A Banalização do culto



Fico estarrecido ao perceber pastores defendendo a ideia de contextualização
cultural dos cultos apresentados nas igrejas hoje.

É fato que nossos cultos sofreram influências diversas ao longo do tempo.
Todavia, isto não é, em absoluto, razão para que nos justifiquemos na
desenfreada busca por inovações ainda maiores. O movimento carismático, por
exemplo, deixou em nosso meio marcas praticamente indeléveis. E, muito
embora em nosso meio dificilmente se levante alguém para dizer que este
movimento é de Deus (e se o fizer não deve se conservar fora de seu
“habitat”), a maioria tem aceitado as inovações trazidas por este movimento
para o nosso meio, como traços de contextualização cultural. Neste caso,
suplico aos que assim o fazem, que em nosso Brasil, aceitem logo em suas
igrejas o carnaval, o frevo, as festas jun inas e tantas outras
manifestações culturais que são realmente a cara do nosso povo. Não há nada
mais cultural no nosso país que isto, a não ser a cultura de homens que têm
outras mulheres e, culturalizando-se agora, mulheres que tem vários homens.
Por que se defende, por exemplo, o uso de ritmos africanos criados para o
culto de deuses estranhos, mas não se aceita (muito embora já não estejamos
longe disto em algumas igrejas) pular carnaval pelado dentro do templo
dizendo louvar a Deus com isto?

Justificar-se dizendo que os nossos cultos hoje são de herança cultural dos
europeus e norte-americanos não vale. Ainda que seja isto verdade (não estou
dizendo que é, muito embora admita que traços culturais possam ter sido
incorporados), aplica-se aqui a regra estabelecida pelo Espírito Santo por
intermédio de Paulo: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que
seja a graça mais abundante?”. Se elementos estranhos ao culto cristão foram
introduzidos em nosso meio por influência das culturas por onde passaram,
não seria necessário agora que estivéssemos preocupados em identificarmo-los
para nos livrarmos dos mesmos ao invés de acrescentarmos ainda mais
elementos estranhos ao no sso culto? O fato de sermos pecadores, não nos
assegura direito para pecarmos ainda mais.

O fato é que queremos fabricar um Deus conforme a nossa própria imagem. Um
Deus sem preferências e que é obrigado a aceitar aquilo que nos é agradável.
A lei que vale realmente é de que: “eu me sinto bem com isto”. Lembrando as
palavras de um pastor amigo, nada é mais prazeroso ao ser humano do que o
pecado. Não fosse assim, e não seria necessário tanta exortação bíblica.
Tiago afirma que o pecado é o produto de nosso desejo. Muitos cultos hoje
não têm sido mais que meros produtos de desejos pessoais sem nada terem a
ver com a vontade de Deus, pois esta não in teressa ou não existe para
muitos. Sob o pretexto de contextualização cultural vários elementos
estranhos têm sido introdu zidos no culto, tornando o mesmo, em culto falso
ao Deus verdadeiro.

A afirmação de Jesus de que o culto prestado tem de ser em espírito e em
verdade, não tem valor algum. Qual espírito? Qual verdade?

Um dos grandes males do nosso tempo certamente é o da relativização das
coisas, sobretudo da verdade. A ideia de que a verdade é relativa é o mais
pernicioso engano disseminado por Satanás. A oração de Jesus ao Pai declara:
“a tua palavra é a verdade”. Mas onde está a preocupação dos “adoradores” de
hoje com esta verdade? Foi de todo excluída em nome de uma suposta liberdade
cultual que, dizem alguns, ter sido estabelecida por Jesus e pelos
apóstolos, tornando-os assim em anarquistas no reino de Deus.

O apóstolo Paulo faz este apelo aos nossos corações: “Rogo-vos, pois,
irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos
conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus.”

Mundo aqui é a palavra grega “aion” que se traduz por época, ciclo, Era,
eternidade. Outra tradução traz século. Mas que era é esta a que Paulo nos
exorta a não nos conformarmos (ou tomar a forma)? É o mundo, ou o século, ou
a era, ou ainda a época atual do caos na qual o deus dela é Satanás (2
Coríntios 4:4). Satanás é o príncipe desta era (João 16:11) da qual somos
exortados a não nos amoldarmos.

Contextualização quer seja ela cultural, ou de qualquer outra natureza, é um
convite ao passado, aos tempos de escravidão como o povo desejoso de voltar
ao Egito dominado pelo deus Faraó (Satanás).

Apenas como exemplo, cito aqui a ordenação de "pastoras". Com a desculpa de
contextualização da Palavra de Deus, muitos tem se perdido transformando o
Espírito Santo de Deus e aqueles que foram instrumentos dele na proclamação
de sua Palavra em fracos e tem sido loucos por dizerem ainda acreditar em um
deus (com "d" minúsculo mesmo) que segundo eles, acovardou-se diante de uma
sociedade dominada por Satanás, não sendo capaz de expressar a sua vontade
camuflando-a para não ofender aqueles que detinham o poder e não aceitavam a
liderança das mulheres na igreja.

O Deus que enviou seu servo Moisés para desafiar a Faraó, que mandou seu
recado a Acabe e Jezabel por meio de homens frágeis como Elias e Micaías,
que condenou publicamente o pecado de Herodes por intermédio de João, que
desafiou o poder de Nabucodonosor por meio de homens de oriundos de uma
nação tão insignificante como Israel, mas ainda sobretudo, o Deus que criou
todas as coisas e que sobre elas jamais deixou de dominar, agora acovarda-se
diante de suas criaturas e não é capaz de sequer uma palavrinha para
dizer-lhes que queria que mulheres também pudessem exercer a liderança sobre
a Sua Igreja.

