecador que arrependido crer, segue-se que a vinda de Cristo ao mundo foi inteiramente ineficaz e inoperante, não tendo, portanto, produzido nenhum efeito positivo sobre nós, porquanto ainda estamos sujeitos a tudo quanto estaríamos, se Ele não tivesse vindo em nosso auxílio, a saber, ainda temos que expiar os nossos pecados através das boas ações + sofrimentos. Acontece, porém, que Jesus Cristo disse “que todo aquele” (o que equivale a dizer: seja lá quem for) “que nEle crê ” não perecerá, mas terá “a vida eterna”. O que é “não perecer"? O que é “ter a vida eterna"? “Não perecerá” significa que não sofrerá a pena eterna? Mas para que nos daria Deus o Seu Filho para nos livrar da pena eterna, se esta não existisse? Há! “Não perecerá” significa que o crente não terá que sofrer as conseqüências dos seus pecados? Como não, se Allan Kardec disse que o homem não se livra de pagar o que deve, nesta ou noutra encarnação, neste ou noutro mundo? Respondam-me, ó kardecistas, o que é o “não pereça” a que Jesus fez menção? Está claro, quem crer vai se livrar de uma coisa ruim chamada perecer. Essa coisa ruim não seria uma pena eterna, pois esta não existe (segundo o kardecismo); também não é deixar de sofrer uma pena temporal, isto é, uma pena por um tempo determinado, até que o pecador expie as suas culpas, pois segundo o kardecismo, o homem sofrerá inevitavelmente as conseqüências de suas faltas. Então, que é o “não pereça”?
      É digno de nota que o “não pereça”, está em aposição com o “tenha a vida eterna”, o que por si só já nos informa que quem não perecer terá a vida eterna, e que quem não tiver a vida eterna, irá perecer.
      Uma vez que nós (os evangélicos) e os kardecistas cremos na imortalidade da alma, e por “vida eterna” entendemos uma existência feliz com Deus para sempre, “pereça” não seria uma existência consciente, sem Deus, infeliz, para todo o sempre? Se o leitor é kardecista, por certo está pensando: “Não pode ser, pois Deus é amor!” Mas aí eu lhe pergunto: O fato de Deus nos ter dado o Seu Filho unigênito para nos livrar da pena eterna, à qual estávamos sentenciados, não é, porventura, uma grande prova de amor? Sendo a pena, eterna ou não, ao nos dar Deus o Seu Filho para nos livrar dessa pena, Ele prova o Seu imensurável amor por nós, você não acha? E se Deus nos deu o Seu Filho para nos livrar da pena, ainda que esta não fosse eterna, estaria extinta por Jesus, continuando Allan Kardec a assumir o sacrílego posto de falso profeta, considerando que muitos anos após Deus nos ter dado o Seu Filho para nos salvar, ele (Allan Kardec) escreveu o seguinte:
a)     “... O sofrimento é inerente à imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas conseqüências naturais e inevitáveis ...” (O Céu e o Inferno, capítulo VII, nº 33, página 100. Grifo meu);
b)    “Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga; se o não for em uma existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes, porque todas as existências são solidárias entre si,...(Idem,  capítulo VII, nº 9, página, 91).
      Por que é inevitável as conseqüências das nossas faltas, se Deus nos amou de tal maneira que nos “deu o Seu Filho unigênito para que” ao nEle crermos deixemos de perecer e tomemos posse da “vida eterna”?
      Quando o Senhor Jesus Cristo mandou pregar o Evangelho a todas as pessoas, assegurou que “quem crer e for batizado será salvo”; e que “quem não crer será condenado” (confere Mc 16:15,16). Logo, os kardecistas precisam saber o seguinte:
a)     O Senhor Jesus salva (Hb 7:25; At 10:43; 2:48; Mc 2:9; Ef 2:5, 8, 9; I Jo 1:7; Rm 3:23-28; Rm 6:23; 8:1);
b)     Quem crê em Jesus não perece, tem a vida eterna, é salvo e não é condenado. E que significa ter a vida eterna, ser salvo, não perecer, e não ser condenado?
      Se não há pena eterna, e sim a inevitabilidade duma punição que termina tão logo o penitente pague o que deve através das boas obras e das aflições da vida, nesta e/ou noutra (s) encarnação (ões), pergunta-se: Quem crer no Evangelho será salvo de quê? E quem não crer será condenado a quê? Sim, se existe a inevitabilidade das conseqüências das faltas, quem crer será salva de que? Igualmente, se não há pena eterna, e sim a inevitabilidade duma pena passageira, quem não crer no Evangelho será condenado a quê, visto que a pena passageira nós sofreremos inevitavelmente, crendo ou não no Evangelho, como o insiste o Kardecismo?
      Eu estou apelando para a Bíblia, e os kardecistas devem considerar isto relevante, pois como já sabemos, Allan Kardec recorre à Bíblia freqüentemente. Para saber isto, basta ler seus livros. Quem examina as obras do Kardecismo sabe que a literatura kardequiana está recheada de textos bíblicos. Claro, já vimos no capítulo 2 que Kardec o fazia com segundas intenções, mas, de um jeito ou de outro, isso nos confere o direito de também irmos à Bíblia, para certificarmos se de fato a Bíblia dá ao Kardecismo o apoio que essa seita alega receber do Livro dos livros. Sim, já que Allan Kardec invocou o testemunho bíblico, vejamos o que a testemunha tem a dizer. Ouçamo-la!


      Já informei que o Kardecismo prega que a crença na existência do tormento eterno desonra o Deus amoroso. Porém, a verdade é diametralmente oposta. A severa punição eterna, aplicada sobre o pecado, por si só demonstra quão hediondo crime o pecado é; o que, por sua vez, testifica da magnificência de Deus, bem como da magnitude da Sua Lei. Sim, isto exibe com naturalidade a magnificência de Deus, cuja Lei justa, santa e boa não pode ser ultrajada sem horríveis conseqüências. O pecado, por ser contra Deus, o qual é infinito em todos os Seus atributos: justiça, santidade, bondade, etc., é um crime de hediondez infinita que reclama punição infinda. Uma punição dosada (deficiências físicas, doenças, pobreza... e outras desventuras), como a sugerida pelos kardecistas, seria algum tipo de misericórdia e afrouxamento da justiça divina, o que só ocorrerá no dia em que Deus deixar de ser Deus. Mas, como o Senhor é Deus de eternidade a eternidade (Sl 90.2), isto é, de um passado infinito a um futuro infindo, o fogo que se acendeu na Sua ira (Dt. 32:22) jamais apagará; o que perpetua infinitamente o tormento dos perdidos. Lembremo-nos que “o juízo será sem misericórdia” (Tg. 2:13).
      O tormento eterno não é contrário ao amor de Deus, mas sim, oposto às consciências cauterizadas (1 Tm. 4:2) dos homens naturais que, por isso mesmo, não podem compreender as coisas do Espírito de Deus, por lhes parecerem loucura (1 Co. 2:14).
      Os Kardecistas também crêem que Deus fará justiça punindo o pecado. O que eles não admitem é que a punição seja tão severa. Todavia, o castigo do pecado terá a duração que Deus julgar necessária, e não a que gostaríamos que tivesse.
     Não nos deve causar estranheza o fato de os padrões da justiça divina não coadunarem com os nossos pontos de vista. Até os livros de Allan Kardec nos exortam, como já informei acima: “Por que haveis de avaliar a justiça de Deus pela vossa?”. Este conselho foi dado por um demônio a Allan Kardec, mas os kardecistas fariam bem, em acatá-lo. Neste ponto o diabo está certo.
         Ainda a respeito da alegação de que o tormento eterno é oposto ao amor de Deus, respondo que Deus preferiu nos dar Seu Filho Unigênito para nos livrar do Inferno, a diminuir o castigo devido ao pecado.
      A eternidade da pena do pecado santifica o nome de Deus, pois evidencia que Ele não compactuou com o pecado, deixando de puni-lo a altura de seus méritos.
      Deus não precisa afrouxar a pena do pecado para demonstrar o Seu amor por nós, visto que o Seu infinito amor já se descortinou no Calvário (Rm 5.8).
      Os horrores do tormento eterno provam o valor do sacrifício de Jesus. A grandeza de um  livramento é proporcional ao tamanho do perigo do qual se livrou. São os livramentos das grandes catástrofes que, geralmente, nos deixam grandemente emocionados. Quando nos livramos de um pequeno inconveniente, não nos emocionamos muito. Assim podemos perceber quão grande é o livramento que Jesus nos deu! Ele nos livrou dos horrores eternos! Logo, infinito é o valor do seu sacrifício por nós! O sacrifício é de valor infinito porque o sacrificado infinito é, pois se trata do sacrifício do Deus-Homem. Este sacrifício infinito se fez necessário porque a pena é infinita. A pena é infinita porque o pecado é crime cuja hediondez é infinita. E o pecado é crime de hediondez infinita porque infinito é o Deus contra o qual pecamos. Este Deus, por ser infinitamente justo, lavrou uma sentença infinita. E por ser infinitamente bom, provê salvação infinita, através do sacrifício de preciosidade infinita, a todos os que arrependidos aceitam a graça infinita, oriunda do hediondo espetáculo da Cruz de Cristo (Lc 23.48). Espetáculo este de valor infinito. Deste modo, o sacrifício infinito prova que a pena é infinita, pois do contrário seria desperdício. E a pena infinita prova o valor infinito do sacrifício, pois de outro modo seria insuficiente, isto é, por não ser correspondente, não substituiria o pecador; e, portanto, não quitaria a dívida contraída por nós.
      É possível concluir que Cristo não pregou o suplício eterno? Já sabemos que Kardec respondia positivamente a esta pergunta, mas essa postura não condiz com os fatos. A Bíblia (o Livro ao qual Kardec amiúde recorria no intuito de provar não sei o quê), muito longe de lhe ser solidária, o refutava.
      Ser ou não ser cristão, é possível; mas é impossível ser espírita e cristão simultaneamente. Conheço muitos cristãos, bem como inúmeros espíritas, mas cristão-espírita ou espírita-cristão, eu ainda não vi, sequer, um.
      Do exposto neste capítulo, o Inferno está justificado, Deus não é desonrado por isto, Jesus é exaltado, e os kardecistas que se cuidem.
      A nossa mente finita, muito aquém da de Deus, não consegue entender a coexistência do inegável e demonstrado amor de Deus, com a pena eterna, mas Deus nos deu prova cabal de que os dois (o amor de Deus e o Inferno) existem. O sacrifício de Cristo para nos salvar do Inferno prova duas coisas ao mesmo tempo: Deus é amor e o Inferno existe.
   E não venham com essa de que “a morte de Cristo não foi expiatória, mas apenas um exemplo de amor, cujo objetivo era despertar na humanidade um maior interesse à prática do bem, acelerando deste modo o nosso processo evolutivo em direção à perfeição”, porquanto essa doutrina é estranha ao Cristianismo, do qual vocês se dizem adeptos; sendo, portanto, oriunda, ou da cabeça de Allan Kardec, ou dos demônios que consigo se comunicavam, ou de ambos. E ambas as fontes são espúrias. A Bíblia é confiável em matéria de fé, e se não, pergunto: Por que vocês não param então de citar referências bíblicas (textos isolados que vocês julgam apoiá-los) em abono às suas doutrinas? Se a Bíblia é confiável, parem de pregar essa salvação barata que pode ser comprada com boas obras e sofrimentos, e proclamem a eficácia do sangue de Jesus (I Jo. 1:7); se não, queiram, por favor, abandoná-la. Fazendo isso, o Kardecismo será menos incoerente e não levará para o inferno pessoas bondosas, sinceras e inteligentes que, não obstante, por essa seita se deixam levar. Os milhões de kardecistas espalhados pelo mundo afora, constituem prova de quão sutil é o kardecismo. Ele é diabólico, mas muito parecido com Satanás, aparenta-se com algo bom ou inofensivo, ou seja, ele é a cara do pai.
      Do que acabamos de expor neste capítulo, o Inferno é uma questão de justiça; e a cruz de Cristo, uma mescla de justiça e graça (veremos isso mais detalhadamente nos capítulos XII a XIV, bem como na seção Pensamentos). Não raramente os kardecistas afixam nos seus carros um adesivo com o seguinte texto: “Reencarnação, uma questão de justiça”. Que tal distribuirmos adesivos com textos mais ou manos assim: “Inferno: Uma questão de justiça”; “Cruz de Cristo, uma questão de graça”“Cruz de Cristo, uma questão de justiça e graça”; ou ainda: “Cruz de Cristo, uma mescla de justiça e graça”.




      Tentando provar que nós, os que dizemos que os espíritos que se manifestam nos centros espíritas são, sem exceção, demônios, Allan Kardec escreveu em O livro dos Médiuns, primeira parte, capítulo 4, número 46, nove perguntas, que ele julgava contundentes. Abaixo transcrevo as ditas interrogações e as respondo respectivamente.

Primeira pergunta: “Há ou não espíritos bons ou maus?”.

Resposta: Há.

Segunda pergunta: “Deus é ou não mais poderoso do que os maus espíritos, ou do que os demônios, se assim lhes quiserdes chamar?”

Resposta: É.

Terceira pergunta: “Afirmar que só os maus se comunicam é dizer que os bons não o podem fazer. Sendo assim, uma de duas: ou isso se dá pela vontade, ou contra a vontade de Deus. Se contra a sua vontade, é que os maus espíritos podem mais do que Ele; se por vontade sua, por que, em sua bondade, não permitiria Ele que os bons fizessem o mesmo, para contrabalançar a influência dos outros?”

Resposta: Nós, os evangélicos, não pregamos que só os maus espíritos se comunicam, pois cremos que os anjos e o Espírito Santo contatam os servos de Deus (Êx 3.2 ; Dn 9. 21 e 22 ; Lc 1. 13, 26-28 ; At 8. 26; 13. 2 ; Jo 16. 13, etc. ). Em se tratando, porém, dos espíritos dos mortos, nem os maus e nem os bons se comunicam, mas sim, os demônios, que personalizam os falecidos, para enganarem os incautos (Lc 16. 27-31).
      As manifestações do Espírito Santo e dos anjos, se dão sob a vontade absoluta de Deus, e as manifestações dos demônios disfarçados em espíritos dos mortos, ocorrem sob a vontade permissiva de Deus, pois Ele deu ao homem o livre arbítrio.
      Os anjos não são os espíritos dos mortos, porquanto Deus não é nenhum incoerente para proibir aos seus servos de se comunicarem com os mortos (Dt 18.9 a 14) e ao mesmo tempo permitir que eles (os mortos) se comuniquem com Moisés, Zacarias, Maria mãe de Jesus, Daniel, etc.
      Os demônios não podem mais do que Deus, mas Ele permite, por causa do livre arbítrio que nos deu, que desobedeçamos às Suas Leis (as quais com clareza proíbem que evoquemos, invoquemos e consultemos os mortos), oportunidade esta que os demônios não lançaram fora, mas aproveitaram-na para ludibriarem aqueles que se puseram sob a maldição divina por transgredirem a Lei de Deus, exarada na Sua Palavra (Dt. 18. 9 a 14; Ap 21.8;22.15)
      O próprio Allan Kardec ensinou que as más ações atraem os maus espíritos, e as boas, os bons. Pois bem, é isto que está acontecendo. A má ação da transgressão da lei de Deus, atrai os demônios, os quais com muita habilidade imitam os falecidos.
      Para contrabalançar a influência dos maus espíritos (o diabo e os demônios), temos, não a influência dos “bons espíritos dos mortos”, mas a influência da Bíblia (Malaquias 3.16), do Espírito Santo (Jo 16.13, etc.) e dos anjos (Hb 1.14). Estes (o Espírito Santo e os anjos) nunca se manifestam identificando-se como espíritos dos mortos, pois não o são.

Quarta pergunta: “Que provas podeis apresentar da impossibilidade em que estão os bons espíritos de se comunicarem?”.

Resposta: Nenhuma, pois como já vimos, os bons espíritos (o Espírito Santo e os anjos) estão a serviço dos servos do Senhor e conosco se comunicam constantemente; mas, os espíritos dos mortos, nem os bons e nem os maus têm acesso a nós, e esta é a razão porque Deus nos proibiu consultá-los. Se os mortos tivessem acesso a nós, Deus não nos proibiria consultá-los, pois não haveria nisso nenhuma maldade; pelo contrário, consultar os mortos seria até muito confortante. Deus não é nenhum idiota e, portanto, jamais nos proibira de consultar os mortos se isto  fosse possível. O fato de Deus nos ter proibido consultar os mortos, nos prova que eles não têm acesso a nós. Os mortos salvos estão no paraíso e os perdidos no inferno, e não zanzando por aí (Lc 16. 19-31; 23. 42-43; 2 Co 12. 2-4 ; Ap 6. 9-11, etc).
      Certo dia, enquanto argumentava baseado em Dt. 18. 9-14 que os mortos não se comunicam conosco, disse-me um amigo: “Eu creio que é possível comunicarmos com os mortos, e que Deus nos proibiu fazê-lo para nos livrar duma possível farsa demoníaca, porquanto os demônios bem podem imitar o falecido com quem desejaríamos falar”. Eu disse-lhe que respeito muito a sua opinião, pois mais importante do que sabermos o porquê de Deus ter proibido a consulta aos mortos, é sabermos que Ele o proibiu e obedecermos esta Sua ordem. Todavia, me parece mais evidente que Deus nos proibiu consultar os mortos, não para nos livrar de um possível engano, mas sim, para nos livrar da inevitável farsa, pois os mortos não podem nos contatar. Se este não fosse o motivo, Deus nos proibiria comunicar com os anjos, pois o diabo, à luz da Bíblia, pode imitar um anjo de luz (2 Co 11.14).
      Iniciei minhas objeções à pergunta número quatro, mostrando que, em se tratando de comunicação com espíritos, somente os anjos (que não são espíritos dos mortos como querem os espíritas) e o Espírito Santo se comunicam conosco. Isto é muito óbvio, pois é de se esperar que um bom espírito, como o do apóstolo Paulo, de João Batista... jamais concordaria com a transgressão da Lei de Deus. Ora, se nós estamos proibidos de consultar os mortos, então os mortos estão proibidos de se comunicarem conosco, pois como Deus poderia nos proibir de consultá-los e enviá-los para serem consultados por nós? Isso seria uma incoerência tão grande quanto aquelas que caracterizam o Kardecismo.      Sim, os bons espíritos (refiro-me aos espíritos dos mortos) não se comunicam conosco porque se são bons, obedecem a Deus e ainda querem que façamos o mesmo, e, portanto, jamais nos incentivam à transgressão da Lei de Deus.

Quinta pergunta: “Quando se vos opõe a sabedoria de certas comunicações, respondeis que o demônio usa de todas as máscaras para melhor seduzir. Sabemos, com efeito, haver espíritos hipócritas, que dão à sua linguagem um verniz de sabedoria; mas, admitimos que a ignorância pode falsificar o verdadeiro saber e uma natureza má imitar a verdadeira virtude, sem deixar vestígio que denuncie a fraude?”(Grifo nosso).

