O alvorecer do segundo centenário Batista

O dia 31 de dezembro de 2007 marcou o final de mais um ano e com ele encerrou também um ciclo na vida da denominação batista no Brasil, um ciclo de lutas, vitórias, conquistas, crescimento, pois ao longo deste ano celebramos os primeiros 100 anos de organização da Convenção Batista Brasileira. A Convenção Batista Brasileira foi criada pela denominação Batista no Brasil a fim de reunir todos os esforços para ganhar o Brasil e o mundo para Cristo, através de nossas agências missionárias (Missões Nacionais e Missões Mundiais). É finalidade, também, da Convenção Batista Brasileira preparar e fortalecer doutrinariamente os crentes por intermédio do programa sistemático de Educação Religiosa e publicações, além de capacitar pastores e líderes através dos seminários.

2007 foi o ano em que a denominação realizou a mais profunda reforma no funcionamento da Convenção, estabelecendo uma gestão na qual ao elegermos a diretoria da Convenção elegemos a de todos os órgãos subsidiários. Esta diretoria responde pela Convenção como um todo. Com os primeiros dias de 2008, estamos vivendo o alvorecer do segundo centenário de organização da Convenção Batista Brasileira. Como em toda organização centenária, faz-se necessária uma avaliação que não deixe de considerar os alicerces de sua origem e um olhar sobre o futuro e de como cumprir sua missão de forma consistente e inovadora, sem perder a relevância. Para a Convenção Batista Brasileira, como no primeiro centenário, há tantos ou mais desafios a enfrentar, assim como há garantia de vitória, crescimento, avanço e, principalmente, a responsabilidade na proclamação do Evangelho no Brasil e no mundo. Precisamos ter a coragem de enfrentar os numerosos desafios do segundo centenário.

No alvorecer do segundo centenário, somos desafiados. Precisamos reconhecer que nosso maior bem são as pessoas, os servos de Deus. Pessoas redimidas por Cristo Jesus, fiéis ao Senhor. Juntos, independentemente de suas condições materiais, homens e mulheres, crianças, adolescentes, jovens e adultos formam a denominação batista em cada igreja onde atuam. Precisamos ter a coragem de reconhecer nossas diferenças, lembrando que nossa unidade acontece na diversidade. Como declarado no tema deste ano, “O aperfeiçoamento dos santos através da integração das gerações”, precisamos, de forma integrada, buscar a santificação de todos. Os adultos devem ser pacientes com os jovens e os adolescentes, por sua vez, têm de compreender os adultos. No alvorecer do segundo centenário, somos desafiados e precisamos agradecer a Deus por sermos uma denominação missionária, que busca avançar no cumprimento da determinação do Mestre de pregar o Evangelho em todos os lugares. Somos instrumentos de Deus na evangelização de nossa terra e de tantos povos ainda não alcançados. Ao mesmo tempo, também somos desafiados e precisamos ter a coragem de reconhecer que temos crescido abaixo de nossa capacidade potencial e, principalmente, da necessidade de expansão do Evangelho, pois ainda existem mais de 2.400 municípios brasileiros sem a presença Batista. Nosso crescimento, este ano, em termos de igrejas organizadas até outubro, foi de 143 novas igrejas, o que representa, aproximadamente, três novas igrejas a cada semana, ou seja, um crescimento de 2% em relação ao número total de igrejas que compõem a Convenção Batista Brasileira, que é de 6.906 igrejas e 3.399 congregações. Ainda assim, somos a denominação missionária que mais cresce no Brasil e a que mais envia missionários aos campos.

No alvorecer do segundo centenário, somos desafiados e precisamos ter a coragem e a honestidade de renovar nossos votos de fidelidade aos valores e princípios que como batistas abraçamos e definimos em nossa declaração de fé, que denominamos “Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira”. Através dos tempos, os batistas se têm notabilizado pela defesa destes princípios, que são: a aceitação das Escrituras Sagradas como única regra de fé e conduta; o conceito de igreja como sendo uma comunidade local democrática e autônoma, formada de pessoas regeneradas e biblicamente batizadas; a separação entre igreja e estado; a absoluta liberdade de consciência; a responsabilidade individual diante de Deus; a autenticidade e apostolicidade das igrejas. Precisamos ter a coragem de enfrentar e rechaçar qualquer tentativa que descaracterize a Bíblia como a fiel, inerrante e infalível Palavra de Deus ou que tente acomodar condições que não sejam ser a Igreja de Cristo Jesus coluna e firmeza da verdade.

No alvorecer do segundo centenário, somos desafiados e precisamos ter a coragem de assumir a definição histórica do início do trabalho batista em nosso país. Não podemos esconder, nem fazer vistas grossas: a primeira Igreja Batista em solo brasileiro foi organizada em Santa Bárbara do Oeste, no Estado de São Paulo. Este sim é o verdadeiro marco inicial do trabalho batista no Brasil. Não importa se os cultos eram realizados em língua inglesa ou em português, importa que o trabalho foi tão eficaz que 11 anos mais tarde, quando os missionários americanos organizaram a Igreja Batista na Bahia, um de seus membros fundadores era o ex-padre Antonio Teixeira de Albuquerque, convertido através do trabalho da Igreja em Santa Bárbara, e que foi recebido na Igreja na Bahia por carta de transferência (à época, carta demissória) da Igreja Batista de Santa Bárbara. Por que é importante assumirmos este desafio? Para que possamos celebrar o sesquicentenário do início do trabalho batista no Brasil, em 2021, quem sabe em Santa Bárbara do Oeste.

No alvorecer do segundo centenário, somos desafiados e precisamos ter a coragem de reconhecer que os três seminários administrados pela Convenção Batista Brasileira (Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e Seminário Teológico Batista Equatorial) não são os únicos da denominação e já desempenharam o papel para o qual foram organizados. Agora, precisam ser redirecionados quanto a suas tarefas, tornando-se centros de excelência na formação de mestres e doutores, desenvolvendo uma teologia Batista Brasileira que atenda a nossa realidade e assim sejam tão eficientes como foram neste primeiro centenário em que povoaram o Brasil com pastores e bacharéis tão bem preparados que por sua vez organizaram e estão conduzindo muito bem, nos diversos campos estaduais e regionais, seminários e faculdades que hoje formam a maioria dos pastores e líderes que atuam nas mais de sete mil igrejas e 3.500 congregações que compõem a Convenção Batista Brasileira.

No alvorecer do segundo centenário, estamos diante de inúmeros outros desafios na educação religiosa, na música, na formação e capacitação de pastores e líderes, mas concluo este texto declarando: No alvorecer do segundo centenário, somos desafiados a avançar e não desanimar, a prosseguir realizando a grande obra que nos foi confiada, de forma eficaz e eficiente, certos que somos mais que vencedores por aquele que nos amou e se deu por nós.

Pr. Sócrates Oliveira de Souza
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