A parábola da denominação rejeitada

A parábola da denominação rejeitada

Isaltino Gomes Coelho Filho

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(o autor conta uma parábola sobre uma denominação que não não igreja de Cristo, ou de um Deus sem controle sobre a Igreja do Senhor; além disto de um Deus que promove Avivamentos para salvar muitos de uma época e de uma localização, e ainda quer afirmar na Bíblia que ama a todos os homens, de todos os temps... tudo isto não tem nada a ver com a verdade da Bíblia)

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Um dia, Deus, o Todo Poderoso, o Pai de Jesus, decidiu dar um basta. Era hora do juízo. Jesus fizera uma afirmação enfática (“E este evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim” – Mt 24.15) e ele iria cumpri-la. Antes do juízo, haveria um grande avivamento, com seu povo proclamando ao mundo a salvação em Jesus. A obra missionária teria um avanço como nunca, em toda a história. Ele não tinha preferência por nenhuma denominação, pois aceitava a todas, mas achou que uma, bem estruturada, com séculos de existência, e com igrejas em todos os países do mundo, poderia ser a ponta de lança do movimento. No passado, ela tivera grandes evangelistas e missionários.

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Ele enviou seus anjos a diversos segmentos desta denominação. Eles ficaram alvoroçados. Pregar o evangelho era algo que eles mesmos quiseram fazer e Deus não deixara, confiando a tarefa à igreja (1Pe 1.12). Eles deveriam ir a vários líderes desta denominação e lhes dizer o que Deus iria fazer e o que esperava deles. Que alarido! Por fim, as coisas iriam se ajeitar. Chegara a hora!
Um grupo de anjos foi enviado a uma reunião de professores de seminários. Como pessoas que preparam pastores e pregadores, eles deveriam incutir no coração de seus alunos um profundo amor pela evangelização, paixão pelas almas perdidas, enfatizar a preparação de mensagens evangelísticas, e firmar a igreja na Palavra para ela dar um testemunho sério. Os seminários eram postos chaves.

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Foi um choque. Os teólogos discutiam o alinhamento com uma ideologia política. Depois, finanças. Depois, técnicas de ensino. Depois, comentários sobre como seus seminários eram bons e como eles tinham dúvidas sobre os outros, sem o peso intelectual e acadêmico que eles tinham. Os anjos os procuraram, assim mesmo, e lhes expuseram o plano de Deus. Os líderes ficaram atônitos, sem saber o que dizer. Por fim, um deles explicou aos anjos que eles estavam defasados. Não haveria um juízo final. A graça salvara todos os homens. A obra de Jesus tinha um alcance que o céu não imaginava. Não havia uma coisa como “salvação”. A igreja não tinha que se preocupar com isto, mas em ser amiga, mais humana, mais próxima dos homens. Um dos anjos perguntou como as pessoas sem Cristo seriam salvas, se não pela cruz de Jesus. Um teólogo respondeu que era difícil sustentar o exclusivismo, a idéia de que só Jesus salva. Isto era coisa de Cipriano. Numa época de luzes, de bondade disseminada, de educação mais refinada, como sustentar que Deus iria “assar pessoas por toda a eternidade” só por não serem da igreja?
Os anjos já tinham ficado desconfiados ouvindo as palestras. Viram sistemas educacionais humanos serem apresentados como padrão para os seminários. Era pedagogia da libertação, pedagogia humanista, pedagogia iluminista e muitos pensadores perdidos mostrados como modelos. Um anjo até perguntara a outro: “Ué, por que não seguem a pedagogia de Paulo? É tão simples: ‘e o que de mim ouviste de muitas testemunhas, transmite-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros’ – 2Tm 2.2)”. Mas como não foram treinados com a habilidade verbal dos teólogos, ficaram sem ter o que dizer.

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Um anjo tentou argumentar, dizendo que não era isto que a Bíblia dizia. Os teólogos riram e um disse que a Bíblia expressava uma visão culturalmente limitada de escritores rudes, e que critérios hermenêuticos e pesquisas de crítica textual hoje mostravam o que eles deveriam ter dito. Aflito, um anjo jogou a última cartada. “Mas não foi isto que Deus previu!”. Os teólogos voltaram a rir. Um deles orientou o anjo a procurar as obras de Pinnock. Deus não era onisciente, estava aprendendo com os homens, e não existe algo como o futuro. Logo, o que Deus previra não aconteceria, pois o futuro está aberto. E perguntou ao anjo: “Você não conhece o teísmo aberto?”. O anjo perguntou que teologia ele sustentava, e o teólogo respondeu que era um “teólogo pós-cristão”. Anjos não costumam desmaiar, mas este quase o fez.
Os anjos desistiram de argumentar e se foram. Quando saíam, um dos mestres disse a outro: “Anjos coisa nenhuma! Esses aí se esqueceram de tomar o remédio hoje!”