Resposta: O próprio Allan Kardec admite a existência de “espíritos hipócritas, os quais dão à sua linguagem um verniz de sabedoria”. Só nos resta sabermos agora que espíritos são esses. Allan Kardec e todos os kardecistas dizem que são espíritos ainda maus e/ou zombeteiros, os quais um dia sentirão a necessidade de se evoluírem e evoluirão, pois Deus, submetendo-os a várias encarnações neste e/ou noutros mundos, lhes proporcionará os meios para que evoluam até atingirem à perfeição moral e intelectual, quando então serão espíritos perfeitos. Dizem que Jesus Cristo, os espíritos que a Bíblia chama de anjos, e todos os espíritos perfeitos, passaram por esta evolução. Admitem a possibilidade de nem todos os espíritos hoje perfeitos, terem sido maus no passado, mas sustentam que todos os espíritos (inclusive Jesus) foram criados imperfeitos e que por seus próprios esforços e méritos alcançaram a perfeição. A Bíblia, porém, nos apresenta um quadro diferente. À luz da Bíblia, os espíritos que Allan Kardec e discípulos chamam de “espíritos ainda não evoluídos”, são os irrecuperáveis demônios, os quais, inevitavelmente serão lançados no fogo eterno, donde não sairão nunca (Mt. 25: 41,46; Ap. 20: 10).
      A ignorância não pode falsificar o verdadeiro saber, mas lembremo-nos que de ignorante o diabo não tem nada. Para nos enganar, o diabo se finge de “um espírito atrasado”, para que pensemos que tais espíritos existem, e também se finge de “apóstolo Paulo; Anjo Gabriel; João Evangelista; João Batista; Maria, mãe de Jesus” e assim por diante, para que pensemos estar contatando um espírito da mais alta ordem. O diabo está em condição de imitar quaisquer cientistas. Para se cientificar e certificar da autenticidade desta afirmação, basta lermos o livro intitulado “O Consolador”, fruto da “mediunidade”, do senhor Francisco Cândido Xavier, onde o diabo, dizendo chamar-se “Emanuel”, fala como um verdadeiro cientista, respondendo com muita sabedoria, às perguntas sabiamente formuladas, acerca das seguintes ciências: Química, Física, Biologia, Psicologia, Sociologia e Filosofia. Nesta mesma obra, não obstante não ter conseguido esconder o “rabo”, o diabo, que se auto-intitulou “Emanuel”, entra na área religiosa e fala dos profetas, dos anjos, dos apóstolos, de Jesus Cristo, etc.

      Uma natureza má pode imitar a verdadeira virtude, pois escreveu o seguinte, o apóstolo Paulo, em 2 Co 11. 14: “E não é de espantar, porque o mesmo Satanás se transforma em anjo de luz”.
      Allan Kardec admite, como podemos ver através da 5ª pergunta, “que a ignorância pode imitar o verdadeiro saber e uma natureza má, imitar a verdadeira virtude”, mas nunca “sem deixar vestígio que denuncie a fraude”. Ora, o diabo, quando demonstra a sua sabedoria, não pode deixar vestígio de ignorância, porquanto, à luz da Bíblia (Ez 28. 11-19), de ignorante ele não tem nada. Quanto à objeção de que“uma natureza má não pode imitar a verdadeira virtude sem deixar vestígio que denuncie a fraude” respondo que eu também penso assim. Mas quem disse que os espíritos que se manifestam nos centros espíritas, dizendo-se apóstolo Paulo; João, O Batista; O Espírito da verdade; João Evangelista; São Luiz..., não deixam vestígios de que são fraudulentos? Allan Kardec não enxergou esses vestígios, mas eles existem. Ou pensam os espíritas que nós, os evangélicos, criticamos a tais espíritos gratuitamente? Não é assim. Afirmamos que tais espíritos são demônios, porque temos conseguido, com a ajuda de Deus, pela instrumentalidade da Bíblia, enxergar o “rabo” deles. Senão vejamos: Como podemos crer que Deus nos enviou o espírito do apóstolo Paulo, para o consultarmos, se Ele (Deus) mesmo proibiu a consulta aos mortos? Como podemos crer que esses espíritos são bons, se eles negam o perdão, dizendo que o perdão de Deus não significa o olvido dos pecados, mas apenas forças para que os reparemos, quando a Bíblia diz com clareza que os pecados daquele que se entregou ao Senhor Jesus estão esquecidos por Deus, por terem sido reparados pelo sacrifício substitutivo efetuado por Jesus, lá na cruz? (Mq 7: 19; Hb. 10:17,18, etc). Porventura, estas contradições entre a Bíblia e tais espíritos não constituem fortes vestígios de que são demônios? Só não enxerga isto quem não quer enxergar. Tenho enxergado, ó kardecistas, os “pés de pato”, as “asas de morcego”, os “chifres”, as “caudas” e os “garfos” desses espíritos e eis a razão porque os denuncio.
      Eu disse acima que, segundo os espíritos que se comunicavam com Kardec, o perdão dos pecados não significa o olvido (“olvido” é um vocábulo arcaico e significa “esquecimento”) dos mesmos, mas sim, forças para que os repararemos. E, para que o leitor veja que de fato as coisas são assim, veja esta cópia:
“Que é o que pedis ao Senhor, quando implorais para vós o seu perdão? Será unicamente o olvido das vossas ofensas? Olvido que vos deixaria no nada, porquanto, se Deus se limitasse a esquecer as vossas faltas, Ele não puniria, é exato,  mas tampouco recompensaria. A recompensa não pode constituir prêmio do bem que não foi feito, nem, ainda menos, do mal que se haja praticado, embora esse mal fosse esquecido. Pedindo-lhe que perdoe os vossos desvios, o que lhe pedis é o favor de suas graças, para não reincidirdes neles, é a força de que necessitais para enveredar por outras sendas, as da submissão e do amor, nas quais podereis juntar ao arrependimento a reparação” (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Federação Espírita Brasileira, 112ª edição, capítulo X, nº 17, página 179)

Sexta pergunta: “Se só o demônio se comunica, sendo ele o inimigo de Deus e dos homens, por que recomenda que se ore a Deus, que nos submetamos à vontade de Deus, que suportemos sem queixas as tribulações da vida, que não ambicionemos as honras, nem as riquezas, que pratiquemos a caridade e todas as máximas do Cristo, numa palavra: que façamos tudo o que é preciso para lhe destruir o império, dele, o demônio? Se tais conselhos o demônio é quem os dá, forçoso será convir em que, por muito manhoso que seja, bastante inábil é ele, fornecendo armas contra si mesmo”.

Resposta: A resposta a esta pergunta foi dada pelo apóstolo Paulo em 2 Co 11.14: “Não é de admirar; pois o próprio Satanás se transforma em anjo de luz”.
      O diabo recomenda que se ore a Deus, mas como ele nunca consegue esconder o “rabo”, recomenda também que se ore ao “anjo guardião” e aos “espíritos protetores”(cf.: O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 28, número 11, § § 2 e 4).
      O diabo aconselha que nos submetamos à vontade de Deus, mas não revela qual é esta vontade. Por exemplo, está escrito que a salvação é pela graça, por meio da fé, que não vem de nós, não vem das obras, e que é dom (presente) de Deus (Ef 2. 8,9), mas Satanás tem ensinado o contrário aos espíritas. Senão, vejamos : Em o livro espírita intitulado Páginas de Espiritismo Cristão, capítulo 7, página 26, podemos ler o que se segue : “Afirma a teologia, que os homens são filhos do pecado, maus desde a origem e , portanto, incapazes de se salvar a não ser pela graça. Já o Espiritismo sustenta que eles são filhos de Deus, essencialmente bons e, como tais, suscetíveis de alcançarem a perfeição” (salvação, na linguagem espírita) “pelo próprio esforço e merecimento”. (O que está entre parênteses é meu).
      O homem que suporta sem queixas as tribulações da vida, mas não aceita a Jesus Cristo como seu único e todo suficiente Salvador pessoal (isto é, não reconhece que o sacrifício de Jesus é substitutivo, e que, portanto, o Seu sangue o pode purificar de todo o pecado, quitando-o para com Deus, bastando para tanto que ele se declare dependente da Cruz de Cristo para a sua salvação, é semelhante um réu que foi condenado à forca, mas não reclama do júri e nem do juiz: nem por isso deixará de ser enforcado.
      Ora, dedicar-se à oração não endereçada exclusivamente a Deus, conforme nos ensinou Jesus (Mt 6.9), mas também ao “anjo guardião” e aos “espíritos protetores”, conforme ensinou Allan Kardec, não é submeter aos conselhos de Deus, não é praticar todas as máximas do Cristo, nem tampouco isto representa uma arma contra o império de Satanás, porém, muito pelo contrário. Satanás sabe que se o homem não se lavar no sangue do cordeiro de Deus, jamais se salvará, por mais que ele seja abnegado, resignado, caridoso... Por este motivo ele tudo faz para entreter os incautos com religiões alienadas da Cruz de Cristo (Hb 9:22b) e cheias de fachadas. Do exposto se pode ver que de inábil Satanás não tem nada e que ele não forneceu nenhuma arma contra si mesmo; pelo contrário, disfarçando-se em anjo de luz, conseguiu enganar o inteligentíssimo Allan Kardec e, através deste, muitos milhões de pessoas pertencentes às mais diversas camadas sociais: do iletrado aos grandes gramáticos, estadistas, cientistas...

Sétima pergunta: “Pois que os Espíritos se comunicam, é que Deus o permite. Em presença das boas e das más comunicações, não é mais lógico admitir-se que umas, Deus as permite para nos experimentar, e as outras para nos aconselhar ao bem?”

Resposta: Não existe no Espiritismo as boas comunicações, mas somente as más. Como bem o diz o adágio popular, “nem tudo que reluz é ouro”.
      Quando se quer pegar uma galinha, não se pode dizer “xô”, pois doutro modo ela se sentirá enxotada e fugirá. Quando se quer pegar uma galinha, joga-se milho ao chão. Pois bem, é exatamente isso que Satanás faz com os espíritas: dá-lhes o “milho” dos “bons” conselhos para que eles pensem que ele é um bom espírito, e assim continuem escravizados por ele. Tal escravidão se concretiza da seguinte maneira: Dando o diabo “bons” conselhos (digo “bons” entre aspas, porque tais conselhos não são realmente bons), os espíritas se convencem que estão no caminho certo, e não descobrem que são membros dum sistema satânico, até ao dia em que partirem deste mundo (Pela morte), e ingressarem no Inferno, quando então será tarde demais, pois o Senhor Jesus só perdoa pecados na Terra, ou seja, antes de morremos (Mc. 2:10). Depois da morte será tarde demais (Tg 2:13; Lc 16:26; Ap 20:15; 22:11).
      Para nos aconselhar ao bem, Deus deixou-nos as Escrituras Sagradas, as quais nos falam da atuação do Espírito Santo, que é a terceira Pessoa da Trindade (Jo 14 e 16) e também da atuação dos anjos (At 8:26; 27:24).
      É possível que as manifestações dos demônios sejam permitidas por Deus para nos pôr à prova, mas sendo ou não, o autor destas linhas já escapou, e o leitor, se ainda não se livrou, pode sair dessa arapuca de Satã hoje mesmo, escondendo-se sob o sangue de Jesus.

Oitava pergunta: “Que diríeis de um pai que deixasse o filho a mercê dos exemplos e dos conselhos perniciosos, e que o afastassem de si; que o privasse do contato com as pessoas que o pudessem desviar do mal ? Ser-nos-á lícito supor que Deus procede como um bom pai não procederia, e que, sendo ele a bondade por excelência, faça menos do que faria um homem ?”

Resposta: Seria um monstro, o pai que deixasse o filho a mercê dos exemplos e conselhos perniciosos e o privasse do contato com pessoas de bem que o pudesse desviar do mal.
      Não! Deus não procede como um bom pai não procederia!
      Não! sendo Deus a bondade por excelência, não faz menos do que faria um homem!
      Mas, e daí? O que queria o senhor Kardec dizer com essas perguntas? Essas interrogações não são tão contundentes como se supõe. Elas não provam que pelo menos alguns dos espíritos que se manifestam nos centros Kardecistas sejam bons, para contrabalançar a influencia dos maus espíritos. Deus não quis usar esse expediente, é o que nos diz categoricamente a Palavra de Deus: “E, quando vos disserem: consultai os magos e os adivinhos, que murmuram em segredo nos seus encantamentos, respondei: porventura o povo não há de consultar o seu Deus? Há de ir falar com os seus mortos acerca dos vivos? Antes à lei e ao testemunho (é que se deve recorrer). Porém, se eles não falarem segundo esta linguagem não raiará para eles a luz da manhã. Andarão errantes, cairão”. (Is. 8:19, 21).
      Mais uma vez quero lembrar aos amigos kardecistas que Deus proibiu na Sua Palavra a consulta aos mortos, e que, portanto, os melhores argumentos não justificam a transgressão a este Seu mandamento.

Nona pergunta: “A Igreja reconhece como autênticas certas manifestações da Virgem e de outros santos, em aparições, visões, comunicações orais, etc. Essa crença não está em contradição com a doutrina da comunicação exclusiva dos demônios?”

Resposta: A “Igreja” que reconhece como autênticas certas manifestações da “Virgem Maria” e outros “santos” é tão incoerente quanto o kardecismo. Essa crença realmente está em contradição com a doutrina da manifestação exclusiva dos demônios, mas quem tem de responder por esta discrepância são os católicos, e não os evangélicos. Nós, os evangélicos, não cremos nas aparições de Maria e outros cristãos primitivos (aparições estas tão difundidas pelos padres), pois os santos morreram, e contatá-los é fazer o que os espíritas fazem. Realmente não dá para entender porque os padres combatem o kardecismo e outras ramificações do Espiritismo, se eles o praticam no Catolicismo Romano. O Catolicismo Romano é um tipo de espiritismo (feitiçaria) disfarçado em Cristianismo. Realmente os católicos precisam repensar, pois  admitir a manifestação dos espíritos dos santos, mas rechaçar a mediunidade espírita, é, deveras, ser tão incoerente quanto os Kardecistas. Os católicos realmente devem uma explicação.




      Eu tinha um companheiro de trabalho que é kardecista convicto (seu nome será omitido por questão de ética), ao qual formulei algumas perguntas, obtendo as respostas respectivamente. Suas respostas certamente ajudarão o leitor a conhecer um pouco mais o Kardecismo.  Ei-las parcialmente:

Primeira pergunta: Vocês crêem que Jesus é o Deus Todo-poderoso, Criador dos Céus, da Terra e de tudo quanto neles há, como atestam Is. 9:6; Sl.102:25-27; Mq.5:2; Jo.1:1-4, 10; 5:18; Cl.1.14-17; Hb.1.8-12 e outras passagens bíblicas?

 Resposta: “Não. Os apóstolos estavam equivocados. Devido às suas limitações, os apóstolos pensaram que Jesus (o qual nada mais era que um dos espíritos perfeitos) fosse Deus. O correto é dizermos que quando Deus criou o planeta Terra, Jesus (que já atingira a perfeição, por haver encarnado e desencarnado em outros mundos) o ajudou. Os apóstolos Paulo e João enxergaram isto ‘de longe’, o que os impossibilitou de terem uma visão real da coisa. Lembremo-nos que o ‘outro Consolador’ ainda não havia vindo. Só no devido tempo (isto é, no século XIX) ele veio e revelou, ampliou, aclarou..., o que não pôde ser feito antes, devido ao fato de o homem ainda não ter se desenvolvido o bastante, para entender a Terceira Revelação”.

Segunda pergunta: Vocês dizem que todos os espíritos são criados simples e que cabe a eles se desenvolverem. Sendo Jesus um espírito criado por Deus, como vocês crêem, é lógico crermos que Ele já foi tão ignorante quanto nós atualmente, e que Ele também passou pelo processo evolutivo em outros mundos, encarnando, desencarnando e reencarnando repedidas vezes, até ser um espírito perfeito?

Resposta: “Sim”.

Terceira pergunta: Não sabemos se Jesus foi ou não um espírito mau, pois segundo o que vocês dizem, todos os espíritos são criados simples, mas nenhum é criado mau, tendo todos eles o livre arbítrio para optarem pelo mal ou pelo bem. Assim sendo, vocês acham certo admitirmos a possibilidade de que Jesus, nos mundos em que ele viveu, antes de atingir a perfeição, tenha sido mau, como: estuprador, assassino, invejoso, egoísta, suicida e assim por diante?

Resposta: “Ainda não vi nada no kardecismo que explique isso; mas o que você está falando é tão lógico quanto 2+2 são 4. Logo, a resposta que eu tenho para você, é ‘sim’ ”.

Quarta pergunta: Vocês crêem na ressurreição, como pregada pelos profetas (Dn 12: 2 ) Jesus ( Jo 5:28, 29 ) e os apóstolos (1 Ts 4:13-18; At 24: 15; 1 Co 15; Ap 20:11-15, etc.)?

Resposta: “Não. O que os profetas, Jesus e os apóstolos chamavam de ressurreição, nada mais é que germens da doutrina sobre a reencarnação, a qual foi confirmada pelos Espíritos Superiores a Allan Kardec”.

Quinta pergunta: Vocês também estão esperando a vinda de Jesus para serem arrebatados aos céus?

 Resposta: “Estamos, mas não como vocês crêem. Para nós, a vinda de Jesus é a morte. Quando morre uma pessoa, pode-se dizer com muita propriedade que para essa, Jesus já veio”.

Sexta pergunta: Adão foi o primeiro homem?

Resposta: “Não. Espíritos atrasados foram expulsos de mundos mais evoluídos do que o nosso planeta e enviados para a Terra. Ao chegarem aqui, e encarnarem, tinham uma intuição de que haviam vindo de algum lugar melhor. A lenda de Adão e Eva sendo expulsos do paraíso foi inspirada aí”.
      Esta resposta à última pergunta não representa bem a crença oficial dos kardecistas. O Kardecismo prega que a história de Adão é lenda, e que o homem surgiu em vários pontos do globo e em diversas épocas. E acrescenta que “O homem cuja tradição se conservou sob o nome de Adão foi um dos que sobreviveram, a um dos grandes cataclismos que em diversas épocas modificaram a superfície do globo, e tornou-se o tronco de uma das raças que hoje o povoam...” (O Livro dos Espíritos, números 50-51. [Para maiores informações sobre o que o Kardecismo prega sobre a espécie humana e suas raças, leia os números 50-54]).
      As refutações às afirmações heréticas denunciadas neste capítulo constam dos demais capítulos deste livro e, em especial, dos capítulos 5 e 10.




