FOGO ESTRANHO NO ALTAR

Recentemente foi veiculado, em um telejornal de alcance nacional, uma série de reportagens sobre a efusão de denominações no Brasil. Durante a reportagem as pessoas abordadas diziam que essa iniciativa era positiva, pois as Igrejas incluíam grupos que sofrem preconceitos, essa Igrejas também tinham uma linguagem contextualizada a grupos específicos.

Não tenho problema em perceber a existência de diferentes denominações, também não fico preocupado com o fato de haver trabalhos com linguagens específicas para grupos sociais distintos. Aliás, esse tipo de trabalho é até louvável, pois consegue levar a palavra de salvação para pessoas que antes não seriam alcançadas por não compreenderem bem a proposta do evangelho.

No entanto, ao falar de proposta do evangelho, tenho sérias restrições a algumas das chamadas “contextualizações”. Acredito que a linguagem pode ser contextualizada, mas o conteúdo jamais. A Palavra de Deus é e deverá continuar sendo o nosso padrão.

Naquela reportagem vi “Igrejas” que se propunham a pregar um evangelho que acolhia comportamentos que a Bíblia retrata como pecado. Com uma linguagem persuasiva de: vamos acolher aqueles que são tradicionalmente excluídos pelas Igrejas históricas.

Aceitar o pecador como ele está é uma atitude louvável da Igreja, mas acolher que depois de aceitar a Jesus ele continue da mesma forma é irresponsabilidade. É uma ofensa velada a Deus. Como posso negar aquilo que a Bíblia condena e tornar aceitável para agradar as pessoas? A Igreja que precisa se moldar à Palavra de Deus e não o contrário. São os pecadores que precisam se adequar à Bíblia e não o inverso.

Ao olharmos para a história bíblica vamos encontrar uma clara idéia contida na Palavra de Deus: “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,” (Rom 3:23); “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Rom 5:12); “porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Rom 6:23). O pecado está presente na vida do ser humano, todos nós somos pecadores e como pecadores merecemos a morte eterna. Qualquer mensagem que ensine algo diferente não pode ser considerada bíblica.

Como pecadores separados de Deus, não há esperança para nós, a não ser a única proposta que a própria Bíblia apresenta. Nas palavras do profeta João Batista: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” (Mt 3:2); nas Palavras do Senhor Jesus Cristo: “Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” (Mt 4:17); nas palavras do Apóstolo Pedro: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados,” (At 3:19). Só com arrependimento e através de Jesus podemos ser salvos do nosso terrível destino como pecadores. Como está escrito: “e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação... Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.” (Rom 5: 11,17).

Aceitar que é possível viver a vida cristã sem mudar de vida é o mesmo que negar todo o ensinamento da Palavra de Deus e do próprio cristianismo, desde seu surgimento. É fazer o mesmo que Nadabe e Abiú que levaram perante Deus um fogo que Ele não havia ordenado e por isso foram condenados (Lv 10:1).

No meio de uma sociedade hipócrita, acostumada a compactuar com tudo, não podemos negociar aquilo que Deus estabeleceu como preceito seu. A mensagem do evangelho é inegociável, a Verdade da Palavra de Deus precisa ser pregada com clareza. Não podemos aceitar uma mensagem misturada, que aceita o pecador e seu pecado, que lhe diz venha como está e permaneça igual. É preciso ter a coragem de afirmar que Deus é Santo e exige santidade daqueles que querem segui-lo. “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,” (Grifo nosso, Hb 12:14).

Pr Riedson Filho, membro da Igreja Batista Monte Tabor

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