Jesus foi capaz de desafiar a cultura corrente e dirigir-se a uma
samaritana, sendo ele judeu, mas não teve coragem para desafiar esta mesma
cultura para escolher uma destas mulheres (muito embora recebesse delas
sustento (Lucas 8:1-3) para ser apóstolo ou mesmo para que exercesse
qualquer tipo de liderança em Sua Igreja, sendo o próprio fundador desta.
Realmente seria incoerência total da parte de Deus, destruir algo a que Ele
mesmo induziu o ser humano, quando criou o homem como cabeça e mesmo em um
povo com leis totalmente estabelecidas por Ele, não se preocupou em defend
er o suposto lugar pretendido pelas mulheres na liderança do Seu povo. Isto
é só mais uma das inúmeras distorções criadas pela famigerada
contextualização.

A contextualização é perniciosa, porque relaciona-nos com o mundo que é de
Satanás. O verdadeiro servo de Deus deve contextualizar-se com a Palavra de
Deus e com seu Mestre: “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era
seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por
isso, o mundo vos odeia.” “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro
jaz no Maligno.”

Lutemos pois para preservarmos o que nos resta de identidade com o Mestre.
“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como
sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos
torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor.”
Procuremos saber a origem das práticas cultuais de hoje e não nos
surpreendamos se descobrirmos que a maioria delas originou-se no espiritismo
e nas religiões pagãs e de ocultismos, ou ainda em elementos do culto de
Israel que já não têm qualquer sentido para nós que estamos debaixo da
graça. Será que Deus não se ofende com tamanho descaso dos "cultuadores"?
Não tenho a intenção de ofender a ninguém, mas não posso deixar de
expressar-me frente a isto.

Plagiando o meu querido irmão Pr. Wilson Franklin, Deus se preocupa tanto
com a forma de ser cultuado, que em 3 capítulos registrou a história da
criação, mas em 40 dedicou-se a estabelecer os preceitos para o culto de
Israel.

Não menosprezemos a vontade de Deus em nome de uma contextualização
descabida nas Escrituras. A Igreja verdadeira de Jesus, que está edificada e
firmada nEle, é e sempre será contra cultural, porque não é deste mundo,
muito embora milite nele.

Fomos resgatados com tão alto preço, que não podemos reputar por nada o
preço que foi pago. Avancemos na evangelização, até mesmo daqueles que sob o
epíteto de batistas sequer ouviram falar de salvação eterna. Sim, meus
amados. Temos aqui, membros que vieram de igrejas batistas da CBB, modernas
e contextualizadas, mas que por anos a fio, nunca se preocuparam em falar
para estes irmãos o que realmente lhes era importante. Eram pessoas
atormentadas pelo terror da insegurança e pelo medo terrível de terminarem
no inferno, por nunca terem ouvido de seus “pastores” que Jesus salva
eternamente pela graça o pobre pecador. São pessoas que Satanás tem mantido
privadas do verdadeiro evangelho, por estarem escondidas em igrejas que
estampam a mesma tabuleta que nós. Não estou afirmando que todas as igrejas
com inovações cultuais estão em mesma situação, mas sim, que há grande
perigo de que se ainda não chegaram a tal ponto, que o façam brevemente.
A oração de Jesus, parece-nos, que nesta cosmo visão das coisas deveria ser:
"Seja feita a vontade do homem, tanto na terra como no céu."

As expressões corporais pululam os "cultos" hoje em dia sem qualquer
preocupação de se são ou não vontade de Deus. E muitos sequer podem ouvir
falar deste assunto, porque mexe naquilo que lhes é agradável.

O culto não pode em hipótese alguma, ser mero produto de nossa fértil
imaginação, mas sempre um ato de adoração a Deus, com preceitos
estabelecidos por ninguém mais senão, o próprio Deus.

Nem mesmo o mundo mergulhado no pecado aceita tamanho desrespeito. Ninguém
se apresenta diante de uma autoridade da maneira que acha mais conveniente
para si, mas para o Santíssimo Deus, impera a lei do "tá valendo qualquer
coisa", como se não houvesse para isto qualquer norma estabelecida. O
hedonismo tomou também conta dos cultuadores.

Mas cuidado! Fogo estranho jamais será aceito por Deus, porquanto por Ele
não foi ordenado!

Quando criança eu sempre ouvia dizer que para nós Batistas a Bíblia é a
nossa única regra de fé e prática. Constato hoje, com grande decepção, que
isto não é verdade. Há muita prática "estranha" às Escrituras, porque esta
já não é mais normativa para a prática e, quiçá, até mesmo para a fé.
Que Deus tenha de nós misericórdia!


Em Cristo,
Pastor Helcias.



É irmão,

mês passado fizeram uma noite do rock em minha igreja, os jovens escureceram
as janelas com cortinas, teve strobo (não sei como escreve)jogo de luz, e
DANÇA PRA JESUS.´

É o fim dos tempos...e acham que está certo, é melhor tê-los dentro da
igreja mesmo que pra isso abram exceções na adoração.

Em Cristo

Ederli Alves