      O fato de Jesus haver dito, referindo-se a João Batista: “E, se quereis reconhecer, ele mesmo é o Elias, que estava para vir” (Mt 11:14); e o anjo Gabriel haver dito que João Batista iria adiante de Cristo no espírito e poder de Elias (Lc 1:17), é, para os kardecistas, prova cabal de que João Batista era uma reencarnação de Elias. Mas nenhum destes dois textos bíblicas diz o que eles supõem que diga. Mt 11:14 se explica da seguinte maneira: Referindo-me a um valoroso servo de Deus, exclamei: “Este homem é o apóstolo Paulo do século XX”. Com isso, porém, eu não quis dizer que o tal irmão seja uma reencarnação do apóstolo Paulo, e sim, que eu o considero de grande envergadura.
      Quanto a Lc 1:17 que diz que João Batista foi adiante de Jesus “no espírito e virtude de Elias”, informo que isto significa apenas que João era espirituoso e virtuoso como Elias o fora. O vocábulo “espírito” segundo o “Novo Dicionário Aurélio”, não significa apenas a nossa parte imaterial, mas também, “ânimo, índole, finura, graça...”. A “Pequena Enciclopédia Bíblica” também dá à palavra “espírito”, várias definições:“substância incorpórea, alma, ente imaginário, aptidão para, tendência, disposição”. Com isto concorda Nm 14:24, pois diz que em Calebe havia outro espírito, isto é, outra atitude. Neste caso, o “espírito excelente” do qual eles eram portadores, não é o Espírito Santo, como alguns pensam, antes quer dizer que eles eram homens de fé e de boa índole.
      Se a palavra espírito significasse apenas a nossa parte imaterial, isso equivaleria a dizer que Eliseu queria receber “a alma de Elias multiplicada por dois”, já que em 2 Reis 2:9-12, Eliseu pediu e recebeu, dobrada porção do espírito de Elias. Veja o leitor, que em todas as versões da Bíblia, o vocábulo “espírito”, constante de 2 Reis 2:9, está gravado com inicial minúscula, o que prova que todos os tradutores reconhecem que a palavra “espírito”, neste caso, não é uma referência ao Espírito Santo que atuava sobre Elias, nem tampouco se refere à alma de Elias, mas sim, à espirituosidade, ao fervor, ao dinamismo deste servo de Deus.
      Se Eliseu não pedisse “porção dobrada do teu espírito”, isto é, do espírito de  Elias (o dobro da espirituosidade de Elias), mas apenas “espírito de Elias” (a mesma espirituosidade de Elias), provavelmente os falsos profetas já estariam dizendo por aí que a alma do profeta Elias se incorporou no profeta Eliseu. Mas, como é “porção dobrada”, eles têm evitado esse ridículo.
      Deveras, por dizer a Bíblia que João Batista foi adiante de Jesus “no espírito e virtude de Elias”, não constitui prova de que ele era uma reencarnação do profeta Elias, de outro modo poder-se-ia dizer que a alma de Elias se desdobrou em duas e que Eliseu as incorporou. Há outra explicação mais convincente, por não colidir com as Escrituras, antes harmonizar-se com os princípios estabelecidos pela Hermenêutica, entre os quais, que todo texto deve ser interpretado à luz do contexto. Ademais, Eliseu não poderia ser uma reencarnação do profeta Elias, visto que este era contemporâneo daquele.
      A maior de todas as provas de que João Batista não era Elias reencarnado, é o fato dele mesmo, ao ser interrogado: “És tu Elias ?” responder: “Não sou” (Jo 1:21 ). Certo kardecista disse-me que João Batista se expressou assim, porque o reencarnado sofre um esquecimento das encarnações anteriores, mas estes dogmas (refiro-me aos dogmas da reencarnação e da “amnésia” que um espírito experimenta ao reencarnar-se) não são doutrinas cristãs. Logo, não pode ser pregado por uma instituição que se considera cristã. Mas, como o Kardecismo o faz, aqui está mais uma demonstração de incoerência.
      Como bem o disse o Frei Battistini, “Quem acredita na reencarnação não é cristão, mas pagão” (A Igreja do Deus Vivo, 33ª edição, 2001, Editora Vozes, página 35).
      (Caro irmão em Cristo, quando um kardecista lhe inquirir sobre o porquê de você não crer em reencarnação, diga-lhe que é porque você é Cristão).
      Não nos esqueçamos que os kardecistas não podem recorrer à Bíblia, sem faltar com a honestidade e sem ser incoerentes, pois assumem que não a reconhecem como autoridade.
      Acabamos de ver que os kardecistas são reencarnacionistas e que, portanto, não são cristãos. Ser reencarnacionista equivale a subestimar o sangue de Jesus, e, obviamente, quem o faz não é cristão.


      Inspirando-se em 1 Sm 28, vários kardecistas me disseram que a mediunidade é respaldada pela Bíblia. O autor destas linhas quer deixar a refutação a essa heresia a cargo dos eruditos, editores duma Bíblia de estudo A Bíblia Vida Nova:
      “1 Sm 28:3. Samuel era morto (ver 25:1). A mediunidade é pecado gravíssimo, condenado pela Bíblia de ponta a ponta, onde é castigada com a pena máxima, a pena de morte (Lv 20:27; Dt 18:10-12; At 16:18; Ap 21:8). Dizer que Deus permitiu o aparecimento de Samuel mediante a pitonisa (11), é afirmar que Deus permitiu a Samuel pecar gravemente. Consultar os “mortos”, ou os falsos mortos, é pecado igual ao de feitiçaria e ao de idolatria (15:23a). É pecado cuja prática Deus não permitiu a ninguém, absolutamente a ninguém, e muito menos a Samuel, que era o segundo dos profetas, quanto à importância, depois de Moisés no A.T. (Jr 15:1)      ( ... )
      ....Argumento Doutrinário: Consultar os “espíritos familiares” é condenado pela Bíblia inteira (ver 28:13). Fossem os espíritos de pessoas, e Deus teria regulamentado a matéria, mas como não são, Deus o proibiu. Aceitando a profecia do PSEUDO - SAMUEL, cria-se uma nova doutrina, que é revelação divina mediante pessoas ímpias e polutas. E nesse caso, para serem aceitas as afirmações proféticas, como verdades divinas é necessário que sejam de absoluta precisão; o que não aconteceu no caso presente (vejam como são precisas as profecias a respeito de Cristo: Zc 9:9 e Jo 12:15; Sl. 22:18 e Jo 19:24; Sl 69:21 e Jo 19:28,29; Ex 12:46; Nm 9:12; Sl 34:20 e Jo 19:36; Zc 12:10 e Jo 19:37, etc. )
... Argumento profético (Dt 18:22): As profecias devem ser julgadas (1 co 14:29). E essas, do pseudo Samuel, Não resistem ao exame. São ambíguas e imprecisas, justamente como as dos oráculos sibilinos e délficos. Vejamos:

a) Saul não foi entregue nas mãos dos Filisteus (28:19): A profecia é de estilo sibilino e sugeria que Saul seria supliciado pelos Filisteus. Mas o fato é que Saul se suicidou (31:4). e veio parar nas mãos dos homens de Jabes-Gilead (31:11-13). Saul apenas passou pelas mãos dos Filisteus. Infelizmente, o pseudo-Samuel não podia prever este detalhe. (Vejam como são precisos os detalhes a cima, a respeito da pessoa de Cristo).

b) Não morreram todos os filhos de Saul (“...tu e teus filhos”, 28:19), como insinua essa outra profecia obscura: ficaram vivos pelo menos três filhos de Saul: Is-bosete (2 Sm 2:8-10), Armoni e Mefibosete (2 Sm 21:8). Apenas três morreram, como anotam clara e objetivamente as passagens seguintes: 1 Sm 31:26 e 1Cr 10:2,5.

c) Saul não morreu no dia seguinte (“... amanhã...estareis comigo”, 28:19 ): Esta é uma profecia do tipo délfico, ambígua. Saul morreu cerca de dezoito dias depois (ver notas de 30:1, 10, 13, 17; 2 Sm 1:3)...

d) Saul não foi para o mesmo lugar que Samuel (“...estareis comigo,”28:19). Outra profecia délfica. Interpretar o “comigo” por simples “além” (sheol), é interversar. Samuel estava no “seio de Abraão”, sentia isso e sabia da diferença que existia entre um salvo e um perdido.... Logo, Samuel não podia ter dito a Saul, que estaria no mesmo lugar que ele: no “Seio de Abraão”. Se Samuel tivesse desobedecido a Deus ( 28:16-19), passaria para o inferno, para estar com Saul? Ou então, Saul, ainda que transgredindo a palavra de Deus e consultando a necromante (1 Cr 10:13), passou para o paraíso, para estar com Samuel? Inacreditável. Solução: - Quem respondeu a Saul?... A Bíblia fala de certos “espíritos”, sua natureza e seu poder (Ex 7:11,22; 8:7; At 16:16-18; 2 Co 11:14-15; Ef 6:12). São os anjos maus.... o anjo mau assume a nossa identidade e representa-nos no mundo, através dos médiuns, onde revela o nosso relatório com acerto e “autoridade”. É Por isso que Paulo fala da luta que temos contra as forças espirituais do  mal (Ef 6:12). E é pela mesma razão que Deus proíbe consultar os ‘mortos’ (Is 8:19,20), porque estes são falsos (Dt 18:10-14). Caso fossem espíritos humanos, provavelmente, Deus não proibiria a sua consulta, apenas regulamentaria o assunto para evitar abusos. Deus, porém, proíbe o que é dissimulação e falsidade...”.
    O texto acima transcrito expõe com clareza que na sessão espírita da qual trata 1 Sm 28, quem falou foi o demônio, e não Samuel. Mas, se de fato não foi Samuel quem falou a Saul, por que diz então a Bíblia“Samuel disse a Saul ?...”
Resposta: Em Gênesis 3 consta que a serpente falou a Eva, mas o contexto bíblico não deixa dúvida que quem confabulou com ela foi o diabo, não a cobra. Temos em 1 Sm 28 um caso similar. Em outras palavras: Trata-se do registro de um fato baseado na impressão visual, cuja explicação fica a cargo do contexto remoto.
      Não nos esqueçamos que os kardecistas não podem recorrer à Bíblia, sem faltar com a honestidade, pois assumem que não a reconhecem como autoridade. Assim sendo, quando eles se “respaldam” em 1 Sm 28, não estão sendo coerentes. Aqui está, pois, então, mais uma demonstração de incoerência, bem como mais uma prova de que o Kardecismo não é Cristianismo.  Ora, apresentar-se como cristão, sem sê-lo de fato, é hipocrisia.
      Sempre que um espírito se manifesta em alguém que esteja assistindo aos nossos cultos, identifiquem-se eles como quiserem, são, sem exceção, tachados de demônios e expulsos em nome de Jesus. Isto seria impraticável se alguns desses espíritos fossem, de fato, almas desencarnadas, como o querem os kardecistas. Espíritos da mais “alta ordem” se manifestam nas sessões espíritas e dão conselhos e instruções diversos. Pergunto: Por que tais espíritos não nos conferem a honra de se manifestar a nós também? Por que essa acepção de pessoas? Realmente eles nunca nos fizeram uma visitinha, visto que os que se atreveram a passar por tais espíritos, levaram fogo no chifre e foram expulsos em nome de Jesus. Ora, isto seria impossível, se alguns desses espíritos fossem, de fato, espíritos enviados por Deus para nos orientar.
      Já que os kardecistas querem usufruir de 1 Sm 28 quanto à consulta aos mortos, sugiro que também desfrutem de 1 Cr 10.13-14 que diz: “Assim morreu Saul... porque buscou a adivinhadora para a consultar. E não buscou ao SENHOR, que por isso o matou...” . Se você, ó leitor, quer receber a “bênção” que Saul recebeu, conforme registrado em 1 Cr 10. 13-14, faça o que ele fez, dentro dos moldes de 1 Sm 28.





XLIX.                                                                                                                                                                                                              
      O Kardecismo proclama que o fato de Jesus afirmar que “aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”, constitui prova de que Jesus era reencarnacionista e que a reencarnação é a âncora da salvação e, portanto, necessária (O Livro dos Espíritos. Federação Espírita Brasileira, 74º edição, capítulo V, página 153). Alega Kardec que Jesus chamou de “nascer de novo”, o que o Espiritismo chama de “reencarnação”. Mas, à luz de Lc 23: 42-43, nascer de novo não é o mesmo que reencarnar, já que Jesus disse ao bandido que suplicou Sua graça, o que se segue: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”. Ora, indo o ladrão convertido, naquele mesmo dia, para o Paraíso, torna evidente que nascer de novo não é o mesmo que reencarnar. Nós, os evangélicos, cremos que o novo nascimento do qual Jesus falou, é a experiência do perdão ou salvação, que se dá mediante a conversão. Por que não pode ser? O contexto bíblico, tanto o contexto imediato, quanto o remoto, dá bons motivos para se chegar a esta conclusão. Os kardecistas devem pelo menos admitir esta possibilidade. Sim, o contexto imediato também serve para provar que o novo nascimento é a experiência da salvação em Cristo. Um exemplo disso é a etimologia da frase “nascer de novo”, que significa literalmente “nascer de cima”, ou “nascer do alto”. Logo, “nascer de novo” é uma tradução livre. Este é mais um motivo para concluirmos que o novo nascimento aludido por Jesus diz respeito à experiência da reconciliação com Deus, a qual se dá à base da nossa fé no sangue Jesus.
      Já denunciei que o Kardecismo nega a Bíblia. Ora, se a Bíblia fosse o que os espíritas dela dizem (isto é, não é infalível), eles não teriam porque se apoiarem nela para justificar suas doutrinas. Logo, por que o fazem? Certamente esse desonesto gesto é uma incoerência. E bem sabemos desde o capítulo II (2.3) porque Kardec o fazia.



      Disse Allan Kardec: Não há, pois, duvidar de que, sob o nome de ressurreição, o princípio da reencarnação era ponto de uma das crenças fundamentais dos judeus, ponto que Jesus e os profetas confirmaram de modo formal; donde se segue que negar a reencarnação é negar as palavras do Cristo. Um dia, porém, suas palavras, quando forem meditadas sem idéias preconcebidas, reconhecer-se-ão autorizadas quanto a esse ponto, bem como em relação a muitos outros” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Federação Espírita Brasileira: 109ª edição, capítulo IV, nº 16, página 89. Grifo meu).
      A incoerência kardequiana é elevada à terceira potência, a saber, é elevada ao cubo. É incoerência cúbica pelas seguintes razões:

Primeira: Sabe-se que a crença na suposta reencarnação é incompatível com a doutrina bíblica sobre o Inferno. Logo, Kardec se revela incoerente quando, dizendo-se cristão, prega o reencarnacionismo que, por sua vez, nega a pena eterna, considerando que o tormento eterno, verdade ou mentira, faz parte do pacote de doutrinas do Cristianismo. Logo, é impossível ser cristão e reencarnacionista concomitantemente;

Segunda: Ele eleva essa incoerência ao quadrado ou à segunda potência, quando recorre exatamente ao pacote de doutrinas da fé cristã, isto é, ele recorre à Bíblia, cuja autoridade ele negou até a morte. Isso é como se o réu dissesse ao Juiz: Meritíssimo, tenho uma testemunha desqualificada e indigna que pode provar a minha inocência à Vossa Excelência;

Terceira: A partir daí, essa incoerência é elevada ao cubo, visto que a testemunha para a qual ele apela, embora depondo contra ele, o infeliz procede como se a dita testemunha estivesse a seu favor. Entenda-o quem puder.
      Bem, vimos que Kardec concluiu que uma das provas bíblicas de que Jesus era reencarnacionista é o fato dEle ter pregado a ressurreição. A ressurreição pregada por Jesus, segundo Kardec, difere da reencarnação espírita apenas no nome, ou seja, quando Jesus falava da ressurreição, tinha em mente a reencarnação espírita. Mas, à luz de Mt 22. 30, Jesus afirmou que os ressuscitados não se casarão, o que prova que ressuscitar não é o mesmo que reencarnar. Realmente este versículo prova que quando Jesus falava da ressurreição, Ele não tinha em mente a tão propalada reencarnação. Sim, pois como sabemos, um reencarnado pode, segundo os reencarnacionistas, plantar, colher, comer, beber, casar, gerar filhos, etc.
      São muitos os textos bíblicos que negam a reencarnação, sendo Zc. 12:1, uma destas referências. Segundo este texto, o espírito do homem é formado dentro dele. Isto é mais que suficiente para provar que cada corpo tem seu próprio espírito e que este veio à existência, quando o corpo estava em formação, no ventre. Logo, nós não somos seres de outros mundos, que viemos para o planeta Terra num processo evolutivo (expiar imperfeições, reparar erros, angariar novos conhecimentos, etc.), como o ensina o kardecismo.
      À luz dos dados acima, Kardec errou quando disse que a ressurreição pregada por Jesus, os profetas e os apóstolos nada mais é que a reencarnação por ele defendida e difundida. Até porque, como já observamos, Kardec se mostra incoerente sempre que apela para a Bíblia, considerando que ele disse repetidas vezes que nela ele não confiava.


      Inquestionavelmente, a ressurreição de todos os mortos é uma doutrina cristã. Jesus Cristo disse que “...vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” (Jo. 5:28-29). Ora, se houvesse reencarnação não haveria ressurreição, pois que então faltariam espíritos para ocupar os corpos ressurretos. Raciocine: Como ressuscitar os diversos corpos que, em épocas diferentes foram, respectivamente, animados por um único espírito? Lembre-se ainda que (admitindo-se as crenças espíritas só para fins de argumento) o dito espírito poderá não se encontrar na tal de erraticidade, da qual fala o kardecismo, mas sim, reencarnado entre nós.
      Como vimos acima, Kardec ousou dizer que Jesus era reencarnacionista e que Ele (Jesus) chamava de “ressurreição” o que o Espiritismo chama de “reencarnação”, ou seja, os nomes são diferentes, mas o conceito é o mesmo. Exibi então três razões palas quais me parece que esse incoerente argumento não resiste a um confronto com o contexto bíblico e com o bom senso. Vimos assim que o Kardecismo é irracional, duas vezes incoerente, hipócrita e anticristão. Irracional porque basta bom senso para se perceber que quando Jesus falava da ressurreição, Ele não tinha em mente a tal de reencarnação; duas vezes incoerente porque: Primeira incoerência: Recorre à Bíblia sem reconhecê-la como autoridade; segunda incoerência: Nega a Bíblia dizendo-se cristão. E é irracional porque agir dessa maneira é uma estultice inqualificável.


      Veja abaixo as perguntas 167-170, que Kardec formulou a um “Espírito Superior”, bem como as respostas que o demônio deu:

“167. Qual o fim objetivado com a reencarnação?”

      “ ‘Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?’ ”.

“168. É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito reencarna perpetuamente?”! 

      “ ‘A cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante na senda do progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas, não tem mais necessidade das provas da vida corporal’ ”.

“169. É invariável o número das encarnações para todos os Espíritos?”.

“ ‘Não; aquele que caminha depressa, a muitas provas se forra. Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porquanto o progresso é quase infinito’ ”.

“170. O que fica sendo o Espírito depois da sua última encarnação?”.
     
      “ ‘Espírito bem-aventurado; puro Espírito’ ” (O Livro dos Espíritos, Federação Espírita Brasileira: 74ª edição, página 121, nº 167-170).