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Outro grupo de anjos foi a uma reunião de pastores. Era um ótimo lugar. Os pastores discutiram o novo regimento, depois liturgia e depois ordenação feminina. Nada sobre o avanço do reino. Os anjos esperaram pacientemente, e procuraram os líderes e expuseram o recado de Deus. Os pastores disseram que isto não estava em pauta. O “chefão”, por exemplo, disse que estava preocupado com uma mega-igreja e não se aliaria a colegas que tinham uma visão diferente, muito pequena. Eles até o haviam criticado. Outro disse que quando Deus o chamara pusera um sonho no seu coração: ele seria um dos “grandões”, escreveria seu nome na história da denominação. Como levaria sua igreja a sustentar um monte de pastores e missionários sem expressão em lugares insignificantes, que não davam retorno de grandes multidões? Como ter uma igreja grande assim? Um terceiro disse que chamar as pessoas de pecadoras e dizer que elas precisam se arrepender e crer era pouco produtivo. Ele fizera pesquisa no seu bairro, descobrira o que as pessoas queriam e lhes oferecia um ambiente amigo. Criara um ambiente de descontração, de liberação de energias, de camaradagem, e evangelizar era algo polêmico. O quarto disse que a prioridade era o novo sistema de som e o novo uniforme para a equipe de coreografia, além de construir uma quadra de esportes para chamar a rapaziada do bairro. Missões lá no fim do mundo? Não fazia sentido! Sua igreja nada ganharia com isto.
Boquiabertos (anjo tem boca) os anjos se retiraram. Ainda ouviram um pastor dizer: “Cada uma que aparece!”.

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O grupo que foi a uma assembléia convencional se assustou com as discussões e notou que os pastores não procediam como exigiam que suas ovelhas procedessem nas assembléias das igrejas. Alguns eram grosseiros e violentos. Mas procuraram os pastores responsáveis e expuseram sua missão. Foram orientados a se inscreverem como mensageiros para terem direito a voz, pois não eram autoridades políticas a quem se franqueia a palavra. E então encaminhassem seu assunto à “Comissão de Assuntos Eventuais”. Outro pastor disse que tal nome estava errado. Deveria ser “Assuntos Especiais”. Os dois travaram longa discussão. Os anjos ficaram meio desnorteados, mas insistiram em que tinham uma mensagem de Deus e não podiam perder tempo com burocracia. Então lhes deram cinco minutos, após o programa de missões, já que o assunto deles era missões. Mas, findo o programa missionário, as pessoas se retiraram, conversando em voz alta, os adolescentes que entraram com bandeiras e trajes típicos fizeram muito barulho nos bastidores, os crentes que ficaram estavam se confraternizando e outros já estavam muito cansados. A mesa conversava entre si sobre a ordem do dia da próxima sessão, e a palavra dos anjos passou em branco.

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Os anjos destinados a falarem com os músicos não tiveram melhor proveito. Depois que expuseram sua missão, ouviram como resposta que músicas sobre conversão, arrependimento e cruz não atraíam os não crentes. A linguagem tinha que ser amiga, descontraída. E que compor músicas falando sobre evangelizar, contribuir, fazer missões, não dava certo. A linguagem era adorar, contemplar, ser adorador (ser servo não dava ibope), mergulhar nos rios, subir acima dos querubins, entronizar. E ritmo que levasse a pensar e refletir sobre situação espiritual era sinal de fracasso. O negócio era um ritmo agitado para as pessoas se soltarem. Foi então que um dos anjos entendeu porque o fundo musical de um momento de oração silenciosa fora a bateria violentamente espancada. O anjo se admirara da capacidade dos humanos em se concentrarem e refletirem, e cultivarem momento de oração silenciosa com aquele barulho todo. Mas agora via que era outra coisa. Outro anjo compreendeu porque não falavam de Jesus, de cruz, de perdão. Eles queriam entretenimento e levar as pessoas a terem bons momentos.

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Outros anjos foram enviados a pessoas. Um empresário disse que não sustentaria missionários. Como gastar seu dinheiro assim? Ele fora abençoado materialmente porque participara de um congresso onde aprendera a saquear as riquezas dos ímpios. Ganhara muito, é verdade, mas se comprometera com o ministério de um pastor da televisão que orara por ele e levara seu nome para uma fogueira santa em Israel. Já assumira compromisso. Outro disse que não gostava de árabes nem de africanos. Por que contribuir para evangelizá-los? Um terceiro não quis receber os anjos e disse à secretária: “Dízimo é coisa da Lei e é uma exploração dos pastores insistirem nisso, e agora vêm esses camaradas dizendo que são anjos e que devo investir em missões! Meu dinheirinho é sagrado! É meu! Cada pirado!”.

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Desolados, os anjos voltaram para dar relatório a Deus. Mas este, que sonda as mentes e os corações, já sabia de tudo, mesmo com Pinnock e outros dizendo que não. Agradeceu aos anjos pelo esforço, e disse: “Tudo bem. Isto apenas prova que o tempo deles passou. Eles perderam o rumo”. Mestre em escolher coisas pequenas e sem valor, Deus decidiu usar um pequeno grupo, piedoso, que não recebia muita atenção dos luminares denominacionais e eclesiásticos, e que os intelectuais evangélicos ironizavam. Ele disse: “Usarei este povo”.

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Aquela denominação perdeu sua grande oportunidade. O avivamento floresce em outros segmentos, ela olha para si mesmo, seus pastores continuam pensando em megas-igrejas e hiper-ministérios, não apóiam os outros nem investem na evangelização mundial. Deus vai usando outras pessoas. Quando o fim vier, ele acertará as contas.
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Fonte: http://www.isaltinogomes.com/?cat=3


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