Palavras do ex-padre Hipólito Campos no início do século XX - Mary Schultze

"A igreja romana no Brasil, bem como em toda parte, é o Papa: ubi Petrus ibi Ecclesia. Se apenas um, entre todos os habitantes do globo, se unisse ao Papa, obedecendo-lhe, incondicionalmente, no que concerne à fé e aos costumes, somente esse seria salvo e pereceriam os demais que não se tivessem curvado à sua ordem.

A adoração dos santos, o Index, a Bula in Coena Domini, o Silabo, são parte da doutrina cristã da igreja romana e todos os seus detalhes constituem dogmas de fé para os romanistas fervorosos.

A salvação é obtida pelo batismo, pela confissão auricular, pela devoção aos santos e aos anjos de guarda, mas principalmente pela devoção a Nossa Senhora.

Se o romanista fervoroso não pode pôr em prática o outro meio de salvação, o sacramento e a devoção a outros santos, com boas obras, mas conservar uma devoção sincera a Maria, ainda que seja o maior pecador ou o assassino mais perverso, será salvo, sendo suficiente, para garantir sua salvação, o fato de usar o escapulário de Nossa Senhora da Boa Morte ao redor do pescoço.

Servus Mariae nonperabit, declaram todos os teólogos e pregadores papistas, com a aprovação de ‘Sua Santidade Infalível´.

Diz o bispo Feliz Donpanloup: o jovem mais depravado e perdido que recite cada dia o ´Memorare ó purissima Virgo Maria´, não irá para o inferno. Ad Jesum per Mariam, etc.

Os resultados deploráveis dessa monstruosa doutrina são manifestados nas vidas da maior parte dos adeptos de Roma. Seus dois principais meios de salvação, a devoção a Maria, como meio infalível e a atrição (arrependimento imperfeito) com absolvição do padre, em lugar do arrependimento perfeito, estas duas heresias diabólicas além das milhares de práticas supersticiosas, como meios secundários de salvação entre os católicos romanos do Brasil, demonstram de maneira inequívoca, a grande necessidade da pregação do Evangelho neste país. Dizer que o Brasil não precisa de missões é equivalente a dizer que não sabemos o que o romanismo é entre nós.

O médico feiticeiro da África não está mais envolto em trevas do que o romanista no Brasil, com suas inúmeras e inacreditáveis superstições e sua adoração ao deus de farinha, feito pelo padre.

Não queremos mencionar a missa expiatória, nem as indulgências, nem tão pouco as indulgências das bênçãos do Papa, até a terceira e quarta gerações nem ainda citaremos o seu outro ensinamento absurdo e herético, pois todos os cristãos conhecem bem estas coisas.

O que muitos homens educados e religiosos ignoram é que a igreja romana brasileira, com suas superstições, está colocada em um nível muito inferior ao dos mais infelizes povos do mundo e sua conversão é muito mais difícil do que a de qualquer pagão. “

Trecho do livro "Aventuras com a Bíblia no Brasil", de F.C. Glass.

Revisado por Mary Schultze.

Janeiro 2002

http://www.cpr.org.br/Palavras_do_ex-padre_Hipolito.htm