Kardec continua pronunciando sobre reencarnação:

      “Reconheçamos, portanto, em resumo, que só a doutrina da pluralidade das existências explica o que, sem ela, se mantém inexplicável; que é altamente consoladora e conforme à mais rigorosa justiça; que constitui para o homem a âncora de salvação que Deus, por misericórdia, lhe concedeu.
      As próprias palavras de Jesus não permitem dúvida a tal respeito. Eis o que se lê no Evangelho de São João, capítulo III:3. Respondendo a Nicodemos, disse Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se um homem  não nascer de novo, não poderá ver o reino de Deus... ” (O Livro dos Espíritos, Federação Espírita Brasileira, 74º edição, capítulo V, página 153. Grifo meu).
      Das transcrições supra se pode ver que o Kardecismo prega que a âncora da salvação não é o sangue de Jesus, e sim, a reencarnação. Através desta, o espírito vai progredindo intelectual e moralmente até atingir a perfeição. Logo, os kardecistas prescindem do sangue de Cristo. A Bíblia, porém, assevera que só à base do sangue de Jesus dá-se a purificação dos pecados (Mt.26:28; At. 4:12; Rm.3:25-26; 11:6; Ef. 2: 8-9; 1Jo. 1:7, etc.). Os kardecistas diriam que este meu argumento não os demove, visto que não reconhecem a Bíblia como autoridade. Porém, aí perguntamos: Mas vocês não se consideram cristãos? Se não aceitam a Bíblia, rejeitam o Cristianismo e, portanto, vocês não podem se considerar cristãos. Vocês fizeram um “cristianismo” só para vocês? Vocês possuem um “cristianismo” de propriedade particular? Além disso, se a Bíblia não é confiável, porque Kardec, citando Cristo falando do novo nascimento, e associando isso à reencarnação, afirma que “As próprias palavras de Jesus não permitem dúvida a tal respeito”, como fizemos constar acima? Veja, se a Bíblia não é confiável, não sabemos sequer se Jesus realmente tenha falado a respeito do Novo Nascimento. Ora, como ousam fundar uma religião sobre algo tão incerto? E, pior ainda: se é incerto, por que diz então que as “próprias palavras de Jesus não permitem dúvida a tal respeito”? Entenda-o quem puder.
      Como se toda essa incoerência não bastasse, Kardec registrou que Jesus derramou Seu sangue para nos salvar. Veja a cópia abaixo:
      “Paz e Amor! Diante da grande responsabilidade que assumimos para com o nosso Criador, quando nos comprometemos a defender a Doutrina do seu amado Filho, selada com o seu próprio sangue no cimo do Calvário, para redimir as culpas dos homens; diante dos compromissos tomados pelo nosso próprio Espírito, certo então de triunfar da carne e suas paixões; de estabelecer na Terra o reino do amor e da fraternidade das criaturas; em face das lutas que crescem dia a dia, mais escabroso tornando o caminho da vossa existência em via de regeneração, elevo o meu pensamento ao Ser dos seres, ao nosso Criador e Pai, e suplico, em nome da caridade divina, que se estendam as asas do seu amado Filho sobre a Terra, colocando-vos à sombra do seu Evangelho — garantia única da vossa crença — segura estabilidade da vossa fé!” (A Prece Segundo o Evangelho. Federação Espírita Brasileira: 44ª edição, página 24. Grifo meu.).
      Como pode alguém afirmar que o sangue de Cristo “redime as culpas dos homens” e, simultaneamente, pregar a reencarnação? É fácil; basta ser kardecista. Isso é facílimo aos kardecistas.  Parece difícil, mas os kardecistas conseguem.


      Como os Kardecistas conceituam o diabo e os demônios? Vejamos:
       “Satã, segundo o Espiritismo e a opinião de muitos filósofos cristãos, não é um ser real; é a personificação do Mal, como Saturno era outrora a do Tempo...” (O Que é o Espiritismo. Federação Espírita Brasileira: 37ª edição, página 138. Grifo meu).

       “Há demônios, no sentido que se dá a esta palavra?”

      “Se houvesse demônios, seriam obra de Deus. Mas, porventura, Deus seria justo e bom se houvera criado seres destinados eternamente ao mal e a permanecerem eternamente desgraçados? Se há demônios, eles se encontram no mundo inferior em que habitais e em outros semelhantes. São esses homens hipócritas que fazem de um Deus justo um Deus mau e vingativo e que julgam agradá-lo por meio das abominações que praticam em seu nome” (O Livro dos Espíritos. Federação Espírita Brasileira: primeira parte, capítulo I, 76ª edição, nº 131, página 100. Grifo meu).

      “... os demônios... são... as almas dos homens perversos, que ainda se não despojaram dos instintos materiais...” (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Federação Espírita Brasileira: 112ª edição, capítulo XII, nº 6, página 201. Grifo meu).

      Das transcrições supra se pode ver nitidamente que o Kardecismo sustenta que o diabo e os demônios não existem. O diabo seria “a personificação do Mal”; e os demônios, “as almas dos homens perversos”, ou seja, espíritos ainda maus, quer encarnados, quer desencarnados. Kardec acreditava, pois, que os demônios nada mais são que “esses homens hipócritas que fazem de um Deus justo um Deus mau e vingativo...”. Isso significa que após negar a existência do diabo e dos demônios, Kardec ironiza os que crêem na existência dos demônios, dizendo que são estes os verdadeiros demônios. Esta minha interpretação não está errada não. Veja que Kardec afirmou com todas as letras que se os demônios existissem e estivessem fadados a serem desgraçados eternamente, então Deus não seria bom. Kardec pergunta: “Deus seria justo e bom se houvera criado seres destinados eternamente ao mal e a permanecerem eternamente desgraçados?”. Ato contínuo ele diz que os que fazem de um Deus justo um Deus mau e vingativo são os reais demônios. Em outras palavras: O diabo e demônios são aqueles que pregam que eles existem.


      “Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil.
Os Espíritos superiores usam constantemente de linguagem digna, nobre, repassada da mais alta moralidade, escoimada de qualquer paixão inferior; a mais pura sabedoria lhes transparece dos conselhos, que objetivam sempre o nosso melhoramento e o bem da Humanidade. A dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconseqüente, amiúde trivial e até grosseira. Se, por vezes, dizem alguma coisa boa e verdadeira, muito mais vezes dizem falsidades e absurdos, por malícia ou ignorância. Zombam da credulidade dos homens e se divertem à custa dos que os interrogam, lisonjeando-lhes” (O Livro dos Espíritos, 74ª edição, página 26. Grifo meu)

      “Inegavelmente a substituição dos Espíritos pode dar lugar a uma porção de equívocos, ocasionar erros e, amiúde, mistificações.
Essa é uma das dificuldades do Espiritismo prático” (O Livro dos Espíritos, Federação Espírita Brasileira: 74ª edição, página 38. Grifo meu).

      “Dir-se-á, sem dúvida, que, se um Espírito pode imitar uma assinatura, também pode perfeitamente imitar a linguagem. É exato; alguns temos visto tomar atrevidamente o nome do Cristo e, para impingirem a mistificação, simulavam o estilo evangélico e pronunciavam a torto e a direito estas bem conhecidas palavras: Em verdade, em verdade vos digo” (O Livro dos Espíritos, nº 261, 58ª edição, página 320).
      As cópias acima demonstram o quanto o Kardecismo é incoerente. Primeiramente Kardec diz que é fácil identificar os espíritos. Depois ele admite a dificuldade. A seguir ratifica que deveras um espírito pode cometer uma falsidade ideológica, imitando voz e assinatura. Daqui emergem três questões comprometedoras:

1ª) Há incoerência, e isso é indício de fraude, pois onde há contradição não há verdade. Identificar os espíritos é, segundo Kardec, uma coisa fácil, difícil, e impossível. Ora, certificar-se da real identidade dos espíritos é algo fácil de se fazer, ou é uma coisa difícil? Veja, o fácil e o difícil, são possíveis. Logo, pergunto: Afinal, identificar os espíritos é uma coisa possível, ou é algo impossível? Decidam-se os kardecistas como quiserem, mas decidam-se, para que possamos saber, afinal, em que crêem.

2ª) O Kardecismo adverte: “Você pode estar sendo enganado. E o pior é que não há como saber se sim, ou se não”;

3) Certo kardecista, tentando convencer-me que o Kardecismo é, deveras, o Consolador prometido por Jesus, disse-me: certa senhora, emocionada, derramou copiosas lágrimas ao contatar numa sessão espírita, o espírito de seu filhinho que morrera há pouco tempo. Este falou à referida senhora, palavras verdadeiramente emocionantes. Pode haver consolo maior do que este? Ora, como chorar de emoção, ao se contatar um espírito que se identifica como sendo o de um ente querido que tenha falecido, se o próprio Kardecismo nos previne, como vimos acima, que pode estar ocorrendo uma falsidade ideológica? E, para acabar de desmoralizar o Kardecismo, a Bíblia diz bem claro que os espíritos que se manifestam nas sessões espíritas, não são os espíritos de nossos parentes, amigos e conhecidos que já se foram desta vida (Lc.16:26; Ap. 20:13).


      Os Kardecistas e outros reencarnacionistas geralmente argumentam que por ser Deus imparcial, a reencarnação explica e justifica diversas situações que, doutro modo, seriam inexplicáveis ou provariam que Deus é parcial, pelas seguintes razões (falo com minhas palavras):

1ª) “Se um neném nasce sadio, e outro mongolóide, das duas uma: Ou Deus faz acepção de pessoas, ou esses dois nenéns tiveram uma existência anterior, na qual um fez o bem e o outro fez o mal, sendo agora um recompensado, e o outro castigado”;

2ª) “Deus, por ser justo, estaria, se não houvesse reencarnação, impossibilitado de condenar ou salvar o referido mongolóide, pois este não pode responder pelos seus atos. Como condená-lo por ele não ser um cristão? Ele tem culpa por não ter conseguido assimilar o Cristianismo devido às suas debilidades mentais? Salvá-lo seria também injusto, pois como recompensá-lo pelo bem que ele não fez? Como exigir dos sadios uma carga enorme de boas obras, para que mereçam a salvação, e do mongolóide não exigir nada? Está claro: Seria uma injustiça salvá-lo, bem como condená-lo. A doutrina da reencarnação, porém, explica e resolve esta questão assim: O mongolóide em questão é um espírito imperfeito. Através dessa deficiência ele está expurgando o seu passado e avançando rumo à perfeição, à qual chegará mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente”;

3ª) Muitos se arrependem de seus pecados na última hora de sua vida, enquanto outros levam toda uma vida de abnegação, resignação e boas obras. Ora, como dar aos que se convertem no fim da vida, o mesmo Céu a que têm direito os que possuem longas décadas de bons serviços prestados ao próximo?”.

      Refutando os argumentos acima, faço constar o que se segue:

A) Em Jo. 9:1-3 está escrito o seguinte: “Passando Jesus, viu um homem que era cego de nascença; e seus discípulos lhe perguntaram: Mestre, que pecado fez este, ou fizeram seus pais para este nascer cego? Respondeu Jesus: Nem foi por pecado que ele fizesse, nem seus pais, mas foi para se manifestarem nele as obras de Deus”. Esta passagem bíblica prova que além do “das duas uma”, hipótese esta sugerida pelos reencarnacionistas, existe a razão que Cristo apresentou;

B) Quanto à alegação de que é injusto salvar ou condenar os dementes, respondo que este argumento é um contra-senso, porquanto estas duas coisas não podem existir ao mesmo tempo, pois sempre que é justo condenar a uma pessoa, é injusto absolvê-la; e sempre que é injusto absolvê-la, é justo condená-la. Logo, a salvação ou a condenação de qualquer débil mental pode ser um problema para o homem, não para Deus, que sabe o que é justo, e o que não o é;

C) Certamente, dependendo do grau de deficiência, os dementes não serão condenados, mas não me atazano com isso, pois a causa está nas mãos Daquele que sabe o que faz: Jesus. Não nos preocupemos com isso, pois essa tarefa não nos será confiada no Dia do Juízo Final; fiquem calmos, ó kardecistas, pois já está tudo sob controle: Jesus será o Juiz;

D) Deus não precisa submeter os dementes a um processo de reencarnação para salvá-los, pois dispõe de um recurso melhor, a saber, o sangue de Jesus. Se um demente teve razões justas para não se converter à fé cristã, Cristo tomará a dianteira e o defenderá, usando como argumento em seu favor, o Seu sacrifício expiatório, efetuado em prol de toda a humanidade, inclusive dos débeis mentais (2 Co 5:14,15);

E) Realmente, o fato de uma pessoa nascer com deficiências físicas, não constitui prova cabal de que ela está sofrendo as conseqüências dos supostos males praticados na encarnação anterior, pois há outras razões para isso. O autor destas linhas já viu bois, cavalos, cabritos, etc., aleijados de nascença. Será que estes também estão expiando os pecados praticados nas encarnações anteriores? Lembremo-nos que a natureza está amaldiçoada (Gn 3:17; Rm 8:19-23); e agora, só nos resta agüentarmos o rojão até que a redenção do nosso corpo, bem como a de todo o Universo, se concretize (Rm 8:23). Esta redenção é possível, mediante o sangue de Jesus (Ef 1:7).
      Muitos dos que hoje seriam paralíticos, são pessoas normais, graças à vacina poliomielite que erradicou a paralisia infantil do Brasil e em outros países. Logo, se a vida presente fosse o carma da anterior, poderíamos dizer que os cientistas foram mais fortes do que Deus, visto que, os que Ele pretendia submeter a deficiências físicas para expiarem seus pecados, se livraram de tais punições com a ajuda da Ciência. Será que o homem pode mais do que Deus?
      O recurso da Medicina chamado teste do pezinho permite que se detecte precocemente certa anomalia congênita e, por conseguinte, pessoas que seriam débeis mentais estão estudando, trabalhando, etc. Estaria a Ciência contra Deus, bem como contra nós, impedindo-nos de ficarmos quites para com a justiça Divina e alcançarmos sem delonga, os mundos melhores dos quais falou Kardec? Logo, o slogan dos Kardecistas, constantes dos adesivos que freqüentemente afixam nos seus carros, segundo o qual “O acaso não existe: leia kardec”, embora não esteja errado, visto que realmente não há efeito sem causa, salta aos olhos que nem tudo pode ser espiritualizado, já que há o lado natural das coisas. A natureza está amaldiçoada, como já fiz constar acima. Além disso, de certo modo, o acaso existe sim. Segundo Jesus, foi ocasional (ou por acaso) que um sacerdote descia de Jerusalém para Jericó: “E, ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote...” ((Lc 10. 31). Sim, as coisas não são como Kardec cogitava. Doutro modo até os cães terão lá seus carmas.

F) Quanto à afirmação de que é injusto salvar os dementes, visto que eles não fazem as obras necessárias à salvação, respondo que esse “argumento” teria lógica, se a salvação fosse pelas obras. Mas como já vimos, a salvação é um presente, e não um galardão. Logo, alicerçado no sangue de Jesus, Deus está livre para estender a Sua mão e salvar (Is 59:1): as criancinhas (Lc 18:16); os dementes (Is 35:8); àqueles que não ouviram o Evangelho, mas agiram em harmonia com as suas consciências (Rm 2:12-16); e os normais, portadores de discrição que não desfeitearem ao Senhor, rejeitando o seu presente, por julgarem que podem comprá-lo e pagá-lo com seus próprios esforços em sucessivas reencarnações (confere: Jo.3:16; Mc. 16:15,16; E. 2:8,9; Rm. 11:6, etc.);

G) E, acerca da alegação de que é injusto dar aos que se arrendem na última hora da vida o mesmo Céu a que têm direito os que viveram longas décadas dedicados ao bem, respondo que os que assim se expressam das duas uma: ou ignoram os ensinos bíblicos ou não os têm como confiáveis. Sim, pois estas questões já foram tratadas por Aquele que Kardec chamava de Mestre: Jesus. Basta-nos, portanto, ler o capítulo 15 do Evangelho Segundo Lucas e aprendermos com o Mestre. Neste texto o Grande Mestre nos propõe três parábolas: A da dracma perdida, a da ovelha desgarrada e a do filho pródigo. Nestas três parábolas o Grande Mestre nos dá uma lição diametralmente oposta à que nos querem inculcar os reencarnacionistas. Ao invés de a dracma perdida, a ovelha desgarrada e o filho pródigo serem desdenhados, foram alvos de especial atenção, bem como patrocinadores de festas. Oh! Como os reencarnacionistas precisam aprender com o Grande Mestre! Eles necessitam aprender com o Grande Mestre que Ele é o Grande Salvador, capaz de salvar instantaneamente! Eles precisam aprender que Jesus não perdoa progressivamente!
      Para enxergarmos a fraude desse argumento, basta considerarmos as seguintes questões acerca do perdão que Jesus nos oferece:

a) Ele perdoa, ou não perdoa?
b) O Seu perdão é perfeito ou não é?
c) O Seu perdão é total ou é parcial?
d) O Seu perdão é instantâneo ou é progressivo?
     
      Se como respostas às perguntas acima, dissermos que o perdão que Jesus nos dá é perfeito, total e instantâneo, não podemos imaginar que Cristo dispense tratamento diferenciado aos Seus perdoados, permitindo a uns livre acesso à Sua Casa (o Céu), e ordenando a outros que aguardem à porta até que os últimos rancores se esvaiam. Logo, os argumentos dos reencarnacionistas só teriam lógica se a salvação fosse como eles pensam: pelas obras. Mas, como veremos a partir do capítulo XII, a salvação não é pelas obras, e sim, pela graça por meio da fé no sangue de Jesus.
      Diferente de tudo que os kardecistas dizem sobre o perdão, o Grande Mestre nos ensinou no capítulo 15 do Evangelho Segundo Lucas, que foram exatamente a dracma recuperada, a ovelha arrebanhada, e o filho esbanjador que regressou ao lar, que motivaram grandes alegrias e patrocinaram até festas. As nove dracmas que nunca se perderam, as noventa e nove ovelhas que sempre se mantiveram sob o cajado do Pastor, e o filho que jamais abandonou o Pai, não causaram, de persi, tantas emoções. Estas parábolas, sem duvida não foram contadas para incentivar à prática do mal, mas para encorajar os pecadores ao arrependimento, assegurando-nos que, se arrependermos, seremos bem recebidos no Reino de Deus; e que o nosso ingresso no Céu será até mais emocionante que o caso dos anjos fiéis que sempre se mantiveram na presença de Deus. Ora, quando (por um exemplo hipotético) um casal constata a morte de um dos seus dez filhos, este traz, obviamente, tristezas que os nove jamais trouxeram; mas, se na hora de sair com o defunto rumo ao cemitério, ele for ressuscitado, seguramente produzirá alegrias que os referidos nove filhos jamais conseguirão produzir, a menos que também morram e sejam ressuscitados.
      Suponhamos que há 20 anos o senhor “A” e o senhor “B” me fizeram uma grave ofensa. Cinco anos após, portanto 15 anos, o senhor “A” se arrependeu, me pediu perdão e que eu o tenha perdoado de todo o meu coração. Suponhamos ainda que há um minuto o senhor “B” também tenha se arrependido, me pedido perdão, e que eu o tenha perdoado da mesma maneira que há 15 anos eu perdoara ao senhor “A”. Pergunto: Será que eu não estarei sendo incoerente se eu dispensar ao senhor “B” um tratamento diferente do conferido ao senhor “A”? Afinal, eu perdoei a ambos de igual modo ou não perdoei? E podemos, porventura, detectar tamanha discrepância no Grande Mestre? Pensem nisso os kardecistas sinceros!

H) Relembro aos reencarnacionistas que não há ninguém melhor do que Deus para saber o que é justo e o que não o é. Logo, deixemos de lorota e aceitemos o dom gratuito que Ele nos está oferecendo através do sangue de Jesus, totalmente à parte de nossos méritos, até porque não os possuímos (Rm 3: 23,24; 6:23; Ef 2: 8,9). A salvação é assim: Ou o pecador a aceita de graça, ou morre sem ela, pois Deus não a vende, mas a dá de graça a quem quiser (Ap 22:17);

I) Nada mais injusto do que infligir uma pena por um erro do qual o condenado nem se lembra. Portanto, teríamos que lembrarmos de nossas encarnações anteriores, bem como de nossos erros então cometidos. Logo, nada mais injusto do que a expiação kardequiana.


      Kardec perguntou a um Espírito “Superior”: “A matéria existe desde toda a eternidade, como Deus, ou foi criada por Ele num certo momento?”.  Eis a resposta: “Só Deus o sabe...” (O Livro dos Espíritos.Federação Espírita Brasileira: Parte 1ª, capítulo II, pergunta 21, página 58).
      Os kardecistas por certo crêem que o autor destas linhas é um espírito atrasado e que um dia terá que expiar e reparar as críticas que ora faz ao kardecismo. Acontece, porém, que não obstante todo o atraso inerente ao meu espírito, estou certo de que sou incomparavelmente mais evoluído (desculpem-me pela minha “jactância”) do que o dito espírito consultor que, ao ser consultado, deu, ao seu ilustre consulente, a resposta acima registrada. É que apesar das minhas ignorâncias, já sei que tudo quanto existe além de Deus, foi por este criado, e que, portanto, teve um princípio. Sim, é irracional crer que uma criatura exista desde toda a eternidade, como Deus. O demônio disse que “Só Deus o sabe”, porque não quis dar a Deus a glória que Lhe é devida;


      Allan Kardec alegou que o Cristo nunca disse: “Não consulteis os mortos”. Na sua opinião, o Cristo que condenou o roubo, o adultério, o homicídio, a inveja, e assim por diante, não esqueceria de condenar a necromancia (consulta aos mortos), se os espíritos que se manifestam fossem realmente demônios. Segundo ele, o Cristo não esqueceria de combater tão grave erro, se deveras fosse impossível contatar os espíritos dos mortos. Senão, vejamos:
     
      “Não veio Jesus modificar a lei mosaica, fazendo da sua lei o código dos cristãos? Não disse ele: — “Vós sabeis o que foi dito aos antigos, tal e tal coisa, e eu vos digo tal outra coisa?” Entretanto Jesus não proscreveu, antes sancionou a lei do Sinai, da qual toda a sua doutrina moral é um desdobramento. Ora, Jesus nunca aludiu em parte alguma à proibição de evocar os mortos, quando este era um assunto bastante grave para ser omitido nas suas prédicas, mormente tendo ele tratado de outros assuntos secundários” (O Céu e o Inferno. Federação Espírita Brasileira: primeira parte, capítulo XI, nº 6, parágrafo 3).
       Se o fato de Cristo não haver dito: “Não consulteis os ‘mortos’”, justificasse a “mediunidade”, os kardecistas deveriam praticar a astrologia, pois Ele nunca disse: “Não consulteis os astros”. Mas, contraditoriamente, basta ler o que Kardec registrou em A Gênese, 37ª edição, capítulo V, número 12, para notar que ele e seus discípulos rechaçam a Astrologia, tachando-a de superstição. À página 100 dessa edição, a Federação Espírita Brasileira diz, como nota de rodapé, o seguinte: “Cai assim a idéia supersticiosa da influência dos signos”.   Relembro aos kardecistas que o Consolador veio no ano 29 do século I, para guiar a Igreja a toda a verdade (Jo 16: 12,13) e que foi sendo guiado por este Consolador que o apóstolo Paulo exortou os coríntios a não receberem “outro espírito”(2 Co 11:4). Relembro ainda que o Cristo e os apóstolos nunca tentaram recuperar um “espírito atrasado”, (Mc 5:1-13; At 16:16-18; 8:, 7; 19:12;Tg 4:7), como os kardecistas o fazem. Isso prova que não obstante os kardecistas julgarem irracional a crença na existência do diabo, este existe mesmo e é irrecuperável (Ap 20: 2, 7, 8, 10). Concordo que a existência do diabo como uma pessoa real, é um mistério que transcende as fronteiras do raciocínio humano; mas paralelamente, não ousemos negá-la, porquanto é uma verdade bíblica. É justo negarmos uma doutrina bíblica só porque Allan Kardec e seus demônios dela discordavam? Se Kardec podia recorrer à Bíblia para “provar” que Jesus era reencarnacionista, por que não podemos fazer o mesmo para provar que o diabo e os demônios existem?


      Segundo Allan Kardec, uma pessoa boa é aquela cujo espírito é bom; e uma pessoa ruim, é aquela cujo espírito é maldoso. Quando um espírito bom reencarna, dá-se no seio da Humanidade a aparição de uma pessoa boa e, quando um espírito mau reencarna, não é surpresa se aparece entre os homens mais um perverso. Pois bem, um espírito revelou a Kardec que estava chegando a hora da Terra ser transformada em um lindo paraíso, pois que os espíritos maus não mais iriam encarnar no planeta Terra, e sim, noutros mundos. Daquele dia em diante, cada criança que nascesse neste planeta, seria a encarnação de um espírito adiantado e propenso ao bem. Conseqüentemente, ao passar a geração da qual ele era contemporâneo, surgiria na Terra uma geração justa. Veja a prova, consultando as seguintes obras de Kardec: A Gênese, capítulo XVIII, números 6, 20 e 27; e Obras Póstumas, sob o tópico “Regeneração da Humanidade”, páginas 244-249). Acontece, porém, que a referida geração já passou há muito, e os espíritos adiantados propensos ao bem ainda não chegaram. Isto, à luz de Dt 18:20-22 é mais que suficiente para provar que Allan Kardec e os espíritos que consigo se comunicavam, não falavam da parte de Deus (Jr 1:12; Nm 23:19; 1Pe 1:25; Ap 21:5, etc.). Os Kardecistas certamente se defendem dizendo que os espíritos não são Deus, mas criaturas finitas e falíveis. Todo mundo erra. Mas aí pergunto: Por que não encontramos na Bíblia nenhuma profecia falível? A resposta a esta pergunta é que a Bíblia é a Palavra de Deus, e os escritos de Allan Kardec, a palavra do diabo, dos demônios, do próprio Kardec e de outros necromantes.
      Da Bíblia disse Jesus: “...em verdade vos digo que até que o céu e a terra passem, nem um jota nem um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido” (Mt 5:18). Podemos dizer o mesmo dos escritos de Allan Kardec?
      É oportuno relembrar o que eu disse no capítulo II, isto é, que Allan Kardec alegou que o Antigo Testamento é a primeira revelação de Deus; o Novo Testamento, a segunda; e o Espiritismo codificado por ele, a terceira. Esta teria sido prevista por Jesus em Jo. 16:12-13; bem como pelo autor dos Atos dos Apóstolos. Relembro ainda que eu afirmei no capítulo II que o Kardecismo prega a hipótese de que conforme a humanidade evolui moral e intelectualmente, vai, por conseguinte, se habilitando a maiores revelações da parte de Deus. Logo, a segunda revelação é mais panorâmica do que a primeira, assim como a terceira é mais ampla e perfeita do que a segunda. Ora, se das profecias constantes da alegada “primeira revelação” (o Antigo Testamento), Jesus diz que se cumprirão à risca ( Mt.5:18), o que não deveríamos esperar das predições da terceira revelação, já que esta está dois degraus acima daquela? Mas não é o que estamos vendo. Por que isso? pergunto aos kardecistas.

L.                                                                                                                                                                                                                          
      Quem lê a Bíblia sabe que Moisés tachou a mediunidade de abominação (isto é, nojeira). Disse ele: “Entre ti se não achará quem... consulte os mortos..., pois todo aquele que faz tal coisa é abominaçãoao Senhor...
      O Senhor, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis (Dt. 18: 10-12,15. Grifo meu). Neste texto, Moisés não só proíbe a consulta aos mortos, mas também notifica que ao invés da prática mediúnica, os seus patrícios deviam se limitar a ouvir o profeta que estava por vir, isto é, Jesus (At.3:22-23; 7:37). Então Moisés (o instrumento que Deus usou para o estabelecimento do Antigo Testamento), além de predizer o nascimento de Jesus e,  conseguintemente, o advento do Novo Testamento, deixa subentendido que a proibição à mediunidade não era só um preceitocerimonial, fadado a expirar na cruz, como os sacrifícios de animais e outros preceitos veterotestamentários; antes tratava-se de um mandamento moral que, por isto mesmo, seria também repetido no Novo Pacto e, portanto, observado pelo povo de Deus do Novo Testamento. Mas, segundo Kardec, o porquê das proibições mosaicas à prática da mediunidade, reside no fato de que a consulta aos mortos não estava sendo efetuada com o devido respeito aos mortos; antes era objeto de charlatanismo. Ora, se fosse este o motivo, certamente Deus tão-somente “regulamentaria o assunto para evitar abusos”, como bem observaram os comentaristas da Bíblia de estudo intitulada A Bíblia Vida Nova.
      O prezado leitor já sabe que este autor procura documentar todas as denúncias aqui efetuadas. E, desta vez não será diferente. Veja, pois, a transcrição abaixo.
      ... “Foi esse tráfico, degenerado em abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, pela credulidade e pela superstição que motivou a proibição de Moisés. O moderno Espiritismo, compreendendo o lado sério da questão, pelo descrédito a que lançou essa exploração, elevou a mediunidade à categoria de missão.
      A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente”...(O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 26, números 9 e 10, página 367, 112ª edição. Federação Espírita Brasileira. Grifo meu).


      Fiz constar do capítulo V deste livro que o kardecismo nega a existência do tormento eterno para os perdidos. Naquele mesmo capítulo observei que isso é discrepante, considerando que, uma vez que o Cristianismo prega o tormento eterno, não podemos (coerentemente)  reconhecer como cristão quem rejeita esta doutrina. Porém, como se essa barafunda não bastasse, o Kardecismo se revela dúbio quanto a se existe ou não sofrimento após a morte. Em o livro A Gênese, 37ª edição, capítulo XV, número 65,  página 353, podemos ler: ...“o Espírito, sem corpo material, não pode experimentar os sofrimentos”... Mas, em O Céu e o Inferno, 44ª edição, 2ª parte, capítulo IV, número 3, página 286, consta que um espírito se manifestou e disse: ... “Eu urro de dor”... Afinal de contas, há ou não há sofrimentos para os espíritos que se encontram no estado que os espíritas chamam de erraticidade, ou seja, entre a morte e a reencarnação?


      Jesus nasceu ou não nasceu de uma virgem, como o ensina a Bíblia? Um kardecista disse-me que “não, visto ser óbvio que Deus não iria sustar uma lei por Ele mesmo estabelecida. Deus determinou que a reprodução da espécie humana se dê pelo concurso natural de um homem e uma mulher e, portanto, com Jesus não foi diferente; sendo, pois, lenda o que se diz de seu nascimento virginal”.  Outro Kardecista me falou que Kardec  não se posicionou sobre esta questão e, portanto, eu não sei. Não tenho opinião formada sobre este assunto, que eu considero irrelevante. O importante é a prática da caridade que o Cristo recomendou”.
      Realmente, quem já teve a desdita de ler todos os livros espíritas procedentes da maldita pena do senhor Kardec, como é o caso deste autor, sabe que deveras ele não foi categórico sobre este tema, revelando-se ambíguo acerca do mesmo. Contudo, como o diz certo poeta, ele ficou “mais p’ra lá do que p’ra cá”. Falando do corpo de Jesus, ele parece ombrear parcialmente às idéias de Apolinário, herege do 4º século d.C., já que após longo comentário sobre o corpo de Cristo, ele disse: “Jesus, pois, teve, como todo homem, um corpo carnal e UM CORPO FLUÍDICO, o que é atestado pelos fenômenos materiais e pelos fenômenos psíquicos que lhe assinalaram a existência.
      ...“Não é nova essa idéia sobre a natureza do corpo de Jesus. No quarto século, Apolinário, de Laodicéia, chefe da seita dos apolinaristas, pretendia que Jesus não tomara um corpo como o nosso, mas um corpo impassível, que descera do céu ao seio da santa Virgem e que não nascera dela; que, assim, Jesus não nascera, não sofrera e não morrera, senão em aparência” (A Gênese, 37ª edição, capítulo XV, números 66-67. Grifo meu). É a famosa “ilusão de parto” que, segundo a LBV _ Legião da Boa Vontade_ teria ocorrido a Maria, mãe de Jesus.


      O Kardecismo é um “cristianismo” tão diferente daquele ensinado por Jesus, que nem mesmo o Batismo e a Santa Ceia do Senhor são observados por essa “religião”.  Os kardecistas estão noutra! Eles estão na Terceira Revelação! Eles entendem o que os apóstolos não entendiam! Logo, nada de Batismo e Ceia do Senhor. Estes cerimoniais são obsoletos!


      O Kardecismo ensina que Deus cria espíritos permanentemente. Perguntou Kardec: “A criação dos Espíritos é permanente, ou só se deu na origem dos tempos? ” Eis a resposta: “É permanente. Quer dizer: Deus jamais deixou de criar” (O Livro dos Espíritos, 76ª edição, 2ª parte, capítulo I, número 80, página 81). Muitos de meus consulentes sobre Heresiologia já me perguntaram sobre que dizem os reencarnacionistas quanto à provisão de espíritos para atender à demanda da explosão demográfica, ou seja, o aumento mundial da população do mundo. Isto me prova que há muitos curiosos querendo saber o que os espíritas têm a dizer sobre isto. Daí a importância deste tópico.


      Certo kardecista me disse que o fato de a Lei mosaica proibir a necromancia, constitui evidência de que contatar os mortos é possível, considerando que é ilógico proibir que se faça algo impraticável. Moisés jamais diria “não consulteis os mortos” se isso não fosse pelo menos possível. Porém esse “raciocínio” nos levaria a adimitir que de fato existem muitos deuses, visto que o politeísmo é repudiado em toda a Bíblia (Êx 20:3; 1Co 8:6; 1 Tm 2:5). Mas, como sabemos, tais deuses não existem, senão na cabeça de seus adoradores. Não seria a proibição à necromancia um caso similar?


      Os kardecistas crêem que a salvação não se consegue sem muito suar a camisa. Da criação de um espírito até o momento em que lhe é permitido o ingresso no Mundo dos Espíritos perfeitos, muitas águas passam sob a ponte. Um número quase infindo de reencarnações e muitas obras de caridade, fazem parte do programa. Daí ficarem boquiabertos diante de nossos sermões, segundo os quais, a salvação pode ser obtida num abrir e fechar de olhos, sem o auxílio das obras (Ef.2:8-9; Rm.11:6). Já me disseram diversas vezes: “Se fosse como o senhor diz, seria muito fácil”. Porém, a verdade solene e que nós, cristãos bíblicos, cremos que a salvação, no que depender de nós, não é algo fácil, nem tampouco difícil, mas impossível (Mt.19:26). Porém, nem tudo está perdido: Cristo comprou a nossa briga! A salvação é instantânea, e relativamente fácil para nós, porque algo infinitamente difícil, maravilhoso e estupendo foi feito, a saber, Deus se fez homem e cumpriu a pena em nosso lugar! E este é o Evangelho que Jesus mandou pregar; no qual, segundo a Bíblia, quem crer será salvo, e quem não crer será condenado (Mc. 16:15-16; Jo. 3:16). Neste Evangelho os kardecistas não crêem, mas tudo farei para que troquem Kardec por Cristo! Está, portanto, claro, que cremos numa salvação tão difícil que só Cristo pôde consegui-la para nós. E não foi nada fácil. É fácil ser crucificado?!
      É a vaidade humana que leva o homem a rejeitar a gratuidade da salvação. O homem quer se gloriar de salvar-se a si mesmo (Ef.2:9) e, por isso, rejeita o dom gratuito de Deus (Rm. 6:23).


      Vimos repetidas vezes (em 2.3; 3.2.; 3.2.2; 5.1) que Kardec proclamava aos quatro ventos que o Espiritismo é o Consolador que Jesus nos prometeu (Jo 16: 12-13). Vimos ainda que, segundo Jo. 14:26 o Consolador é o Espírito Santo. Isto faz com que muitos pensem que os kardecistas crêem que quando a Bíblia se refere ao Espírito Santo, está aludindo ao Espiritismo. Mas não é bem assim. E o porquê disso é que, segundo os kardecistas com os quais tenho dialogado, o Espírito Santo não é o Consolador. Eles me disseram que o Consolador é o Kardecismo, mas o Espírito Santo não o é. Este, segundo os kardecistas com os quais dialoguei, é o conjunto dos espíritos perfeitos. Uma prova de que realmente os kardecistas crêem que o Espírito Santo é o conjunto dos espíritos dos que morreram, é a transcrição constante do capítulo 3 deste livro (3.2.2.), onde fiz constar que o senhor Durval Ciampone, kardecista de renome, afirmou no “jornal espírita” de junho de 1991 que “o Espírito Santo nada mais é que a alma dos homens que se foram”...


      A Bíblia nos diz em Hb. 9:27 que “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso, o juízo”. (Grifo meu) Ora, se existisse reencarnação, o homem morreria várias vezes, pois tantas quantas vezes reencarnasse, uma vez mais morreria. Porém, certo kardecista disse que “este versículo não opõe à doutrina da reencarnação, porquanto não se refere à morte do espírito (que não morre nenhuma vez), e sim, à morte do corpo (que deveras morre uma só vez), visto que uma vez morto um corpo, jamais será animado por algum espírito (nem mesmo pelo espírito que dele saiu), tampouco será ressuscitado, mas será extinto uma vez por todas”. Porém, embora este texto realmente não fale da morte do espírito (já que o espírito não morre), convém que se note que também não se refere à morte do corpo, considerando que o corpo morto fica inconsciente e, portanto, não pode entrar em juízo. O versículo em lide diz textualmente: vindo, depois disso, o juízo. Mas, já que o texto não está falando da morte do espírito, nem da morte do corpo, de que morte nos fala então? Resposta: O texto em apreço nos fala da morte do homem em sua totalidade, isto é, esta passagem está dizendo que o ser humano experimenta o que se convencionou chamar de “morte” uma só vez. Logo, a passagem bíblica em questão prova sim que não há reencarnação.
      A morte da qual trata o texto aqui analisado, é aquela que o Espiritismo chama de “desencarnar”, enquanto a Teologia a rotula de “morte física”, a saber, refere-se à separação entre a alma e o corpo. Sim, refere-se à separação  em si, entre os dois elementos, e não aos elementos de per si, nem ao conjunto desses componentes.


      No capítulo I informei que o Kardecismo não aceita que Adão tenha sido o primeiro homem, conforme nos diz a Bíblia. Mas, se a Humanidade descende de um tronco único, e não como o querem os kardecistas, como explicar as muitas raças dentro da espécie humana? Tenho para essa objeção duas respostas: 1ª) Nem tudo é explicável. Há mistérios que intrigam a todos nós (inclusive aos kardecistas), e a decifração do enigma não está em dar asas à imaginação e, pior ainda, fazer das conjecturas que daí nascerem, dogmas que contradigam a Palavra de Deus; 2ª) O próprio Kardecismo diz que “as diferenças físicas e morais que caracterizam as raças humanas na Terra” originaram do clima, da vida e dos costumes” (O Livro dos Espíritos, Opus Editora Ltda, capítulo III, terceiro tópico intitulado “Povoamento da Terra”, 1ª edição, número 52, página 58. Grifo meu)
LIII.                                                                                                                                                                                                                 
     
      Certo Kardecista disse-me que a vinda de Jesus é a morte. “Quando morre uma pessoa, pode-se dizer que para essa, Jesus já veio”, disse ele. Mas a Bíblia diz que a vinda de Jesus não é a morte. Tanto é assim, que o apóstolo Paulo registrou que nem todos morreremos (1Co:15: 51). Isto significa que quando Jesus voltar, os dEle que estiverem mortos, serão ressuscitados; e que os dEle que estiverem vivos serão transformados e, (juntamente com os mortos previamente ressuscitados), elevados ao Céu, para nunca morrerem. Ora, se a vinda de Cristo fosse a morte, poder-se-ia  dizer que para os salvos que estiverem vivos no dia do arrebatamento da Igreja (os quais, segundo a Bíblia, subirão vivos ao encontro de Jesus nos ares), Jesus nunca virá. No entanto, a Bíblia diz que Jesus virá para todos: vivos e mortos (Mt.25:31-32; Ap.1:7;1Ts.4: 13-18; 1Co:15: 51)
      Ora, pregar a vinda de Jesus é pregar uma doutrina bíblica. Logo, as pessoas devem, ou fazê-lo com fidelidade ao texto Sagrado, ou negar abertamente esta doutrina. Portar-se de outra maneira é agir incorretamente. O referido kardecista foi, pois, incoerente; mas, como sabemos, isso é normal entre os kardecistas.

LIV.                                                                                                                                                                                                                   
      Quem crê que está em evolução e que, portanto, ainda tem muito que reencarnar para se tornar digno de habitar no mundo dos espíritos perfeitos, não está, obviamente, aguardando Cisto para arrebatá-lo ao Céu, conforme previsto na Bíblia (1Ts. 4: 13-18; 1Co:15: 51).


LV.                                                                                                                                                                                                                      
      Além do que vimos acima, a Bíblia nos diz que Cristo galardoará os Seus naquele grande Dia, segundo o que tivermos feito por meio do corpo (no singular [1Co.5:10]). Ora, se existisse reencarnação, o homem teria vários corpos e, naturalmente, a recompensa seria segundo o que o espírito fizesse por meio dos corpos.
      Diante dessas incoerências, pode-se ver que o Kardecismo não é cristão, já que cristão não é quem “segue” a Cristo à sua maneira, e sim, quem se pauta pela Bíblia (Jo.7.38).

LVI.                                                                                                                                                                                                                   
      Segundo o Kardecismo, ninguém será condenado eternamente. As punições divinas duram apenas até que o espírito faltoso se arrependa, expie seus pecados (sofra as conseqüências de suas más ações) erepare suas faltas (faça boas obras para compensar os erros cometidos). Isso não coaduna com o que a Bíblia nos fala acerca do Juízo Final, quando, de acordo com a Bíblia, os perdidos serão lançados no lago de fogo eterno, onde sofrerão eternamente, como já comentei no capítulo V.





     Bem, depois de tantas incoerências encontradas no Kardecismo, certamente está claro que você não pode ser cristão e kardecista simultaneamente. Não é possível crer na Bíblia e nos escritos de Kardec a um só tempo. Ademais, creio que provei que o Kardecismo é sofismático. Mas talvez você ainda tenha algumas dúvidas. Neste caso, não troque o certo pelo duvidoso.
      Aos kardecistas e simpatizantes desse sistema infernal que, porventura, esbocem alguma dúvida, creio que posso ajudar, sugerindo as seguintes medidas:

A)  É Preferível confiar no sangue de Jesus, a crer em reencarnação; já que, se de fato existe reencarnação, por ela passarei inevitavelmente, visto que eu não preciso crer em coisa alguma para me reencarnar. O mesmo, porém, não se dá, segundo a Bíblia, com a salvação em Cristo. De acordo com o Cristianismo bíblico, se eu não me “esconder” sob o sangue de Jesus nesta vida, serei um eterno desgraçado no além. Logo, optar pelo sangue de Cristo é uma questão de inteligência;

B) Quando cremos em Cristo dentro dos moldes bíblicos (isto é, que ele é Deus; que Seu sangue purifica de todo pecado; e que Seus mandamentos estão contidos na infalível Bíblia), recebemos um gozo inexplicável (1Pe. 1:8). Não seria isto o cumprimento da promessa que Jesus nos fez, de nos dar outro Consolador (isto é, o Espírito Santo), se nEle crêssemos segundo as Escrituras? (Confere: Jo. 7:38-39; 14: 16). João Batista recebeu o Espírito Santo antes de nascer; e por isto saltou de alegria no ventre de sua mãe (Lc.1:15,44). Já que nós, os cristãos bíblicos, sentimos este gozo inexplicável, não seria isto uma prova tangível de que o Cristianismo é real e verdadeiro e que nós, cristãos bíblicos, estamos no Caminho certo?

C) Para cedermos nosso corpo a um espírito que se diz, por exemplo, o da mãe de um consulente, teríamos que estar seguros de não estarmos sendo enganados. E, como vimos em 9.5, Kardec reconheceu que não é possível se certificar com precisão da identidade dos espíritos. Ora, se somarmos as proibições bíblicas à prática da mediunidade, às incertezas espíritas, porventura não chegamos ao resultado de que é preferível não nos envolvermos com isso? Alguns ex-católicos e ex-“evangélicos” respondem que nada puderam fazer, pois se tornaram médiuns antes de crerem na mediunidade. Os espíritos simplesmente se incorporaram neles sem mais nem menos. Porém, nenhum cristão verdadeiro passa por essa amarga experiência. Seja um cristão de fato e você jamais receberá espírito de “defunto”.

D) Ora, como posso me emocionar diante de um espírito que se diz o de minha falecida mãe, se o próprio kardecismo adverte que eu posso estar sendo enganado? Com a Bíblia garantindo que não é mamãe”, e Kardec dizendo que não sabe se é ou não, será que não é mais prudente corrermos disso?

E) Não encontramos em toda a Bíblia nenhum servo de Deus incorporando as almas dos mortos. Não é isto digno de nota? (Embora saibamos, como já fiz constar em 2.2.2.,§ 5, que os kardecistas atribuem a mediunidade, às manifestações do Espírito Santo e dos anjos. Vimos lá que o jornal espírita, de junho de 1991 asseverou que “No dia de Pentecostes todos os apóstolos foram envolvidos pelos espíritos, ocorrendo a maior sessão coletiva de manifestação mediúnica na história religiosa do mundo...” [e que] “os... estudiosos irão descobrir que o Espírito Santo nada mais é que a alma dos homens que se foram...”.).

F) O espírito de Moisés se comunicou com Jesus (Mt. 17:3). Os kardecistas se sevem disso para engrossar seus argumentos em defesa da mediunidade. Todavia, esse argumento é pobre pelas seguintes razões:

a) Como Jesus é Senhor não só dos vivos, mas também dos mortos (Rm 14:9), esse argumento é fraco. Os mortos, especialmente os salvos, podem ter livre acesso a Cristo, já que são seus servos;

b) Nem tudo que Cristo fez e faz, nós podemos fazer também. Por exemplo, Ele aceita adoração (Mt. 8:2; 28:9,17; Hb. 1:6). Somos nós também dignos de sermos adorados?;

c) Mt 17.3 registra que Moisés falava com “Ele”, e não com “eles”. Logo, Tiago, Pedro e João não participaram do diálogo. A conversa se deu entre Moisés, Elias (este não pode ser citado como exemplo, visto não ter morrido [2 Rs 2]) e Cristo;

d) Cristo não atuou como médium, isto é, como intermediário entre os discípulos e o espírito de Moisés, transmitindo a aqueles a mensagem deste;

e) Os apóstolos e todos os cristãos do Século I não viram nisso nada que favoreça a prática da mediunidade. A prova disso é o fato de que nunca os encontramos comunicando com os mortos. Em todo o Novo Testamento (nos evangelhos, nos Atos dos Apóstolos, nas epístolas paulinas às igrejas, na Epístola a Filemom, na Epístola aos Hebreus, nas epístolas pastorais, nas epístolas gerais, e no Apocalipse) não encontramos nada que nos induza a crer que os cultos da Igreja Primitiva eram sessões mediúnicas. Quando os cristãos primitivos se reuniam, não se manifestavam entre eles os espíritos de Abel, de Noé, de Isaías, de Sara, de Abraão, de Débora, etc. Logo, se os kardecista estão certos, então os apóstolos foram negligentes; e, se os apóstolos não foram negligentes, então os kardecistas estão exagerando. Pensem nestas coisas os sinceros!





      O presente capítulo, bem como o próximo, têm por objetivo ajudar os kardecistas a entenderem o porquê da morte de Jesus. Nos capítulos anteriores, eu priorizava o questionamento às doutrinas Kardequianas; doravante, porém, enfatizarei a exposição do Plano de Salvação. Tal se dá porque não basta dizer que os kardecistas estão na mentira, é necessário lhes apresentar a verdade.
       Geralmente pensa-se que a Bíblia ensina que Deus é tão bom que por maior que seja o pecado, se o pecador se arrepende e pede perdão, Deus o perdoa. Mas a verdade solene é que Deus é tão justo que, segundo a Bíblia, por menor que seja o pecado, e por mais que o pecador se arrependa e peça perdão desse “pecadilho”, Deus não perdoa. O pecado é, na opinião de Deus, uma dívida que tem que ser paga inevitavelmente. Segundo o infalível parecer de Deus, perdoar a culpa, mesmo estando o pecador arrependido, é tão errado quanto punir o inocente. E o porquê disso é que Ele é justiça. Mas nem por isso temos que ser punidos por causa dos nossos pecados, visto que Deus concebeu um plano para mudar a nossa sorte. Este plano não consiste em fazer vista grossa aos pecados do pecador arrependido, e sim, em dar-nos um substituto que é Cristo. Jesus é o substituto de todo aquele que nisto crê e para isto apela. Todos os que apelam para o sangue de Jesus, isto é, para o Seu sacrifício substitutivo (expiatório), ficam, na hora, quitados para com Deus. E isso porque, para Deus, suas dívidas foram pagas por Jesus. Sim, os pecados dos verdadeiros cristãos não foram perdoados, mas rigorosamente punidos na Pessoa de Jesus. Deus não perdoou a nossa dívida, mas Jesus pagou-a por nós e para nós. Creia nisso, e saia da condenação hoje mesmo (Rm. 8.1; Jo. 3.16; Lc. 23.43).
      Muitos vão para o Inferno porque ignoram o Plano de Salvação. Alguns exemplos: Muitos, por reconhecerem a justiça divina, se julgam irremediavelmente perdidos. Estes morrem de sede dentro de um caudaloso rio, o rio da salvação pelo sangue de Jesus! Outros criaram os seus próprios “planos”. Sim, há aqueles que crêem que pagarão suas dívidas no imaginário fogo do suposto purgatório. Outros crêem que no final Deus dará um jeitinho, por ser Ele um Pai bondoso. E ainda outros crêem que podem salvar-se a si mesmos através das boas obras e das vicissitudes da vida nesta e\ou noutras ilusórias encarnações. Todos esses, porém, estão se perdendo por não se valerem do único Salva-Vidas que veio do Céu: Jesus!
      Nós, os evangélicos, realmente cremos que Deus perdoa pecado, pois a Bíblia o diz claramente (Is. 55.7; Mt. 6.12; Mc. 2.5; Sl. 103.3, etc.). Mas entendemos que neste caso, “perdão” é um termo simples que designa a mudança de relacionamento que se dá entre Deus e o pecador, quando este se vale do sacrifício de Jesus. Por exemplo, está escrito na Bíblia que Deus se esqueceu dos pecados dos cristãos (Hb. 10.17). Naturalmente, neste caso, temos que entender que esse “esquecimento” é conotativo. Trata-se de uma força de expressão, cujo objetivo é salientar a perfeição do perdão. Este, por sua vez também é uma força de expressão. Imagine se esse esquecimento fosse literal? Equivaleria a dizer que Deus é portador de amnésia. Sim, em Cristo Deus nos dá um “perdão” tão perfeito que até se “esquece” dos nossos pecados!
       É verdade que Deus nos perdoa perfeitamente em Cristo, mas isto só é possível porque Jesus pagou o preço. A fé, o arrependimento e a obediência são condições impostas e indispensáveis, mas não são a causa meritória. E isto é coerente, porque se Deus, para perdoar o pecador, exigisse tão-somente o arrependimento, o pedido de perdão e a regeneração, Jesus Cristo teria morrido em vão. Este argumento pode parecer ilógico a quem não vê na morte de Jesus um ato substitutivo, mas apenas uma aula com exemplos práticos sobre o amor. Porém, a Bíblia deixa claro que a razão pela qual Jesus morreu é: O homem é pecador e Deus é justo, por cujo motivo ficamos irremediavelmente perdidos. Então Jesus desceu do Céu para cumprir a pena em nosso lugar. É por isso que Jesus é o Salvador. Ele não salva com Sua Palavra e/ou com Seus exemplos, mas com Seu sangue, isto é, com Seu sacrifício expiatório. Se Ele fosse apenas o Grande Mestre que é, não poderia nos salvar, visto que a justiça Divina exige que a dívida que contraímos seja paga. Mas graças a Deus, Jesus, além de grande educador, é, também e principalmente, o nosso Cordeiro Pascoal ou “bode” expiatório. Sim, o perdão de nossos pecados não foi dado de mão beijada, nem tampouco servido de bandeja, mas vendido por Deus Pai, comprado e pago por Deus Filho, transportado por Deus Espírito Santo e presenteado aos que apelam para o sangue de Jesus!
      Reverentemente afirmo que se eu sou um verdadeiro cristão, Deus não quer me lançar no Inferno; e, se o quisesse, não poderia fazê-lo sem faltar com a justiça, pois Jesus já foi punido em meu lugar.
      Se Deus, para perdoar o pecador, exigisse tão-somente o arrependimento e o pedido de perdão, nada seria mais supérfluo do que o espetáculo da cruz.
      Todos os cristãos crêem que Jesus morreu para nos salvar, mas que teria a ver morte de Cristo com salvação, se o que estou expondo neste capítulo não fosse a expressão da verdade? Sim, Jesus Cristo teria morrido em vão se a cruz de Cristo não fosse um ato substitutivo (Gl. 2:21; Rm. 3: 21-28).




     Como já observei no capítulo anterior, o meu objetivo não é meramente criticar os kardecistas. A crítica que aqui teço contra o Kardecismo, é apenas o caminho que julgo necessário percorrer, para se chegar a um alvo infinitamente nobre, que é conscientizar os kardecistas, bem como os simpatizantes dessa confissão religiosa, que o Espiritismo é arapuca de Satanás; para, deste modo, encontrá-los no Céu um dia! Logo, o faço por amor! E, sendo assim, esta crítica que ora endereço ao Kardecismo é, obviamente, construtiva.
     Diante de Deus este autor confessa que redigiu estas linhas chorando e orando.
     Embora eu já tenha falado sucintamente sobre o Plano de Salvação, volto a este assunto, num esforço de trazer mais luz sobre este importantíssimo tema. Vejamos, pois, o seguinte:
a)     Os passos que devem ser dados para se sair da perdição e alcançar a salvação;
b)     O passo que deve ser dado para se manter na salvação; e,
c)      Os passos que devem ser dados por se ter alcançado a salvação. Ei-los:
      A Bíblia diz que “não há homem que não peque”(II  Cr 6.36). Este reconhecimento não nos pode salvar, mas é um passo que não pode deixar de ser dado por aquele que quer ser salvo.
     A justiça de Deus vai além do que pensamos e falamos, e às vezes entra em choque com os nossos pontos de vista.
     Sim, contrário ao que muitos pensam, a justiça divina não condenou apenas os grandes pecadores como: os estupradores, os latrocidas, os caluniadores, os adúlteros, os homossexuais, os invejosos, os ateus, os espíritas, os católicos e assim por diante. Não!!! Deus condenou todos ao inferno! Disse Jesus: “Se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis...” (Lc 13.5). Disse o apóstolo Paulo: “todos pecaram e estão privados” (ou destituídos) “da glória de Deus” (Rm 3.23). Estes textos provam que a justiça divina vai além do que cogitamos, e não raramente diverge dos nossos  padrões.

      Muitos pensam que a razão pela qual Jesus morreu, é a seguinte: “Para o homem se salvar, basta-lhe ser bondoso, e Jesus teria vindo ao mundo para nos ensinar isso. E o fez , não só com palavras, mas sobretudo, com atos, não pagando na mesma moeda, o mal que lhe fizeram”. Nada, porém, está mais longe da verdade. O quadro que nos é apresentado pela Bíblia, é diametralmente oposto.
     À luz da Bíblia, a razão pela qual Jesus morreu é: O homem é pecador e Deus é justo; e, por estas razões, ficamos tão perdidos, que tudo quanto fizéssemos para sairmos da perdição, não produziria o efeito desejado. Inútil seria arrependermos dos nossos pecados, pedirmos  perdão, chorar, etc.; visto que, na opinião de Deus, perdoar a culpa é tão errado quanto punir o inocente. Deus vê que o pecado é uma dívida que tem que ser paga. E por não termos com que pagá-la, fomos condenados à perdição eterna. Então Jesus desceu do Céu  para cumprir a pena em nosso lugar. É por isso que Jesus é o Salvador. Ele não salva com Suas palavras, nem tampouco com Seus brilhantes exemplos, mas sim, com o Seu sacrifício substitutivo.  Logo, para que servem as Suas palavras? Servem para nos informar isso, bem como para educar  àqueles que, por crerem nisso, tornarem-se cristãos. Assim está claro que Deus não perdoou a nossa dívida, e sim, que Jesus pagou-a por nós e para nós, se arrependidos crermos nesta verdade.
     O leitor talvez queira formular a seguinte pergunta: “Por que diz então a Bíblia que Deus perdoa?” A resposta a esta pergunta é que com este termo simples (perdão) e de fácil compreensão, a Bíblia está dizendo que Deus nos livra da condenação, se apelarmos para o sacrifício de Jesus. “Perdão”, neste caso, é um termo simples que designa a mudança de relacionamento entre Deus e o pecador, quando este se refugia no sangue de Jesus. Assim como a Bíblia diz que Deus se esqueceu dos nossos pecados (Hb10.17,18), mas esse esquecimento, muito longe de ser interpretado ao pé da letra, tem de ser encarado como uma força de expressão, posto que doutro modo faríamos de Deus um débil mental, assim também a palavra “perdão” tem de ser entendida como uma força de expressão que retrata a reconciliação com Deus. Se não fosse assim, Jesus teria morrido em vão. Sim, porque se Deus, para perdoar o pecador, exigisse tão-somente, arrependimento e fé, não dependeríamos do sangue derramado na cruz. É bem verdade que agora, mais nada precisamos fazer, além de arrepender e crer;  mas tal se dá porque o preço já foi pago por Jesus.
     Como o leitor sabe, substitutivo não é o mesmo que substituível. Portanto, quando afirmo que o sacrifício de Jesus foi um ato substitutivo, quero dizer que Ele nos substituiu na morte e no sofrimento, sofrendo a pena em nosso lugar, e que, por conseguinte, o Seu sacrifício nos quita para com Deus, se arrependidos crermos. É por isso que nós, os evangélicos, não cremos em purgatório, em salvação pelas obras, em reencarnação, etc., pois não temos dívida a pagar, nem mesmo parcialmente. Jesus já pagou-a totalmente por nós (Is. 53: 4 – 12; 2 Pe.2: 24; Lc. 23: 43; Cl. 2:13 a 15).
     Já afirmei que se Jesus não morresse por nós, não seríamos salvos, por mais que implorássemos o perdão. Isto significa que não adiantaria arrependermos, se Jesus  não morresse  por  nós. E uma verdade do mesmo tamanho desta, é que não adianta Jesus ter morrido por nós, se não nos convertermos. É o sacrifício de Jesus, mais a nossa fé nesse sacrifício, que mudam a nossa sorte. Para nos salvar, Jesus fez a Sua parte, e nos manda que façamos a nossa; e a nossa parte é crermos que Cristo fez a nossa parte, bem como nos valermos disso.
      É de domínio público que nós, os evangélicos, sustentamos que já estamos salvos. Esta nossa postura tem gerado inúmeros questionamentos por parte daqueles que nada sabem a respeito da salvação em Cristo. Certo Kardecista me disse: “O fato de você ter encontrado o caminho da salvação, não lhe dá o direito de dizer que já está salvo, assim como também, um viajante que, após se perder numa mata virgem, não pode dizer que já está em casa, só porque conseguiu se situar e saber onde está, bem como que rumo tomar para regressar ao lar”.  Ele disse-lhe que o tal viajante realmente não poderá dizer que já está no aconchego do seu lar enquanto não entrar na sua residência, assim como eu também não posso dizer que já estou no Céu, enquanto lá não chegar. Mas assim como, a partir do momento em que o tal viajante ficou seguro dos quatro pontos cardeais e, conseqüentemente, da direção a tomar para voltar a casa, já não se podia mais dizer que ele ainda estava perdido, visto que perdido não é aquele que está numa mata virgem, mas sim, aquele que não sabe de onde veio, onde está e nem para onde vai. Ora, eu ainda não estou no Céu, mas já sei de onde vim, onde estou, e para onde vou. Logo, a Bíblia não está errada quando me diz que eu já estou salvo (1 Co 1:18; Ef 2:8; Lc 7:50). Ademais, Jesus Cristo disse que Ele veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19:10). Veja, os tais perdidos que Cristo veio buscar e salvar, ainda não estavam no Inferno, contudo, já estavam perdidos. De igual modo, embora eu ainda não esteja no Céu, segundo a Bíblia já estou salvo. A razão disso é que, de acordo com a Bíblia, assim como a perdição precede a entrada no Inferno, a salvação antecede o ingresso no Céu. Primeiro o pecador se perde para depois ir para o Inferno, e primeiro o pecador se salva para depois ir para o Céu. Assim ensina a Bíblia. E se não se deve recorrer à Bíblia para provar alguma coisa, por que os livros de Allan Kardec estão recheados de citações bíblicas?


     A Bíblia afirma que a salvação é um dom, isto é, presente, que Deus nos dá pela graça, por meio da fé, sem o auxílio das  nossas obras (Ef 2.9-8); e acrescenta que esta verdadeira fé viva e produtora de real salvação, automaticamente produz em nós obras que de fato agradam a Deus. Logo, os que tentam se salvar pelas obras, estão pondo o carro diante dos bois. E os que tentam se salvar pela fé mais obras, estão pondo o carro ao lado dos bois. O certo, porém, é deixarmos o “boi” da fé puxar o “carro” da salvação, em cujo interior devemos adicionar cada vez mais as obras de justiça. Isto porque não somos salvos pelasobras, mas somos salvos para as obras (Ef 2.10). Do exposto se vê que as obras e a fé são importantes, mas temos que pô-las nos seus devidos lugares. Do contrário, não seremos salvos. A fé vale o perdão dos nossos pecados e a conseqüente salvação, a qual é um dom; e as boas ações que daí nascerem serão galardoadas. Sobre estes galardões, só entenderemos quando chegarmos lá. Por enquanto fica claro apenas que galardão e salvação são coisas diferentes. A Bíblia fala de pessoas que terão salvação, mas não terão galardão (1 Co 3.10-15). A graça e a fé nos conduzem à salvação, bem como nos mantêm na salvação.
      Do exposto acima se vê que o passo que nos mantém na salvação é o reconhecimento de que quando damos os cinco primeiros passos acima discriminados, nos tornamos salvos, e que, portanto, mais nada precisa ser feito para sermos salvos. É o que nos conduz à salvação, que nos mantém na salvação: a graça, por meio da fé. Fazer algo para se salvar é ser incrédulo; e fazer algo para se manter na salvação, é negar a fé. É desviar-se do Caminho da Salvação. Quem não vive como cristão, cristão não é; e está, pois, perdido. Mas há um enorme abismo entre viver como cristão, e associar a salvação às obras. O salvo vive como salvo, não para ser salvo, mas sim, por ser salvo; assim como também, a laranjeira não produz laranja para ser laranjeira, e sim, por ser laranjeira.
LVII.                                                                                                                                                                                                                
Ao darmos o quinto passo, nos tornamos salvos. Ao darmos o sexto passo, nos mantemos salvos. Mas, quais são as obras que devemos fazer por sermos salvos, isto é, 100% perdoados? Veja a seguir alguns exemplos.

      Por ser Jesus o único Mediador entre Deus e os homens (1 Tm. 2: 5), Ele  nos ensinou a orar direto a Deus (Mt. 6: 9-13), em Seu  nome (Jo. 14: 13-14). Portanto, doravante não perca mais seu tempo rezando ao tal de “Anjo Guardião”, ou aos chamados “santos”, ou ainda aos chamados “orixás” e outros espíritos que se fazem passar pelos mortos. Ore ao Senhor, pedindo-lhe tudo quanto Ele lhe prometeu nas páginas da Bíblia! Se não há proibição médica, jejue. Por favor, ore por mim.

     Muitas pessoas já fizeram o que você acaba de fazer, e já se organizaram. Você é convidado a se unir a um desses grupos, porque lá você encontrará pessoas mais experientes que muito poderão ajudá-lo (Hb 10. 25).
     Estes grupos são conhecidos pelos nomes de evangélicos, crentes, ou protestantes. Cuidado, há igrejas se dizendo evangélicas, sem sê-lo de fato.
     Leia a Bíblia diariamente. Na impossibilidade de fazê-lo, peça a alguém o favor de lê-la para você ouvir.  Saboreie pelo menos um capítulo por dia (Js.1: 8; Sl 1. 2).
      Estas doutrinas estão registradas na Bíblia. Uma delas é que não devemos adorá-los (At.10:25-26; 14:11-18). Portanto, não preste culto a Maria, aos santos, aos orixás, etc. Só Deus é digno de culto. Amemos e respeitemos a Maria, aos santos, ao próximo, etc., mas cultuemos só a Deus (Mt 4.10).
     (Mc 16.16). Cristo mandou pregar o Evangelho e batizar os que crêem. Estes não se batizam para se salvar, e sim, por serem salvos. Não inverta a ordem.
      A Ceia do Senhor é uma ordenança do Senhor Jesus e é constituída de pão e suco de uva, os quais simbolizam, respectivamente, o corpo e o sangue do Senhor (1 Co.11:17-34). Todo cristão deve participar deste banquete espiritual, comendo do pão e bebendo do fruto da vide (1Co. 11: 28), em clima de festa (sim, a Festa Magna do Cristianismo), cujo objetivo é comemorar o sacrifício substitutivo que Jesus efetuou por nós lá na cruz.
     Conte a todo o mundo a sua nova vida, isto é, a sua experiência com Cristo! (Mc. 5: 20). E argumente mais ou menos assim: As religiões não cristãs (Budismo, Islamismo, Hinduísmo...) não podem salvá-lo. O mesmo podemos dizer das instituições religiosas que se fazem passar por cristãs (Testemunhas-de-Jeová, Igreja Católica, Adventismo do Sétimo Dia, Kardecismo, Mormonismo...). E, pasme-se, nem mesmo a verdadeira Igreja de Cristo, que é o conjunto dos redimidos pelo Seu sangue, pode salvá-lo. Você quer ser salvo? Então vá direto a Cristo, pois só Ele salva (Jo. 14:6; At. 4:12).




      Era uma vez um jovem com apenas 18 anos de idade, chamado Delin, cujo pai (Rei Paião, prezado e respeitado por todos os seus súditos) era um dos mais ricos de seu país. E, embora o Código Penal desta nação prescrevesse a pena de morte aos criminosos de alta periculosidade, o dito jovem, cobiçando riquezas maiores, empreendeu o primeiro de uma série de assaltos à mão armada. Ele não queria praticar latrocínio e, por isso, empunhava sua pistola só para intimidar os proprietários dos bens que ele pretendia tomar para si. Sua primeira vítima, porém _o senhor Robato, muito mais alto e robusto do que ele _, reagindo ao assalto, intentou dominá-lo. O referido jovem, tomado pelo susto, disparou sua arma, matando o senhor Robato.  Então o remorso invadiu o seu coração. Sua consciência o acusava ininterruptamente. Ele se sentia a escória da sociedade, bem como merecedor de uma severa punição. Como ele gostaria que tudo aquilo não fosse real, e sim, apenas um pesadelo! Mas, infelizmente, ele não estava sonhando! Ele deveras estava acordado e havia sim se tornado um latrocida! E, por isso mesmo, se julgava merecedor de uma severa punição! Seu ardente anseio pela longevidade, era mesclado com um forte desejo de ser enforcado, a bem da disciplina! E consigo mesmo tinha a certeza de que este prevaleceria sobre aquele, pois o seu crime era suficientemente hediondo para torná-lo digno da lei de talião, prevista na Carta Magna de sua nação, e pormenorizada no Código Penal da mesma. Mas integrava à Constituição de sua Pátria, que o Rei podia intervir em defesa de quem fosse sentenciado à morte, salvando-o da execução, desde que substituísse o réu, cumprindo por ele a pena.  Era ainda constitucional que, uma vez que o Rei manifestasse o seu desejo de se deixar imolar pelo condenado, ninguém podia questioná-lo, nem tampouco empreender malograr seu intento. E foi desta cláusula que o Rei Paião se valeu para dar ao seu filho Delin a chance de se regenerar, tornar-se um cidadão de bem, casar, perpetuá-lo através dos possíveis netos, usufruir das delícias da vida, e, finalmente, morrer bem idoso, farto de dias! Então Delin foi convocado a comparecer diante de Sua Majestade, o Rei Paião. Delin, enquanto era levado maniatado à presença do Rei, pensava: “Como irei encarar o meu Pai?! Certamente ele, dizendo que eu (seu imprestável filho) sou sua vergonha e tristeza, derramará inconsoláveis lágrimas!”  E, mais rápido do que Delin desejava, viu-se diante do Rei Paião, o qual lhe falou: “Sabes que teu pai sempre primou pela justiça. Logo, não posso e nem quero perdoar o teu crime. Seria ilegal fazê-lo. Portanto, anular tua sentença, nem pensar. Contudo, quero, posso e vou livrar-te da morte, morrendo em teu lugar. Mas, para eu morrer em teu lugar, terás que fazer três coisas:1ª) jurar-me que estás arrependido; 2ª) prometer-me que longe de ser reincidente, serás um cidadão de bem por todos os dias da tua vida; 3ª) pedir-me perdão pela tristeza e vergonha que me causaste”. E assim foi. Delin fez o que Paião exigiu. Sem delonga, portanto, fez o Rei passar pregão por todos os rincões do território sob seu poder régio, notificando a todos os seus súditos que ele, Rei Paião, por amor do seu culpado filho, se servia de um dispositivo legal, a saber, o sacrifício vicário, objetivando salvar Delin, da morte. Ademais exigiu, por escrito, que a Suprema Corte, cônscia de que dura lex, sed lex, (Lei é dura, mas é lei), jamais permitisse que seu filho sofresse qualquer conseqüência de seu bárbaro crime, já que a substituição era legal. O Rei Paião argumentava que sua atitude gozava não só de legalidade, mas também de moralidade, visto ser moral que os pais lutem por seus filhos até à morte. Então morreu Paião, e Delin foi viver a vida.
      Que salvou Delin da forca? O arrependimento? A regeneração? O pedido de perdão? Não!!! Estes expedientes lhe foram necessários para que o Rei morresse por ele, mas foi a morte do Rei, e só ela,  que o absolveu. Ele deve, pois, a sua absolvição exclusivamente à morte de Sua Majestade. Se ele não se arrependesse, o Rei não morreria por ele; mas é se o Rei não morresse por ele, que ele não seria salvo. Delin já estava arrependido e desejoso de mudar de vida, muito antes de seu pai lhe fazer a proposta de morrer em seu lugar, mas isso não alterou em nada a sua condição de condenado; nem mesmo o amor de Paião por seu filho delinqüente, anulou a sentença de Delin; mas quando Paião foi enforcado no lugar de Delin, este foi absolvido. O crime de Delin não foi perdoado nem mesmo por seu Pai, mas castigado na pessoa de Sua Majestade, o Rei Paião.
      Sobre o presente conto informo que:
1) Delin retrata Adão, Eva e todos os seus descendentes;
2) o seu hediondo crime fala dos nossos pecados;
3) a pena capital à qual ele foi sentenciado, refere-se à condenação à eterna separação de Deus, cuja conseqüência é o Inferno;
4) a morte substitutiva de Paião ilustra o sacrifício vicário de Cristo;
5) a absolvição de Delin diz respeito à nossa salvação através da morte de Jesus;
6) o arrependimento e o pedido de perdão, exigidos do delinqüente, como condição sine qua non para que o Rei concretizasse o seu desejo de morrer pelo jovem da presente parábola, representa a condição imposta por Jesus, para que os benefícios oriundos da Cruz nos sejam aplicados.
      Delin tinha que se converter para Paião morrer por ele; nós, porém, temos que nos converter porque Jesus morreu por nós. Logo, porque Delin se converteu, Paião morreu por ele; e, porque Paião morreu em seu lugar, Delin foi salvo. Delin deve, pois, a sua salvação exclusivamente à morte de seu pai. É verdade que o Rei só morreu por ele porque ele se converteu, mas ele só foi salvo porque o Rei morreu. Não adiantaria ele se regenerar, se o Rei não morresse por ele. Por conseguinte, sempre que alguém lhe inquirir sobre o porquê de sua absolvição, ele nunca poderá dizer que foi porque ele se converteu. A sua conversão causou a morte do Rei, não a sua absolvição. Então, a seqüência correta é: 1) conversão de Delin; 2) morte do Rei; 3) absolvição de Delin. Já a salvação em Cristo obedece outra seqüência. Ei-la: 1ª) morte de Cristo; 2ª) nossa conversão; 3ª) nossa salvação. Mas, tal qual Delin, não podemos atribuir nossa salvação à nossa conversão, e sim, à morte de Cristo. A nossa conversão foi meramente a condição imposta por Deus para que os méritos do sangue de Cristo nos sejam creditados, não a causa meritória. Esta é a Cruz de Cristo, só a Cruz de Cristo e nada mais que a Cruz de Cristo. É que assim como Paião só morreria por Delin se este se convertesse, Cristo só aplica os méritos de Seu sacrifício, na vida de quem se converte a Ele. Altera-se a ordem, mas o raciocínio é o mesmo: a nossa fé, o nosso arrependimento, a nossa regeneração e as nossas boas obras, embora não atuem como coadjuvantes do sangue de Cristo na efetuação da nossa salvação, são, contudo, condições impostas e, portanto, imprescindíveis. Para nos salvar, Cristo entra com o mérito do Seu sangue, e nós entramos com o nosso vale-nada, já que este vale, além de não poder nos salvar sozinho, nem mesmo ajuda Cristo a nos redimir, embora seja indispensável, visto que o Senhor impõe esta condição.





1) Jesus não veio ensinar você a se salvar, mas sim, salvar você;
2) Jesus não veio ensinar o Caminho da salvação, e sim, construí-lo. O Seu sacrifício vicário é que é o Caminho; e apelar para esse sacrifício, é entrar na Trilha e percorrê-la;
3) Jesus não veio ensinar o que você precisaria fazer para se salvar, mas sim, fazer o que precisava ser feito, para que você possa ser salvo;
4) Jesus não veio apontar ou indicar o caminho da salvação, pois como apontar ou indicar algo inexistente?
5) Quem tenta fazer por onde merecer a sua salvação, ao invés de merecê-la, aumenta a sua indignidade;
6) Cristo recebeu o que não merecia_ a condenação _, para que nós recebamos o que também não merecemos_ a salvação;
7) Deus, por ser o Justo Juiz, não pôde perdoar a nossa dívida; e, por ser amor, não pôde se esquivar de pagá-la;
8) O pecador (isto é, cada ser humano), por ser mendigo em termos espirituais, não tem com que pagar a sua dívida; daí, o tormento eterno;
9) Jesus é o Justo Juiz que nos sentenciou ao suplício, bem como o Advogado que cumpriu a pena em nosso lugar;
10) Fazer por onde merecer a salvação é cometer o grave pecado de subestimar o sangue de Jesus;
11) Quem faz por onde merecer o perdão dos seus pecados, comete mais um;
12) A graça só se obtém pela graça, visto que à parte da graça, só há desgraça;
13) Todos os pecadores que não buscam a salvação, estão indo para o Inferno na velocidade =“x”; os pecadores que dão tudo de si para merecer a salvação, estão indo para o Inferno numa velocidade > “X”; mas os que apelam para a graça que procede da Cruz, já mudaram de direção!;
14) O pecador já está atolado. Se ele não se mexer, continuará afundando. E, se ele se mexer, afundará mais rápidoa. Mas, se ele se valer do mexer-se de Cristo, sairá do atoleiro;
15) A salvação não depende só da parte de Deus, mas também da nossa. Jesus já fez a parte que Lhe tocava; só nos resta agora, que façamos a nossa. E a nossa parte, é crer que Cristo fez a nossa parte;
16) A única obra que produz salvação é a Obra de Cristo na Cruz;
17) No que diz respeito à salvação, há tanto uma causa meritória, quanto uma condição imposta: esta é a nossa fé na Cruz de Cristo; e aquela, a Cruz de Cristo;
18)  A salvação não é pelas obras, mas sim, pela Obra, a saber, a Obra de Cristo no madeiro;
19) A salvação é tanto dádiva quanto pagamento. Quando Deus nos salva pela fé, Ele está pagando a Cristo pelo bom serviço prestado na cruz, ao passo que Cristo está nos presenteando algo que Lhe custou caro: o Seu sangue;
20) A salvação de nossas almas é o salário de Jesus (Is. 53:11);
21) A salvação nunca foi à parte do sangue de Jesus. Os patriarcas e profetas do Antigo Testamento se salvaram pelo sangue que no futuro seria derramado por eles; o ladrão do qual trata Lc. 23:43, foi salvo pelo sangue que no presente estava sendo derramado por ele; e nós, servos de Deus da atualidade, somos salvos pelo sangue que no passado foi derramado por nós. Deste modo, uns olham para frente, outros olham para o lado, e outros para trás, mas os olhares de todos os salvos convergem-se para a cruz do Calvário, pois dela, e somente dela, procede a vitória para todos nós!
22) Os que fazem boas obras por serem salvos, serão galardoados agora e, especialmente, na eternidade (Ap. 22:12); mas os que fazem boas obras para se salvar, já estão condenados (Ef. 2:8-10; Rm. 11:6; At. 10: 1-6; 11: 14; Tt. 3: 5);
23) Embora os que fazem boas obras para se salvar, já estejam condenados, os tais podem sair da condenação, trocando suas obras, por melhores que sejam, pela Obra de Cristo na cruz;
24) Cristo é o Caminho que nos conduz a Si próprio, pois é exclusivamente pelo Seu sacrifício vicário que temos acesso à Trindade, da qual Ele é parte integrante. Eis o porquê dEle haver dito que “Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14:6). Ele disse “vem”, e não “vai”. Logo, só por Ele podemos ir a Ele. Ele é o único caminho que nos leva ao Pai, isto é, à Divindade, que é Ele e os outros dois Membros da Trindade: o Pai e o Espírito Santo. Uma prova disso é o fato dEle haver dito que só o Pai sabe do dia e da hora da vinda do Filho (Mt 24:36). Ora, segundo a Bíblia, cada Membro da Trindade sabe de todas as coisas (Cl 2:3; 1 Co 2:9). Assim sendo, se entendermos que a locução “só o Pai sabe”, se refere exclusivamente à primeira Pessoa da Trindade, estaremos cometendo o grave erro de tentar limitar tanto a infinita sabedoria do lado Divino do Filho, como também negando a Onisciência do Espírito Santo. A locução “só o Pai”, significa “só Deus”. E, como sabemos, cada membro da Trindade é Deus, assim como também toda a Trindade.
25) Todos os que crêem em Cristo, crêem que Cristo existe, mas nem todos os que crêem que Cristo existe, crêem em Cristo;
26) Para muitos dos que se dizem cristãos, todas as igrejas são boas, mas os verdadeiros cristãos só reconhecem a Igreja de Cristo. E esta não está na rua tal número tal;
27) Da nossa passividade na transação da salvação, Cristo não abre mão. Logo, os ativos ainda não pactuaram com Cristo;
28) A salvação não é a recompensa dos que pecam pouco, tampouco o galardão dos que cometem pecados menores, mas sim, o dom (presente) dos que apelam para o Calvário;
29) Já que todo o mundo peca, mas há salvos e perdidos, pergunta-se: Até aonde posso ir no erro e ainda ser salvo? Quais os pecados que fariam de mim um perdido? Resposta: Tanto a salvação, quanto a condenação, não são proporcionais à quantidade e tamanho do pecado. O pecado, por menor que seja, traz no seu bojo total condenação. É, pois, o sangue de Cristo que nos dá absolvição;
30) Tudo que um homem consegue, quando dá tudo de si para não cometer um só pecado sequer, é pecar menos, o que não o torna menos digno da condenação. Logo, será condenado mesmo assim, visto que o Justo Juiz não pode nos dar o que não merecemos. Mas, como a Cruz de Cristo nos torna dignos da absolvição, nós, os cristãos, seremos salvos, já que o Justo Juiz não pode nos dar o que não merecemos. Sim, sou digno em Cristo! Sim, a Cruz de Cristo me confere mérito. Sim, se estou à sombra da Cruz, é injusto me condenar!
31) Falo como cristão: A minha pena não está por cumprir, pois já foi cumprida por Cristo!





      Muitas outras heresias são propagadas pelos kardecistas, mas creio que as que estou denunciando e refutando neste humilde livro são mais que suficientes para provar que o que afirmei no capítulo 1, a saber, que o kardecismo é incoerente, não é uma crítica gratuita. Certamente está claro também que o Kardecismo prega outro evangelho; e que este deve, segundo a Bíblia, ser anatematizado, isto é, declarado maldito e, portanto, rejeitado e desdenhado (Gl. 1:8-9). Repito que essa tal de terceira revelação não tem razão de ser. Sim, ratifico que o que o kardecismo prega hoje, sempre pôde ser pregado e, de fato, sempre houve quem o pregasse. Ainda há cegos espirituais que nada vêem, tal qual antigamente; bem como ainda há, também, os verdadeiros servos de Deus. As grandes realizações (boas e más) da Antiguidade provam que a Humanidade não evoluiu em nada. O homem está mais sábio, não mais inteligente, nem tampouco mais espiritual. Quanto a estas questões (inteligência e evolução espiritual) está tudo estável. Senão, reveja estes exemplos:

A) Os muçulmanos estão aí, com suas crenças ridículas e perigosas, bem como nos acusando de pregar “o cúmulo da injustiça” (Ulfat Aziz Assamad. C.D.I.A.L. 1991, pagina 49, citado na Bíblia Apologética, 1ª edição, 2000, ICP Editora, página 15);

B) Os hinduístas estão aí, com seus 33.000.000. (trinta e três milhões) de deuses. Milhões de pessoas na Índia cultuam aos ratos, aos jacarés, às vacas, etc. Algumas mães têm atirado seus filhinhos aos lagos, para serem devorados pelos deuses jacarés, como oferendas a esses deuses;

C) Os adeptos dos cultos afro-brasileiros (candomblecistas, umbandistas, quimbandistas) estão por aí, cultuando a Exu;

D) Os católicos estão aí, pregando a tal de infalibilidade papal, perdão parcial, castigos para os pecados já perdoados, indulgência parcial, indulgência plenária, Limbo, “santos” que choram e sangram, que recém-nascido não batizado não é filho de Deus, é escravo do poder das trevas e está sob o poder do Maligno, etc. (Veja as provas lendo o meu livro Análise Bíblica do Catolicismo Romano, disponível nos meus siteshttp://www.pastorjoel.com.br  http://www.prjoelxcatolicismo.kit.net);

E) O Budismo está aí, pregando o panteísmo. Ora, panteísmo é ateísmo disfarçado;

F)Os testemunhas-de-jeová estão aí ensinando à base da falsa premissa de que Jesus não teria ressuscitado no mesmo corpo, mas sim, em espírito, que, portanto, Jesus de Nazaré não existe mais.  Eis as provas:
 a) “Então, que aconteceu ao corpo carnal de Jesus? Não encontraram os discípulos o seu túmulo vazio? Sim, porque Deus removeu o corpo de Jesus. Por que fez Deus Isso? Cumpriu-se o que havia sido escrito na Bíblia. (Salmo 16:10; At 2:31). Por isso Jeová achou bom remover o corpo de Jesus, assim como fizera antes com o corpo de Moisés (Deuteronômio 34:5,6)...” (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, páginas 144, parágrafo 8. Leia as páginas 143-145, parágrafos 6-10), para interpretar o texto em lide à luz do contexto);
b)  “... Jesus de Nazaré, não mais existe. Foi morto em 33 *EC” (Despertai!  22/12/1984, página 20); [...]

c)“o homem Jesus está morto, morto para sempre” (RUSSELL, Charles Taze. Estudo nas Escrituras. EUA. Vol. V, página 454, citado por Homero Duncan em As Doutrinas das Testemunhas de Jeová... Queluz/Portugal: Núcleo de Distribuição de Literatura Cristã, página 45). Para saber mais, acesse o meu SITE www.pastorjoel.com.br e leia o meu livro Testemunhas de Jeová: Que Seita é Essa?]);


G) Os adventistas do 7º dia estão aí, pregando que Jesus também era portador do pecado original, que Jesus é Miguel, que os escritos de Ellen White são tão inspirados quanto a Bíblia, que os nossos pecados serão expiados na pessoa do diabo, etc. (Se você duvida que o Adventismo do 7º Dia prega isso, faça o seguinte: Acesse o SITE acima e leia o capítulo 9 do meu livro Igreja” Adventista do Sétimo Dia: Que Seita é Essa?;

H) A Maçonaria está aí, ensinando através do livro intitulado Moral e Dogmas (em inglês), de autoria de Albert Pike (página 102), que “satanás não é uma Pessoa, mas uma Força criada para o bem, mas que pode servir para o mal”. E além de a Maçonaria (à página 321 da obra Morals and Dogma, num contexto que, honestamente, me pareceu de exaltação a Lúcifer) informar que o vocábulo LÚCIFER significa “portador da Luz” (“LUCIFER, the Light-bearer!”) e “Filho da Alva” (“Lucifer, the Son of the Morning”), há denúncias deveras comprometedoras, segundo as quais o tal de Albert Pike asseverou que Adonai (isto é, o Deus bíblico) é mau e que Lúcifer é bom. Só para citar um exemplo, veja o que consta do livro intitulado Maçonaria _ do Outro Lado da Luz (este livro pode ser encontrado nas livrarias evangélicas), de autoria de um ex-maçon do 32º Grau, publicado pela CLC Editora – 2ª edição, 1.995. À página 61, citando The Lost Keys of Freemasonry, página 48, Macoy Publishing, Richmond, VA, 1976, página 65, o dito William Schnoebelen asseverou que Albert Pike fez as seguintes afirmações:

“A religião maçônica deve ser, por todos nós iniciados do alto grau, mantida na pureza da doutrina Luciferiana”;

“Caso Lúcifer não fosse Deus...será que Adonay e seus sacerdotes o caluniariam?”;

“Sim, Lúcifer é Deus, e infelizmente Adonay também é deus...”;

“Desta forma... a religião... pura e verdadeira é a crença em Lúcifer, o equivalente de Adonay; mas Lúcifer, Deus da Luz e Deus do Bem, está batalhando pela humanidade contra Adonay, o Deus das trevas e do Mal”.

      Bem, eu disse acima que as palavras do senhor Albert Pike, constantes da página 321 de seu livro intitulado Morals and Dogma, pareceram-me de exaltação a Lúcifer. Para que o respeitável leitor não seja induzido por mim a ter mau juízo do falecido que, por isso mesmo, não está aqui para se defender de minhas acusações, vou copiar suas palavras e, a seguir, traduzi-las, possibilitando assim que o leitor tire suas próprias conclusões. Eis a cópia: “LUCIFER, the Light-bearer! Strange and mysterious name to give to the Spirit of Darkness! Lucifer, the Son of the Morning! Is it he who bears the Light, and with its splendors intolerable blinds feeble, sensual, or selfish Souls? Doubt in not!” Agora, vamos à prometida tradução: [...] “Lúcifer, o portador da luz! Nome extranho e misterioso para se dar ao Espírito das Trevas! Lúcifer, o Filho da Alva! Será ele o que traz a luz, e com o seu esplendor insuportável cega as almas fracas, sensuais ou egoístas? Sem dúvida que não” [...].
      Prega ainda essa falsa religião que os nomes de Deus são Abadom (“Abadom” significa “Destruidor”, e é um dos nomes que a Bíblia dá ao diabo [Ap 9:11]) e Jabulom (formaram este nome usando as primeiras sílabas dos nomes Jeová [um dos nomes que a Bíblia dá a Deus], Baal [o supremo deus dos cananeus] e Osíris [deus do antigo Egito]). E assim por diante. Como a Maçonaria é profana!. Você quer mais informações sobre a Maçonaria, bem como maiores evidências de que a Maçonaria é culpada das profanações acima? Então volto a lhe recomendar os meus SITES (http://www.pastorjoel.com.br  ou http://www.prjoelxcatolicismo.kit.net) para ler o meu livreto intitulado: Maçonaria: É ou Não é Uma Religião?;

I) Os mórmons estão aí ensinando através de seus livros que é porque existe o pecado que há diversas bênçãos, como, por exemplo, “a nossa existência, alegria, vida eterna”  ... (veja a prova lendo os livros deles, como por exemplo, Princípios do Evangelho, página 31; e O Livro de Mórmon, 2 Néfi 2:22-25), etc. (você quer saber mais sobre os mórmons? Acesse o SITE acima e leia o meu livro “Igreja” Mórmon, Que Seita é Essa?;

J) A promiscuidade, a prostituição, o adultério, a traição, a avareza, a desonestidade, a bruxaria, a idolatria, as heresias, a perversidade, o ateísmo ... avolumam-se cada vez mais. Portanto, se o mundo atualmente está preparado para receber essa tal de terceira revelação, então sempre o esteve; e se há 2.000 (dois mil) anos, a Humanidade ainda não estava em condição de assimilar tão “profunda revelação”, então ainda é assim. Saia disso, portanto, se você já caiu no conto do vigário. E não entre nessa, se ainda está de fora. Refugie-se em Cristo já, se ainda não o fez.
      Alguém já disse acertadamente que “nada é mais falso do que o idêntico”. Este adágio evidencia que o kardecismo, o Racionalismo Cristão, a LBV, o Catolicismo Romano, etc., são piores do que o Vodu, a Quimbanda, o Satanismo, o ateísmo, e assim por diante. É que nestes quatro últimos exemplos, o diabo se disfarça menos do que nos quatro primeiros.
      Bem, provei como dois mais dois são quatro que o Kardecismo é incoerente. Logo, se você ainda não sabe onde está a verdade, e deseja encontrá-la, certamente irá procurá-la em qualquer outro lugar que não seja o Kardecismo, visto ser óbvio que na incoerência só pode haver mentiras.
      Prezado leitor, dê-me o prazer de encontrá-lo no Céu! Sentir-me-ei bem recompensado se estas linhas contribuírem para a salvação de pessoas bondosas, sinceras e inteligentes que, por falta de uma experiência com Deus, se deixaram levar pelos escritos perniciosos de um homem usado por Satanás, chamado Hippolyte Léon Denizart Rivail, o qual alegava ser a reencarnação de um tal de Allan Kardec, por cujo motivo adotou esse pseudônimo em suas publicações.
      Kardecistas, não paguem com ódio o amor que estou lhes devotando, pois esta obra, na verdade antikardecismo, é, simultaneamente, pró-kardecistas, pois visa livrá-los do engano religioso de que são vítimas.
      Esforcei-me sobremaneira (orando ao Senhor, estudando o Kardecismo e tomando apontamentos) para lhe ajudar a se libertar do Espiritismo. E este livro é conseqüência disto. Mas tudo isto só será eficaz se você deixar o Espírito Santo lhe iluminar. Tomara que você se dê por avisado e fuja da mentira para aquEle que disse ser a Verdade: Jesus (Jo.14:6).
      Prezado leitor, seu envolvimento com qualquer das seitas espíritas, sem dúvida o tornou muito íntimo de Satanás. Por isso, é de se esperar que tão logo ele note que este livro o desmascarou e que você deseja trocá-lo por Cristo, que ele faça tudo para não perdê-lo. Ele vai até mesmo tentar matá-lo. Porém, não o tema. Ore ao Senhor pedindo-Lhe para lhe salvar pelo sangue de Jesus, bem como para  repreender o diabo. Ore mais ou menos assim: “Jesus, cobre-me com o teu sangue! Perdoa os meus pecados mediante o teu sacrifício! Salva a minha alma, Senhor! Escreve o meu nome no Livro da Vida!”. Você mesmo deve dizer a Satã e a todos os demônios: “Eu os repreendo em nome de Jesus. Saiam demônios em nome de Jesus”. Peça a Deus para lhe conduzir a uma igreja realmente de Deus, bem como para livrá-lo das “igrejas” que se intitulam evangélicas, mas que também estão a serviço do diabo. Algumas das igrejas que muitos pensam ser evangélicas, como por exemplo, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a Igreja Mórmon, a Igreja Messiânica Mundial, Testemunhas-de-Jeová, Creciendo en Gracia, Tabernáculo da Fé e tantas outras, nada mais são que arapucas de Satã, tal qual o Espiritismo, o Catolicismo e muitos outros ismos.
      Talvez não tenhamos a felicidade de nos conhecermos aqui na Terra, mas se permanecermos em Cristo até o fim, nós nos encontraremos no Céu. Até lá, na Paz do Senhor Jesus Cristo.

                                                                              Pr. Joel Santana.



    Para saber sobre outras seitas e heresias, acesse o SITE abaixo:





I –Obras (livros, revistas, jornais) espiritistas:
1. Allan Kardec. O Livro dos Espíritos
2. Allan Kardec. O Livro dos Médiuns
3. Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo
4. Allan Kardec. O Céu e o Inferno
5. Allan Kardec. A Gênese    
6. Allan Kardec. O Que é o Espiritismo
7. Allan Kardec. A Prece Segundo o Evangelho
8. Allan Kardec. Obras Póstumas
9. XAVIER. Francisco Cândido. O Consolador
10. CALLIGARIS, Rodolfo. Páginas de Espiritismo Cristão
11. PIRES, J. Herculano. Visão Espírita da Bíblia
12. XAVIER, Francisco Cândido. Vozes da Outra Margem
13. Visão Espírita (revista editada pela SEDA Produções)
14. Revista Internacional de Espiritismo (revista editada pela Casa Editora O Clarim)
15. O Reformador (revista editada pela Federação Espírita Brasileira)
16. Jornal espírita – (editado pela Federação Espírita do Estado de São Paulo)

II - Livros Evangélicos e Outras Obras:

1. Bíblia -  Várias versões
2. JUSTUS, Amilto. Vinte Razões Porque Não Sou Espírita
3. GASON, Rafael. Espiritismo_ Fraude Cativante. Emprevan Editora, tradução de Edgar S. da Cunha, edição de 1969
4. ALMEIDA, Abraão de. O Sábado, a Lei e a Graça. CPAD _Casa Publicadora das Assembléias de Deus, Rio de Janeiro/RJ.
5. O Jornal “Mensageiro da Paz” . órgão oficial das Assembléias de Deus
6. CAIO Fábio. Nos Bastidores dos Espíritos.
7. CAIO Fábio. O Espiritismo Segundo o Evangelho
8. John Weldon e John Ankerberg. Os Fatos Sobre os Espíritos- Guias.
9. LIMA, Delcyr de Souza. Analisando Crenças Espíritas e Umbandistas, JUERP, 4ª edição,1979.
10. John Ankerberg e John Weldon. Os Fatos Sobre os Espíritos Guias. Tradução de Neyde Siqueira. Obra Missionária Chamada da Meia-Noite, Porto Alegre, 1996.
11. John Ankerberg e John Weldon. Os Fatos Sobre a Vida Após a Morte. Tradução de Mary Schultze, Obra Missionária Chamada da Meia-Noite, Porto Alegre, 1997.
12. CARUSO, Elizabeth. Axé. Das Trevas Para a Luz. Editora e Gráfica Universal. Rio de Janeiro, 1994.
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